Após fechar 2022 com cerca de R$ 800 milhões investidos, a PetroReconcavo, uma das maiores produtoras independentes de óleo e gás em terra do Brasil, mantém investimentos de mais de R$ 1 bilhão em 2023 no Nordeste, enquanto torce para finalizar a compra do Polo Bahia Terra da Petrobras. O processo começou em novembro de 2020 e reúne 28 concessões na Bahia.
O negócio deve movimentar US$ 1,5 bilhão, de acordo com fontes do setor, e elevar em 60% a produção da petroleira privada. Em compasso de espera, Marcelo Magalhães, presidente da PetroReconcavo, diz que a aquisição vai gerar ganhos para a empresa e para as regiões produtoras. Em entrevista ao GLOBO, ele diz não temer que, sob nova direção, a Petrobras volte a centralizar operações em terra, já que o pré-sal é muito mais rentável.
Qual é a estratégia de médio prazo da empresa?
Começamos a estratégia de crescimento em dezembro de 2019, quando assumimos o primeiro ativo da Petrobras, o Riacho da Forquilha, um polo com 34 concessões no Rio Grande do Norte. De lá para cá, compramos mais dois polos, fizemos um IPO (abertura de capital na B3) e um follow on (nova capitalização via ações). Hoje, a empresa é cerca de cinco vezes o que era em 2019.
Operamos 60 concessões na Bahia e no Rio Grande do Norte em terra e passamos de cerca de 300 funcionários para 1.300. E nossa receita multiplicou por cinco. A produção média em novembro e dezembro foi de 23 mil barris de óleo equivalente por dia. Temos um trabalho enorme a fazer nos ativos que operamos. Cada aquisição é um desafio grande. Em média, no Brasil, os campos onshore (em terra) têm fator de recuperação média de 23% a 24%.
O padrão internacional é que, na média, você consiga chegar a 35%. Isso tem que ser desenvolvido, e empresas independentes têm as condições de ter custo baixo com expertise apropriada para levar isso além do que a Petrobras já fez. Não é nenhum demérito da Petrobras. No mundo, as majors (grandes petroleiras), em algum momento, fazem redistribuição de seu portfólio. Um campo novo do pré-sal produz mais do que toda a bacia do Recôncavo Baiano. Então, para a Petrobras de hoje, faz mais sentido investir recursos humanos, financeiros e materiais no pré-sal do que em uma bacia madura.
A PetroReconcavo vai investir mais em 2023?
Sim. Vamos investir acima de R$ 1 bilhão no desenvolvimento de campos de petróleo, com a recuperação de poços existentes e perfuração de novos. Em 2022, perfuramos 40. Nossa programação é de cerca de cem novos poços de desenvolvimento por ano. Temos mais de 500 locações definidas em nosso portfólio.
Estamos passando de uma empresa focada no desenvolvimento de campos maduros, com reservas provadas, para uma com áreas exploratórias. E temos um ativo ainda em negociação, o Polo Bahia Terra, que é um dos maiores do programa de desinvestimentos da Petrobras. Estamos em consórcio com a Eneva, nas etapas finais de negociação. Só esse ativo agrega de 12 mil a 15 mil barris de óleo equivalente por dia. E isso acrescenta praticamente 60% do que eu tenho hoje.
