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Por Bruno Rosa — Rio

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) instaurou nesta segunda-feira processo ético para analisar a campanha que traz Elis Regina, morta em janeiro de 1982, recriada por inteligência artificial através de uma tecnologia chamada de "deep fake". A ação publicitária faz parte da campanha de 70 anos da Volkswagen e conta ainda com a participação de sua filha Maria Rita, que também é cantora.

A abertura do processo pelo Conar vai analisar se a campanha violou alguma norma do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. O comercial mostra Maria Rita dirigindo um dos veículos da montadora e cantando um dos clássicos de Elis Regina, “Como Nossos Pais”. Ao longo do filme, Elis aparece cantando também em um modelo antigo da Volks.

A abertura do processo do Conar foi informada pelo advogado Gabriel Britto, que fez denúncia ontem. Ele recebeu um email da secretaria executiva do órgão confirmando a abertura do processo. Segundo ele, é necessário limitar o uso da inteligência artificial em publicidade e estabelecer diretrizes para o seu uso.

Segundo ele, a campanha contraria diversos artigos, como o de número 27, já que um anúncio deve conter uma apresentação verdadeira do produto oferecido.

Ele cita ainda o artigo Artigo 37 - 2B, que prevê que, quanto às crianças e adolescentes os “anúncios deverão (...) respeitar a dignidade, ingenuidade, credulidade e inexperiência”.

- Isso traz desconforto e perturbação com a mistura entre ficção e realidade para alguns consumidores, como crianças, adolescentes e vulneráveis. O potencial de desinformação do deep fake é gigantesco e o uso ilimitado pode resultar na distorção da realidade - afirmou ele.

Ele cita ainda uma questão ética em relação ao uso da tecnologia na publicidade, como a inteligência artificial, que possibilita trazer pessoas falecidas à vida.

- O uso do deep fake merece a fixação de normativas legais.

O advogado cita ainda o “Anexo O- Veículos Motorizados” do Código: Maria Rita e Elis Regina cantam e olham uma para outra enquanto dirigem, "em desatenção e de forma imprudente, considerando que deveriam olhar de forma fixa o caminho e estrada à frente na qual transitam", citou o advogado.

Ética e respeitabilidade

Em nota, o Conar disse que abriu representação ética contra a campanha “VW Brasil 70: O novo veio de novo”, de responsabilidade da VW do Brasil e sua agência, AlmapBBDO, motivada por queixa de consumidores.

Segundo o Conar, os consumidores questionam se é ético ou não o uso de ferramenta tecnológica e inteligência artificial para trazer pessoa falecida de volta à vida como realizado na campanha.

O Conar disse que vai analisar as queixas sob o ponto de vista dos princípios de respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade. 'Adicionalmente, questiona-se a possibilidade de tal uso causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes", disse o Conar.

A Volks disse que a utilização da imagem de Elis Regina na campanha foi acordada com a família da cantora. "A intenção da Volkswagen com a campanha foi destacar a transição das gerações e a renovação da marca", afirmou a montadora.

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