Negócios
PUBLICIDADE

A crise da 123milhas ‑ na sequência da enfrentada pelo Hurb - está levando o consumidor de volta à agências de viagens tradicionais, afirmam especialista do setor de turismo. É cenário que beneficia a operação de lojas físicas, apoiadas em recursos digitais.

- Há duas frentes avançando, a depender do nível de confiança do cliente. Os que preferem agências on-line, vão buscar as de mais tradição, como a Decolar. Outros vão para as mais tradicionais, para as lojas físicas principalmente ‑ frisa Jeanine Pires, ex-presidente da Embratur e consultora de turismo.

A demanda pela loja física ou o contato direto com um agente de viagens vem a reboque da crise de confiança instalada no consumidor, diante do volume de viagens canceladas em consequência da crise no Hurb e 123milhas.

Na terça-feira, dez dias depois de ter interrompido a venda de seus pacotes flexíveis - vendidos para viagens a serem feitas mais de um ano após a compra, sem reserva fechada de bilhete aéreo ou hospedagem - a 123milhas pediu recuperação judicial.

Efeito no mercado

Na CVC, entre as maiores operadoras de turismo do país, o efeito é claro. Dados internos da companhia, ainda que considerando o movimento total, mostram alta em vendas na semana passada em comparação com a semana anterior.

Os circuitos europeus tiveram alta de 36%. Para o exterior, os destinos mais demandados são Estados Unidos, Portugal e Itália. No Brasil, Porto Seguro lidera o ranking de destinos mais vendidos, com alta de 18%, seguido de Maceió, Recife e Salvador.

- O mercado de turismo está aquecido neste segundo semestre e a CVC vem sentindo um movimento intenso em nossas lojas físicas nos últimos dias. O mês de agosto está respondendo muito bem às vendas com o cenário atual. Os clientes estão em busca dessa segurança na hora de comprar sua viagem de lazer - diz Fabio Godinho, CEO da companhia.

Ele reforça a importância do viajante sair da loja com voucher da reserva no hotel e código confirmado da passagem aérea.

Dos pacotes internacionais vendidos pela CVC na última semana, quase 60% têm embarque para este ano, sendo as maiores fatias em setembro (15%) e outubro (19,5%). Dos nacionais, quase 75% são para viagens em 2023, com pico em outubro (20,28%).

Opção por viagem mais barata

Fabiano Camargo, presidente da Braztoa, que reúne mais de 53 operadoras de turismo no país, confirma o movimento maior nas empresas tradicionais do setor:

- Há aqueles que tiveram parte da viagem cancelada e agora precisam remarcar ou desistir de viajar. É um caso muito complexo. Quem tem condições está optando por adquirir o que falta para sua viagem ou comprar outra, mas com tudo garantido.

Porém, o consumidor que foca no melhor preço ao escolher a viagem, continua ele, faz isso por necessidade. E, assim, terá mais dificuldade de reagendar ou concretizar os planos de férias.

- É uma perda que compromete a renda familiar. Se a pessoa tinha comprado uma viagem para Las Vegas, por exemplo, vai ter de trocar por um destino doméstico mais próximo para arcar com o custo ou cancelar - pondera.

Reforço a lojas físicas

Esse movimento impulsiona o atendimento em lojas físicas. A CVC tem planos de turbinar sua rede de lojas nos próximos dois anos. Já a gigante digital Decolar vai abrir dez lojas físicas no país até o fim deste ano.

Com operações na América Latina e tendo o Brasil como seu principal mercado na região, a Decolar divulgou esse movimento anteriormente à atual crise da 123milhas. É uma forma de prover experiência personalizada, preferência de mais da metade dos clientes, explicou o CEO da companhia, Damian Scokin.

No segunto trimestre, período em que a crise do Hurb estourou, a Decolar registrou aumento de 39% nas transações no Brasil, na comparação com igual período de 2022. Nos resultados divulgados ao mercado, a companhia não correlaciona esses movimentos.

