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Por João Sorima Neto

A americana Tesla ainda pode ser considerada a maior fabricante de veículos elétricos do mundo, e, segundo seu fundador, o bilionário Elon Musk, está tão à frente da concorrência que não consegue ver “o número dois com telescópio”.

Musk, segundo especialistas no setor, está ignorando uma concorrente chinesa que já vem se posicionando ao lado da Tesla como a maior vendedora global de veículos elétricos. Trata-se da BYD, cuja tradução da sigla “Build Your Dreams” é “Construa seus Sonhos”.

No ano passado, a BYD anunciou a venda de 911 mil unidades de elétricos puros. Só ficou atrás da Tesla, que comercializou 1,3 milhão de unidades plug-in. Considerando os híbridos, que a chinesa também fabrica, a BYD chegou a 1,8 milhão de unidades vendidas.

Mas o cenário para este ano, segundo especialistas, pode mudar. A BYD está lançando novos modelos que vão competir no segmento de luxo que a Tesla domina.

Em janeiro, a BYD, que tem investimentos do bilionário americano Warren Buffet, apresentou o utilitário esportivo Yangwang U8 e o carro esportivo U9, ambos com preço de US$ 145 mil e equipados com novas tecnologias internas. Os novos modelos levam a montadora a um novo patamar, já que na média, os carros elétricos da BYD custam US$ 29 mil.

Segundo o fundador e CEO da BYD, Wang Chuanfu , a nova linha “remodelará os contornos do mercado global de carros de luxo”, abrindo nova frente de negócios. Nos últimos dez anos, as ações da BYD saltaram mais de 600% em meio ao crescimento do mercado de elétricos.

É mais concorrência na certa e por isso a Tesla está aumentando sua aposta. A montadora de Elon Musk anunciou a construção de uma nova fábrica de veículos elétricos no México.

Mas a BYD também está expandindo sua capacidade de produção de elétricos, incluindo a produção de baterias, com uma fábrica sendo construída na Tailândia e com vários novos locais de montagem fora da China, que devem ser anunciados nos próximos meses — e que deve incluir o Brasil, com a ex-fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia.

Na China, a Tesla enfrentou obstáculos para vender seus carros, considerados caros. A fabricante americana vendeu cerca de 56 mil carros no país em dezembro, uma queda de 21% em relação ao ano anterior. Para se igualar à BYD reduziu o preço no mercado chinês.

O preço do Modelo 3 caiu para US$ 33.515 e do Modelo Y para US$ 37.899, com redução de 13,5% e 10%, respectivamente. O sedã BYD Seal, concorrente do Modelo 3, custa a partir de US$ 31 mil. A mudança já resultou em tempos de espera mais longos pelos carros da Tesla, o que mostra que a briga será boa.

Mas especialistas afirmam que se a Tesla quiser ter a liderança dos elétricos terá que fazer muito mais do que reduzir preços. Além de ter preços mais competitivos, a BYD possui maior controle sobre sua cadeia de suprimentos e a capacidade de produzir seus próprios chips, baterias e semicondutores. Com isso, a BYD já aparece no retrovisor dos carros da Tesla como uma concorrente muito próxima.

Vendas de eletrificados sobem 23,5%

As vendas de veículos eletrificados (híbridos e plug-in) cresceram 23,5% em fevereiro na comparação com igual mês do ano passado e devem chegar a 70,5 mil unidades no fim deste ano. Em 2022, foram vendidos 49,3 mil unidades desses veículos. As projeções são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) que representa as montadoras do país.

— Estamos voltados para a atração de novos investimentos na produção local de veículos eletrificados, que vão desde a transformação local das nossas matérias-primas em componentes, o desenvolvimento de fornecedores ligados a essa nova tecnologia, até o uso de novas fontes de energias limpas e de infraestrutura de transmissão e distribuição — diz o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.

A Anfavea defende o fim do imposto zero de importação para eletrificados com uma fase de transição. O imposto de importação de veículos a combustão trazidos do exterior é de 35%.

— Isso vai nos ajudar em infraestrutura e no sentido de trazer a nova tecnologia ao país — disse Leite.

Mesmo fevereiro tendo começado com paralisação em três unidades da Volkswagen por falta de semicondutores, o mês terminou com 161,2 mil unidades produzidas, alta de 5,6% em relação a janeiro quando foram 152,7 mil unidades.

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