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Por Raphaela Ribas — Rio

As vendas do varejo físico brasileiro na semana do Natal, entre os dias 18 e 24 de dezembro, tiveram um tímido crescimento de 0,4%, segundo o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian. O resultado está bem distante da expectativa, que era em torno de 5%. Para limpar o estoque e não ficar no prejuízo — afinal, produto parado na loja tem custo —, grandes varejistas realizam saldões a partir das 7h desta sexta-feira.

As queimas de estoque nos primeiros dias do ano são tradicionais, mas as deste ano estão mais intensas, com descontos e condições de pagamentos parecidas com as da Black Friday, que acontece sempre em novembro. A do ano passado foi a pior dos últimos anos.

Este mês, as varejistas pretendem compensar as vendas fracas do fim do ano passado, prejudicadas pelos juros altos, endividamento recorde e uma Copa do Mundo em dezembro.

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'Black Friday vai ser agora'

— A Black Friday verdadeira vai acontecer agora. Na original (em novembro), as ofertas não estavam boas e as empresas não estocaram grande quantidade de produtos porque sabiam que a Copa atrapalharia — diz Ulysses Reis, professor de Varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Centro de Distribuição do Magalu em Extrema, em Minas Gerais — Foto: Divulgação
Centro de Distribuição do Magalu em Extrema, em Minas Gerais — Foto: Divulgação

O alvo principal continua em produtos de tíquete-médio alto, como eletrodomésticos, eletrônicos e móveis. Os de menor valor, entretanto, têm seu protagonismo também. O importante, observa Reis, é vender.

— Hoje em dia a forma mais certa de ganhar dinheiro no varejo é o giro de estoque, ou seja, comprar rápido e vender rápido. E isso os produtos de tíquete-médio menor e consumo diário proporcionam.

Magalu abriu mais cedo

O Magalu, que geralmente abre às 8h, abriu suas lojas uma hora mais cedo por causa da Liquidação Fantástica, a maior promoção do ano da companhia. Os descontos que chegam a 80% são os mesmos praticados na Black Friday, mas o preço final dos produtos pode ser até menor, porque serão vendidos produtos de mostruários, os quais são ainda mais baratos.

A liquidação inclui de brinquedos e eletrônicos a produtos de mercado e dura até domingo (ou até acabar o estoque). A queima também acontece no site e no app.

Clientes fazem fila para pagar suas compras em unidade da Magalu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul — Foto: Divulgação
Clientes fazem fila para pagar suas compras em unidade da Magalu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul — Foto: Divulgação

A sexta-feira também começa agitada nas lojas das marcas da Via: Casas Bahia, Ponto (ex-Pontofrio) e o e-commerce extra.com.br estão com descontos de até 70%. As ofertas incluem móveis, eletrodomésticos, eletrônicos a itens de mercado, bebidas e produtos de limpeza.

O destaque da Casas Bahia é o parcelamento das compras em até 30 vezes sem juros nos cartões da rede, 24 vezes no carnê Casas Bahia ou pagamento em Pix. Hoje é o principal dia das ações que iniciaram na segunda-feira.

Na Americanas, os descontos chegam à casa dos 80%. Até a próxima quarta-feira (11), produtos do cotidiano, como fralda e xampu, a celulares que sobraram de 2022 vão ser liquidado nas lojas físicas e aplicativos da marca. Os clientes podem parcelar as compras em até 21 vezes no cartão Ame, e tem ainda cashback e cupons.

Lucro menor para girar estoque

Segundo Marcelli Valle, gerente de branding da Americanas, neste ano a empresa está investindo em uma campanha que aborde todas as plataformas e ações digitais para alcançar o maior número de clientes, principalmente quem está com o bolso apertado.

Fachada das lojas Americanas Agência O Globo — Foto: Agência O Globo
Fachada das lojas Americanas Agência O Globo — Foto: Agência O Globo

— Alguns dos departamentos em destaque são telefonia, eletrônicos, eletrodomésticos, material escolar, itens de cama, mesa e banho, climatização, fraldas e produtos de higiene e beleza

A economista da XP Tatiana Nogueira diz que, mesmo com margem de lucro menor, as varejistas querem assegurar o giro do estoque:

— Mesmo com margem menor, as varejistas querem garantir a venda para poder fazer novas encomendas, que serão mais baratas, porque manter estoque é caro, e antes que o ciclo econômico aperte mais. O mercado de trabalho desacelerou, o crédito perdeu força, a rede deve ser menor e o risco de perder emprego, maior. Este cenário desaquece a economia como um todo.

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