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Por Ivan Martínez-Vargas — São Paulo

O erro contábil de ao menos R$ 20 bilhões nas demonstrações financeiras da Americanas atinge a companhia no momento em que ela já patinava para aumentar sua rentabilidade em meio a uma fase ruim para o setor varejista.

De um lado, a Americanas já enfrentava dificuldades derivadas da reorganização societária que levou à incorporação da antiga B2W (dona de Americanas.com e Submarino) em seu negócio. Sofria ainda para com a operação das redes Hortifruti e Natural da Terra, fruto de uma aquisição feita em 2021 e que sempre teve desempenho abaixo do esperado.

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De outro lado, o cenário macroeconômico não é promissor para o varejo, uma vez que desemprego e inflação ainda estão em níveis elevados, bem como os juros, que ainda não têm perspectiva de redução significativa no curto prazo.

Para André Pimentel, sócio da consultoria Performa Partners, o tsunami reputacional aprofunda dificuldades que já existiam e levanta dúvidas sobre a viabilidade do negócio da Americanas.

— O setor como um todo não vai bem e, especialmente no varejo digital, há uma competição acirrada entre Americanas e outros operadores como Magazine Luiza, Via (controladora de Casas Bahia e Ponto), Amazon e Mercado Livre. Com juros altos, a alavancagem (endividamento) elevada da Americanas é um problema adicional — afirma ele.

Com a revelação do rombo contábil e a consequente necessidade de rever os balanços e levantar capital, há no mercado forte reticência em financiar a empresa no momento, mesmo com um aporte adicional dos acionistas de referência da empresa (Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, da 3G Capital).

Os dados mais recentes divulgados pela varejista , referentes ao terceiro trimestre, indicavam endividamento de R$ 19,32 bilhões para um caixa de R$ 4,26 bilhões.

— Existe um respeito pelo trio, que, de certa forma, sempre blindou a Americanas de críticas de analistas que seriam pertinentes. Agora, perdeu-se o receio de criticar a empresa — afirma Pimentel.

Para ele, a dificuldade de levantar capital se somará aos problemas do modelo de negócios da Americanas:

— Se os acionistas bancarem a capitalização, a crise é contornável do ponto de vista financeiro, mas o fato é que esse modelo de negócios com dívida alta pode não parar em pé sozinho.

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