O CEO do Silicon Valley Bank, Greg Becker, vendeu US$ 3,6 milhões em ações da empresa menos de duas semanas antes do colapso da empresa, anunciado nesta sexta-feira.
A venda de 12.451 papéis do banco, realizada no dia 27 de fevereiro, foi a primeira vez em mais de um ano que Becker realizou venda de ativos da empresa. A operação foi autorizada no dia 26 de janeiro.
Na sexta, o SVB decretou falência depois de uma semana de tumultos alimentada por uma carta enviada pelo banco aos acionistas de que iriam tentar somar US$ 2 bilhões em capital para conter as perdas. O anúncio derrubou o valor dos papéis da empresa.
Procurados pela Bloomberg, Becker e o SVB não responderam aos questionamentos sobre a venda das ações e se o CEO já sabia das intenções do banco de ganhos de capital, quando deu entrada na operação, em janeiro.
Na sexta-feira, Becker foi destituído da direção do Federal Reserve Bank de São Francisco. A informação foi confirmada à Bloomberg pelo porta-voz do Fed, o Banco Central dos Estados Unidos. Ele se tornou um diretor Classe A do conselho da sede do Fed de São Francisco em 2019. Sua saída deixa um lugar vago no conselho de nove membros.
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Não há ilegalidade no plano de transações como o feito por Becker — ele foi definido pela Comissão de Segurança e Câmbio dos Estados Unidos (SEC) em 2000 para impedir esse tipo de negociação, sendo detentor de informações privilegiadas.
A ideia é que evitar irregularidades, limitando as vendas a datas predeterminadas em que um executivo pode vender ações. A situação de Becker pode ter sido coincidência.
Em dezembro, a SEC finalizou novas regras que exigem um período mínimo de 90 dias para a maioria dos planos executivos de negociação. Isso significa que eles não podem fazer negócios em um novo cronograma durante três meses após sua efetivação.