Carro elétrico sempre emite menos CO2 do que os demais? Depende

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Em evento com jornalistas na semana passada, a Stellantis apresentou os resultados de um teste com um veículo alimentado com quatro fontes distintas de energia, para mostrar o potencial do etanol brasileiro.

O automóvel foi abastecido com etanol e comparado em tempo real com a mesma situação de rodagem em três alternativas: gasolina tipo C (E27); 100% elétrico (BEV), abastecido na matriz energética brasileira; e 100% elétrico (BEV) abastecido na matriz energética europeia.

Na comparação, foram utilizadas metodologia e tecnologia de conectividade desenvolvidas pela Bosch, que consideram não apenas a emissão de CO2 associada à propulsão, mas também as emissões correspondentes a (well-to-wheel) ou “do campo à roda”, no caso dos biocombustíveis.

O veículo percorreu 240,49 quilômetros. Veja os resultados em quilos de CO2 ou equivalente emitidos.

• Gasolina (E27): 60,64 kg CO2eq
• 100% elétrico (BEV) com energia europeia: 30,41 kg CO2eq
• Etanol (E100): 25,79 kg CO2eq
• 100% elétrico (BEV) com energia brasileira: 21,45 kg CO2eq

Ou seja, a emissão de um veículo movido a etanol foi inferior à de um carro elétrico abastecido com energia de matriz europeia.

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Isso ocorre porque, na Europa, grande parte da energia elétrica é gerada a partir de fontes poluentes, como termelétricas a carvão, óleo ou gás. A matriz elétrica brasileira é mais renovável, com grande participação de fontes hídrica, mas também solar e eólica.

- Os resultados comprovam as vantagens comparativas da matriz energética brasileira, principalmente a importância dos biocombustíveis para uma mobilidade mais sustentável - disse Filosa.

O atual ciclo de investimentos da Stellantis, de R$ 16 bilhões, que termina em 2025, já contempla parte da pesquisa e desenvolvimento da nova tecnologia, mas serão necessários mais recursos, disse o executivo em entrevista coletiva em 31 de março, em São Paulo.

- O Brasil precisa de investimentos exclusivos para fazer uma nova tecnologia como essa, não pode compartilhar recursos com outras regiões - disse Filosa.

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O Brasil é um dos poucos países do mundo a ter produção e uso de etanol combustível em larga escala.

- No futuro, seguramente, será possível compartilhar com outras regiões, como a Índia, por exemplo – afirmou Filosa, acrescentando: - Não posso falar quanto vamos investir, mas tenho acompanhado os anúncios de investimentos de todos os meus competidores e, para o próximo ciclo, meu investimento, se aprovado, será maior que a soma dos investimentos de todos os eles, porque preciso investir muito mais para fazer isso.

O executivo prevê que uma grande difusão de soluções elétricas ou eletrificadas de qualquer nível começará a partir de 2026 ou 2027. A depender da oferta e demanda de níquel, lítio, cobalto, sulfato de manganês, alumínio e cobre (usados nas baterias elétricas e na produção de automóveis), as vendas desses veículos vão ganhar tração, aumentando a economia de escala e reduzindo o custo da tecnologia.

Segundo Filosa, a América do Sul, com fontes de todos esses minerais, será o berço desse futuro que está se desenhando, além de ter o etanol para o presente e para o futuro também.

- É mais que um projeto ambiental, é um projeto de eficiência industrial, sobretudo neste país (Brasil).