Os presidentes da Petrobras desde o primeiro governo Lula
![José Eduardo Dutra foi presidente da Petrobras de 2 de janeiro de 2003 a 22 de julho de 2005, no primeiro mandato de Lula — Foto: Aílton de Freitas/Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/Udunx2KPBGEmmT9q560YEKughq4=/0x0:634x417/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/2/D/Acj0gpT3uIQEPsoPh35w/jose-eduardo-dutra-ailton-de-freitas-agencia-globo.jpg)
![José Eduardo Dutra foi presidente da Petrobras de 2 de janeiro de 2003 a 22 de julho de 2005, no primeiro mandato de Lula — Foto: Aílton de Freitas/Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/uE--S6yRWEL8SLJgUgoXW0Eqe4Q=/634x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/2/D/Acj0gpT3uIQEPsoPh35w/jose-eduardo-dutra-ailton-de-freitas-agencia-globo.jpg)
José Eduardo Dutra foi presidente da Petrobras de 2 de janeiro de 2003 a 22 de julho de 2005, no primeiro mandato de Lula — Foto: Aílton de Freitas/Agência O Globo
![Sérgio Gabrielli foi nomeado presidente da Petrobras no segundo mandato de Lula e continuou no comando da empresa até fevereiro de 2013, já no governo de Dilma Rousseff. No seu mandato, a estatal segurou os preços dos combustíveis — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/dIZ7FES5vR6yLpzHJsOnoPydDWg=/0x0:639x418/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/t/A/7RZDY3SEa8TinzBFfGhg/sergio-gabrielli-domingos-peixoto-agencia-o-globo-7-out-2010.jpg)
![Sérgio Gabrielli foi nomeado presidente da Petrobras no segundo mandato de Lula e continuou no comando da empresa até fevereiro de 2013, já no governo de Dilma Rousseff. No seu mandato, a estatal segurou os preços dos combustíveis — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/jGGNhvbA8ZYIuo_P-UdkvVpy-Bk=/639x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/t/A/7RZDY3SEa8TinzBFfGhg/sergio-gabrielli-domingos-peixoto-agencia-o-globo-7-out-2010.jpg)
Sérgio Gabrielli foi nomeado presidente da Petrobras no segundo mandato de Lula e continuou no comando da empresa até fevereiro de 2013, já no governo de Dilma Rousseff. No seu mandato, a estatal segurou os preços dos combustíveis — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo
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![Maria da Graça Foster foi presidente da empresa de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015, no governo de Dilma Rousseff — Foto: Divulgação/Agência Petrobras](https://s2-oglobo.glbimg.com/J_o6td0OXiyo98Vkiktq9U7UbsE=/0x0:598x399/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/A/z/tlNEOmRsABWBm9WG1yvQ/maria-da-graca-foster-divulgacao-agencia-petrobras.jpg)
![Maria da Graça Foster foi presidente da empresa de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015, no governo de Dilma Rousseff — Foto: Divulgação/Agência Petrobras](https://s2-oglobo.glbimg.com/svJprQC6MGcLqX40mgF1R9xzpuA=/598x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/A/z/tlNEOmRsABWBm9WG1yvQ/maria-da-graca-foster-divulgacao-agencia-petrobras.jpg)
Maria da Graça Foster foi presidente da empresa de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015, no governo de Dilma Rousseff — Foto: Divulgação/Agência Petrobras
![Aldemir Bendine foi o terceiro presidente da Petrobras no governo Dilma Rousseff. Ficou no comando da empresa de 6 de fevereiro de 2015 a 30 de maio de 2016. Foto Givaldo Barbosa/Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/ZVhGhW4awhQDu8HizziB-7TCpuo=/545x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/S/b/QCcecFScGoo9BEDv2N9g/aldemir-bendine-givaldo-barbosa-agencia-o-globo.jpg)
Aldemir Bendine foi o terceiro presidente da Petrobras no governo Dilma Rousseff. Ficou no comando da empresa de 6 de fevereiro de 2015 a 30 de maio de 2016. Foto Givaldo Barbosa/Agência O Globo
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![Pedro Parente foi presidente da Petrobras de 30 de maio de 2016 a 1 de junho de 2018, no governo de Michel Temer. Sob sua gestão, a estatal mudou seu estatuto e ampliou as regras de governança. Ele estava no comando da empresa durante a greve dos caminhoneiros — Foto: Jorge William/Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/5drbgj12T6c8IjJtOMjoFmeuIhM=/627x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/J/D/uVzriYRzmOtMPLTost4Q/pedro-parente-jorge-william-agencia-o-globo.jpg)
Pedro Parente foi presidente da Petrobras de 30 de maio de 2016 a 1 de junho de 2018, no governo de Michel Temer. Sob sua gestão, a estatal mudou seu estatuto e ampliou as regras de governança. Ele estava no comando da empresa durante a greve dos caminhoneiros — Foto: Jorge William/Agência O Globo
