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Por Bruno Rosa

A dois meses da Páscoa, a Americanas passou a pagar à vista os fabricantes de chocolates para garantir o faturamento com a data, uma das principais do comércio. Nos meses de março e abril, a venda de ovos, barras e caixas de bombom representa 35% do faturamento da varejista.

A mudança foi uma condição da indústria para continuar fornecendo à companhia, que está em processo de recuperação judicial há cerca de um mês e chegou a ter seu caixa afetado pela crise financeira após a revelação de “inconsistência contábeis” de R$ 20 bilhões pelo então presidente, Sergio Rial.

Normalmente, a Americanas faz os pedidos para a data aos fabricantes de chocolate em janeiro e paga até um mês depois do domingo de Páscoa. A mudança envolveu também o pagamento à vista para a Top Cau, que produz os chocolates de marca própria da varejista, chamada Delicce, afirmou ao GLOBO Aleksandro Pereira, diretor comercial da Americanas.

— Quando ocorreu a recuperação judicial, grande parte do volume de Páscoa já tinha sido produzido. Houve incertezas no início, e os fornecedores vieram conversar sobre ter Páscoa ou não ter Páscoa. Mas em nenhum momento a gente pensou em não ter Páscoa — afirma Pereira.

Acalmar fornecedores

Segundo ele, a empresa teve de fazer um trabalho “para acalmar os fornecedores e garantir que a negociação andasse.” As compras são feitas semanalmente.

— Os fornecedores preferiram que a gente fizesse um pagamento à vista. A gente paga em um dia, e o fornecedor entrega no outro. O pagamento à vista nunca foi o negócio da Americanas, e acredito que não é o negócio de nenhum varejista no Brasil.

O executivo lembra que a renegociação com os fabricantes começou com a Top Cau. A marca própria deve representar metade das vendas, pouco acima de 2022.

— Eles já tinham produzido quase tudo. E rapidamente conseguimos negociar para deixá-los mais calmos e mostrar que a Páscoa continuaria normalmente. Pagamos à vista para ser um facilitador e tirar a dúvida de que a Páscoa seria normal, e eles deram um desconto, para uma Páscoa mais saudável para todos.

Além da mudança no prazo de pagamento, a companhia acabou tendo uma redução de 10% no volume de ovos de Páscoa neste ano. Ao todo, a companhia pretende vender 13 milhões de unidades. A expectativa é que as lojas comecem a vender os ovos em duas semanas, após o carnaval.

— Como foi muito perto do momento de entrega e da decisão por parte dos fornecedores, eles, no momento de indecisão, acabaram liberando uma pequena parte (dos ovos) para o mercado. Esses 10% não vão atrapalhar o nosso negócio, pois a parte regular, como barras e caixas de bombom, foi mantida.

Vendas perto da data

A força-tarefa para manter a data de pé mostra a importância das vendas de ovos para empresa, como chegou a ser mencionado no pedido de recuperação judicial. Na petição, a varejista chegou a dizer que a crise no grupo poderia afetar até mesmo os preços do chocolate, “pois se trata da maior varejista de ovos de Páscoa do mundo!”

— Quanto teve a recuperação judicial, os fornecedores deram uma pausa para entender o que estava acontecendo. Mas tínhamos cobertura de estoque, como um todo, de 115 dias. E deu tempo para fazer uma revisão. Não tinha a previsibilidade de quando ia voltar a receber produtos. Agora, no chocolate, que era o mais urgente, já voltou.

Segundo Pereira, 90% das vendas da data são concentradas em lojas físicas. Há cerca de 1.800 espaços. Ele explica que o canal on-line é usado pelos consumidores mais no modelo de compra com retirada na loja. E ressaltou que as vendas da Páscoa se concentram na semana anterior à data.

Para o executivo, as atuais condições da Ame estarão mantidas até a Páscoa:

— Até a Páscoa, estaremos usando o Ame normalmente, com as mesmas estratégias, com cashback, desconto e parcelamento diferenciado.

Pereira afirma que a varejista já tinha um caixa provisionado para a data:

— O DIP (empréstimo de até R$ 2 bilhões, anunciado na quinta-feira) vai dar mais liquidez ao caixa da companhia para manter as operações do dia a dia. Não foi nada voltado para a Páscoa, que já estava planejada.

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