Reforça, contudo, de forma regular a oferta de produtos para avançar na preferência do consumidor. Logo após a 123milhas suspender a venda de pacotes flexíveis, a Decolar lançou uma promoção, que se encerra hoje, vendendo pacotes de viagens no Brasil e no exterior ou hospedagem com pagamento em 15 vezes sem juros. Também sem fazer a relação entre os dois eventos.

É o fim do mercado de compra de milhas?

Com o pedido de recuperação judicial da 123milhas - que já havia se unido à concorrente MaxMilhas e está no mesmo grupo da HotMilhas ‑ o segmento de venda de milhagem para emissão de passagens aéreas se retrai.

A prática, explica Luciana Atheniense, advogada especialista em Direito do Turismo, tem de ser analisada de acordo com cada contrato. Mas a maior parte dos programas de fidelidades de companhias aéreas, diz ela, proíbe a venda de pontos pelos participantes.

- Há uma cadeia de ilegalidades a serem observadas. A venda de milhagem, que não pode ser feita, ocorre. Tem empresas fazendo isso e, nos aeroportos, parceiros das empresas aéreas, há propaganda maciça da 123milhas em todos os fingers - destaca Luciana.

No pedido de proteção à Justiça, a 123milhas explica que as vantagens que permitiam emitir bilhetes aéreos mais baratos, principalmente com a compra de milhagem, foram encolhendo porque o preço dado pelas companhias passou a exigir maior quantidade de pontos ou milhas para emitir passagens, além de ter havido mudanças de regras dos programas de fidelidade das voadoras, restringindo o uso pelos participantes.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) frisa que a venda de milhas e benefícios de programas de fidelidade é ilegal, expondo o consumidor a riscos. "Os transtornos recentemente noticiados pela imprensa exemplificam o risco de se adquirir uma promessa de passagem sem estar relacionada à oferta oficial das companhias aéreas", diz a entidade.

A entidade frisa que suas associadas trabalham para evitar fraudes em seus programas e que, a assistência ao consumidor nesses casos de venda de milhagem, "foge da responsabilidade das companhias" aéreas.

Webstories
Mais recente Próxima Com crise da 123milhas, pequenos hotéis e pousadas temem novos calotes
Mais do Globo

Em julho, cantora comemorou seus 55 anos com festa de aniversário inspirada na série de sucesso

Compositor de Bridgerton lança versão orquestral de 'Waiting for tonight', de Jennifer Lopez

Ginasta se tornou a maior medalhista olímpica da história do Brasil

Olimpíadas de Paris-2024: No salto, Rebeca Andrade garante medalha de prata

Brasileira ficou atrás de Simone Biles na final do salto nos Jogos Olímpicos de Paris-2024

Rebeca Andrade conquista quinta medalha e se iguala a maiores atletas olímpicos brasileiros; veja ranking

Polícia ainda investiga o caso e pede ajuda à população com informações que possam levar aos outros autores do crime


Dupla é presa em São Gonçalo suspeita de matar a pauladas motorista de aplicativo que não quis entrar em comunidade

Meio-campista foi contratado junto ao Defensor-URU

Fluminense anuncia a contratação do volante uruguaio Facundo Bernal

Aliança que coloca governador de Minas Gerais e ex-prefeito no mesmo palanque tem Mauro Tramonte (Republicanos) como cabeça de chapa e Luísa Barreto (Novo) na vice

Com Zema e Kalil lado a lado, Republicanos oficializa candidatura de deputado com vice do Novo
Dino cria regras para emendas

São 254 vagas nas áreas de teatro, música, dança e audiovisual

Polo Educacional Sesc abre inscrições para cursos de artes

Aeronave Embraer 195 colidiu com pássaro após decolar em São Paulo nesta sexta-feira

A caminho do Rio, voo da Azul colide com urubu em Congonhas e é obrigado a fazer pouso forçado; veja vídeo

Final do salto na ginástica artística na Olimpíada de Paris-2024 acontece neste sábado

Notas do salto na final da ginástica artística; acompanhe resultados em tempo real