Negócios
PUBLICIDADE

Por Manoel Ventura — Brasília

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, disse que o órgão regulador não descarta intervir na Oi, diante da situação financeira da empresa, que se prepara para uma nova recuperação judicial. A intervenção, porém, não está na mesa “neste momento”, acrescentou Baigorri.

— Isso (a intervenção) não está descartado e nem está sobre a mesa. Neste momento, estamos criando um grupo de trabalho, tivemos uma primeira reunião, vamos levantar informações, e a partir das evidências coletadas nesse trabalho técnico é que vamos tomar as decisões — disse Baigorri, ao GLOBO.

A operadora, que conseguiu proteção da Justiça contra seus credores na semana passada, se prepara para uma nova recuperação judicial, com dívidas de R$ 29,7 bilhões. A empresa recorre à Justiça um mês e meio após sair de sua primeira recuperação judicial.

Ontem, a Oi entrou com um pedido de proteção contra credores em Nova York, nos EUA, com um instrumento chamado de “Chapter 15”. É um procedimento similar ao feito pela tele no Brasil na semana passada. O objetivo é manter as operações da companhia.

Telefonia fixa

Na semana passada, o pedido apresentado à Justiça brasileira citava que ela não tinha recursos para pagar uma dívida de R$ 600 milhões que venceria no último dia 5, dentre os quais mais de US$ 82 milhões devidos a título de juros para os bondholders (detentores de títulos). Sem a proteção, isso acarretaria o vencimento antecipado “da quase totalidade da dívida financeira” da empresa.

Ontem, Baigorri disse que cabe à Anatel garantir a manutenção da prestação dos serviços. A obrigação legal do órgão, afirmou, é com relação à telefonia fixa (chamado tecnicamente de STFC). Esse serviço é prestado sob o regime de concessão, ou seja, é um serviço público. Isso é diferente, por exemplo, do serviço de banda larga fixa, que segue o modelo de autorização. Se houver uma intervenção, porém, isso seria feito em toda a empresa, não apenas na telefonia fixa.

— Nós precisamos garantir a manutenção do serviço — afirmou Baigorri. — A Oi tem o STFC (nome técnico para telefonia fixa), mas ela tem várias operações. Não tem como intervir só no STFC, só naquela outorga. Você intervém na empresa. O fato de a empresa ter outros serviços autorizados não impede que a gente intervenha.

A Anatel realizou uma reunião com os conselheiros da Oi na terça-feira. Na ocasião, um grupo de trabalho criado pela Anatel para acompanhar a companhia apresentou os próximos passos que o regulador seguirá para monitorar a operadora.

— No ano passado, a gente já teve uma reunião com a diretoria da Oi. A gente já percebia que a situação estava ficando crítica. Não fomos pegos 100% de surpresa — disse Baigorri.

A agência reguladora faz um monitoramento constante da situação econômica das empresas do setor. Com a primeira recuperação judicial, a Oi passou a ter um acompanhamento “especial”, com análise do fluxo de caixa, por exemplo.

— Quando percebemos que a empresa estava executando a contento o plano de recuperação, que tudo estava sendo cumprido, o risco de falência estava bastante mitigado, tiramos o acompanhamento especial. Continuamos com o acompanhamento ordinário. No fim do ano a gente percebeu que a situação estava ficando ruim, chamamos a empresa, que apresentou dados. A gente não ficou satisfeito com a perspectiva, e a área técnica propôs o acompanhamento especial. Eles propuseram isso no começo deste ano — afirmou o presidente da Anatel.

Sem dívida com a agência

Baigorri disse que uma eventual nova recuperação judicial não muda a situação regulatória da empresa. Agora, ele ressaltou, a empresa não tem dívidas com a Anatel, o que facilita o trabalho da agência. Na primeira recuperação judicial, a Anatel foi ao mesmo tempo credor e regulador.

— Numa eventual segunda recuperação judicial, a gente está muito mais tranquilo. Porque na época da primeira recuperação judicial a gente tinha uma situação paradoxal, porque ao mesmo tempo a gente era credor e regulador. A gente tinha dois chapéus. A gente era o regulador, mas teve que ir na assembleia votar. E muitas vezes havia um dilema, um paradoxo entre essas funções.

Colaborou Bruno Rosa

Mais recente Próxima Futuro do Galeão: governo quer que concessionária fique, mas não descarta volta da Infraero
Mais do Globo

Decisão judicial que restaurou benesse descabida a servidores do TCU revela urgência da reforma administrativa

Legislação continua a abrir brechas para privilégios

Implantação do novo modelo em todo o país poderá reduzir desigualdade entre as redes pública e privada

É preciso dar início logo às mudanças aprovadas para o ensino médio

Integrantes do próprio regime vão percebendo que o governo não tem mais o mínimo de sustentação popular

Maduro não entrega. Pode cair

Numa discussão entre uma mulher branca e um homem preto, quem tem razão? A cor da pele prevalece sobre o gênero?

Etnia, gênero e orientação sexual pesam mais que argumentos

Sociedade brasileira precisa pactuar regras democráticas que valham para todos

Não dá para repudiar ditadura e apoiar Maduro

Neoindustrialização fortalece cadeias produtivas locais, cuja finalidade principal é o bem-estar da sociedade

Um setor industrial mais inovador e verde

Veja o horóscopo do dia 3/8 para os signos de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes

Horóscopo de hoje: veja previsão para seu signo no dia 3/8

Philippe Katerine afirmou em entrevista à CNN França que ‘não foi a intenção’ ofender religiosos em apresentação na cerimônia que abriu evento esportivo

'Papai Smurf' de Paris-2024: saiba quem é o 'cantor azul' que se desculpou após críticas por show na Olimpíada

Celebridades se afastam das grandes cidades e ostentam propriedades rurais de luxo pelo interior do país

De Xororó a Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, veja quem são os fazendeiros famosos; fotos

Jogos do Brasil nas Olimpíadas de Paris-2024 neste sábado (3) tem como destaques a ginástica artística, surfe, futebol, judô, boxe, ciclismo e decatlo

Hoje tem Brasil nas Olimpíadas 2024? Veja onde assistir e programação dos jogos deste sábado (3)