![Ivan Monteiro sucedeu Parente quando este saiu após a greve dos caminhoneiros. Monteiro ficou à frente da Petrobras também no governo de Michel Temer, de 1 de junho de 2018 a 3 de janeiro de 2019 — Foto: Márcio Alves/Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/OXGXktlB3EUUChX_eVowgOgGmlg=/681x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/3/t/7pGZ1HRTyTH4g7JhSnNw/ivan-monteiro-marcio-alves-agencia-o-globo.jpg)
Ivan Monteiro sucedeu Parente quando este saiu após a greve dos caminhoneiros. Monteiro ficou à frente da Petrobras também no governo de Michel Temer, de 1 de junho de 2018 a 3 de janeiro de 2019 — Foto: Márcio Alves/Agência O Globo
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![Roberto Castello Branco comandou a empresa no início do governo Bolsonaro e deixou a presidência da Petrobras em abril de 2021, após desgaste com o presidente em meio a reajustes de combustíveis. Ele foi indicado por Guedes — Foto: AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/EXRryf3WTwEoPTXD1ZEhse1W00c=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/k/H/4nDdjfSEOtPB9SB9YKeQ/roberto-castello-brancoafp.jpg)
Roberto Castello Branco comandou a empresa no início do governo Bolsonaro e deixou a presidência da Petrobras em abril de 2021, após desgaste com o presidente em meio a reajustes de combustíveis. Ele foi indicado por Guedes — Foto: AFP
![Joaquim Silva e Luna assumiu a presidência da empresa em 16 de abril de 2021 e foi demitido por Bolsonaro, segundo integrantes do governo, em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis, e depois de críticas feitas pelo governo e pelo Congresso à estatal — Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil](https://s2-oglobo.glbimg.com/dI2vzzJXA4eMTom9mvIqdNo7wog=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/D/Y/WDH7ceTh2AAXYNTFOxow/joaquim-silva.jpg)
Joaquim Silva e Luna assumiu a presidência da empresa em 16 de abril de 2021 e foi demitido por Bolsonaro, segundo integrantes do governo, em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis, e depois de críticas feitas pelo governo e pelo Congresso à estatal — Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil
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![Quarto presidente da Petrobras nomeado por Jair Bolsonaro, José Mauro Ferreira Coelho renunciou após forte pressão do presidente e do Congresso. Ele havia sido demitido após 40 dias.— Foto: PR](https://s2-oglobo.glbimg.com/Gj4r4R6-pQbYMex0wjxXmh-aK48=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/i/F/uk8upWRTSJur9Gub3CDQ/3.glbimg.com-v1-auth-0ae9f161c1ff459593599b7ffa1a1292-images-escenic-2022-4-6-20-1649286538526.jpg)
Quarto presidente da Petrobras nomeado por Jair Bolsonaro, José Mauro Ferreira Coelho renunciou após forte pressão do presidente e do Congresso. Ele havia sido demitido após 40 dias.— Foto: PR
![Caio Paes de Andrade, ex-secretário de Desburocratização de Guedes, assumiu a presidência da Petrobras em junho de 2022 — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/fUmkTO3rGU0iijlUKrQptkOO-YY=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/R/M/Tccn1IRUeuvMg5fpKMAg/99283870-22-04-2021-caio-paes-de-andrade-novo-presidente-da-petrobras-foto-divulgacao.jpg)
Caio Paes de Andrade, ex-secretário de Desburocratização de Guedes, assumiu a presidência da Petrobras em junho de 2022 — Foto: Divulgação
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![Escolhido pelo presidente Lula, Jean Paul Prates presidiu a estatal de janeiro de 2023 a maio de 2024 — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/ZjN11Cxm4DHoXPy675IRxLDugXA=/627x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/7/s/PljANiRhi9eB7x8uUqsQ/jean-paul-prates-cristiano-mariz-agencia-o-globo.jpg)
Escolhido pelo presidente Lula, Jean Paul Prates presidiu a estatal de janeiro de 2023 a maio de 2024 — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
![Depois de um processo tenso com a demissão de Prates, Magda Chambriard foi escolhida para dirigir a Petrobras a partir de maio de 2024 - Foto: Ana Paula Paiva / Valor](https://s2-oglobo.glbimg.com/bWqGupwkYebaSvwsRouXP5V7U3Y=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/z/D/KWvH77QBWzNjCaBZmVTA/106927017-data-25-07-2016-editoria-empresas-reporter-marta-bonaldo-local-valor-economico-setor-negoc.jpg)
Depois de um processo tenso com a demissão de Prates, Magda Chambriard foi escolhida para dirigir a Petrobras a partir de maio de 2024 - Foto: Ana Paula Paiva / Valor
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Como estão as negociações?
