O processo de recuperação judicial do Grupo Light foi aprovado por maioria na assembleia geral de acionistas da companhia realizada na manhã desta quarta-feira, no Rio de Janeiro.
Ao todo, 94,5% dos participantes votaram pela aprovação do processo de reestruturação, enquanto 1% votou contra. Houve 4,5% de abstenções.
O Grupo Light cerca de R$ 12 bilhões em endividamento total, o Grupo Light pediu recuperação judicial no início de maio, tendo a solicitação aprovada pela Justiça na sequência. Estava pendente a aprovação pelos acionistas.
O grupo entrou em recuperação judicial alegando dificuldades financeiras. A maior parte do problema está concentrada na Light Sesa, que é a distribuidora de energia do grupo. Essa subsidiária registra perdas pelo menor consumo de energia em sua área de operação e também pelo uso de gatos, sobretudo em áreas de alto risco e onde não consegue atuar para regularizar o consumo.
As duas subsidiárias do grupo, tanto a Light Sesa quanto a Light Energia, que é o braço de geração, não podem recorrer à recuperação judicial por serem concessionárias de serviço público no setor de energia elétrica.
Com isso, a saída encontrada pelo grupo foi usar a holding para pedir proteção à Justiça. O processo acaba abraçando as subsidiárias porque a controladora compartilha da dívida das concessionárias. Sem recursos em caixa para cumprir o cronograma de pagamento de dívidas previsto em contratos com credores, foi preciso recorrer à recuperação judicial.
Pedido de renovação da concessão
A operação das concessionárias, contudo, segue regularmente, com pagamentos a fornecedores, funcionários, fiscais e de obrigações intra-setoriais sendo realizados, afirmou o presidente do Grupo Light, Octavio Lopes.
A Light tem agora um outro grande desafio a vencer, que é a renovação da concessão da distribuidora de energia, que vence em 2026. No início deste mês, a companhia pediu a renovação antecipada do contrato por mais 30 anos à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Ministério de Minas e Energia (MME).
Também a Light Energia fez seu pedido de renovação antecipada do contrato de concessão.
Lopes vem afirmando que ter o contrato renovado, mas em novas bases financeiramente sustentáveis, será fundamental para o processo de reestruturação da companhia, porque deve destravar negociações com credores e facilitar acesso a crédito diante da abertura de um horizonte de operação de longo prazo.
Um grupo de detentores de títulos de dívida da Light, portanto credores da companhia, recorreram à Justiça para barrar o processo de recuperação judicial, mas não tiveram seu pleito acolhido.