Teve uma ação proposta por uma das empresas que participaram da concorrência. Em junho de 2022, o processo foi suspenso por decisão judicial, e conseguimos reverter no fim de outubro. Com isso, as equipes da Petrobras e da PetroReconcavo estão na mesa de negociação. Está praticamente concluído. Temos expectativa de que vá ao Conselho da Petrobras nos próximos meses.
A troca de governo pode afetar?
Eu sou um gestor e entendo que, quando você tem uma mudança de gestão, é muito natural que o novo gestor possa querer avaliar processos relevantes em andamento. Já nos foi dito que não há nenhum óbice a essa transação, até porque é a última de um processo muito longo. Além do Bahia Terra, tem ainda Urucu (campos no Amazonas) que pode ser reaberto.
Os benefícios são altos e diversificados, seja do ponto de vista de quem está no interior da Bahia ou na Faria Lima (centro financeiro de São Paulo). Pela primeira vez você começou a ter empresas geradoras de caixa e que estão na Bolsa, com dezenas de milhares de investidores pessoas físicas.
E isso é muito bom para o país. Recebemos algumas indicações de membros tanto da Petrobras como da equipe de transição de que não está nos planos futuros da estatal permanecer com um foco muito claro em campos maduros terrestres. Acho que todo mundo da indústria percebe o nível de benefício que essa atividade já gerou nos últimos três anos.
Nós, operando na Bahia e no Rio Grande do Norte, coincidentemente estados que vêm sendo administrados pelo PT há alguns anos, temos excelente relação com os governos estaduais, que percebem o benefício muito amplo que a operação de campos de petróleo por empresas independentes traz. E não só na geração de emprego, renda, imposto e royalties, mas diria que hoje temos um papel fundamental na competitividade industrial dos estados como um todo.
Haverá mais contratações?
Em 2023, a gente prevê incremento de 550 postos diretos na Bahia e no Rio Grande do Norte. Serão posições como as de operador e supervisor de sonda, além de engenheiro, como mecânico, químico, de petróleo e de reservatório.
Muitas petroleiras estão se transformando em empresas de energia com investimento em fontes renováveis. A PetroReconcavo pensa nisso?
Acho que ainda é cedo. Discutimos muito as alternativas, mas neste momento estamos enxergando possibilidades enormes no gás, já que durante décadas você teve a Petrobras dominando todo o elo da cadeia. E isso impediu que o mercado se desenvolvesse adequadamente.
A gente ainda produz e consome muito menos gás do que este país deveria. Os gasodutos de transporte e distribuição ainda são muito concentrados na costa, entre o Ceará e Rio Grande do Sul, e no entorno das grandes capitais que estão no litoral. Nosso plano de negócios previa que o gás representasse 35% da receita em 2025. Nos primeiros nove meses de 2022, chegou a 39%.
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Por que houve esse aumento?
É função de estarmos encontrando mais gás do que esperávamos, de o preço estar melhor pela guerra (na Ucrânia) e da abertura do mercado de gás. É algo que está aqui para ficar. Veremos desenvolvimento forte de gás como uso energético e combustível.
Por que a PetroReconcavo opera de forma verticalizada, diferentemente de outras?
Operamos com pessoal e equipamento próprio entre 80% e 90%, uma frota de quase 30 equipamentos de grande porte. Temos essa estrutura verticalizada porque durante praticamente 70 anos tivemos no Brasil uma indústria muito centralizada em um único comprador, a Petrobras, que tem ciclos de licitação, mobilizando e desmobilizando. E a continuidade gera produtividade e segurança operacional.