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Por — São Paulo

A Petrobras e a Weg, empresa brasileira de equipamentos eletroeletrônicos, fecharam uma parceria para desenvolver juntas um aerogerador onshore (em terra) de 7 megawatts (MW). Segundo a Petrobras, trata-se do primeiro aerogerador desse porte e o maior a ser fabricado no Brasil. A Petrobras vai investir R$ 130 milhões no projeto, que já está em andamento.

Para a Petrobras, a parceria é um avanço no conhecimento de tecnologia eólica, contribuindo para impulsionar a transição energética no país, com produção de energia limpa. A Weg vem desenvolvendo tecnologia para ampliar a eficiência energética, a produção de energias renováveis e mobilidade elétrica.

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, disse durante a Brazil Windpower, feira do setor eólico que acontece em São Paulo, onde foi feito o anúncio da parceria, que a Petrobras está 'retornando ao setor eólico', depois de ter ficado afastada desse segmento 'perambulando pela política'. Ele lembrou que foi criada um diretoria de transição energética e energia renovável na companhia e que a parceria com a Weg é o primeiro resultado prático do trabalho desses especialistas.

— O retorno ao setor eólico começou na nossa gestão com a criação de uma diretoria específica. É uma grande transformação, uma metamorfose da Petrobras de se transformar em outra coisa — de uma gigante de petróleo em uma gigante de energia renovável. Não é trocar diesel pela energia solar. É uma metamorfose ambulante, abrindo um novo caminho mesmo enquanto depende do faturamento da Bacia de Campos, ou do Campo de Mero — afirmou Prates, lembrando que também estão sendo estudadas alternativas de descarbonização em atividades de petróleo.

Ele disse que a companhia é que a mais detém conhecimento do ambiente offshore, com tradição em operação marítima, que trará sinergia importante para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. A expectativa do mercado é que os leilões de energia eólica offshore aconteçam em 2024.

A Petrobras analisa aquisição de parques eólicos on shore para adicionar ao seu portfólio de energia renovável, o que deve acontecer em pouco tempo. Em um segundo nível, a companhia está estudando projetos com licença concedida, medições já feitas, mas que ainda não estejam prontos, para desenvolver em conjunto com as empresas. A produção de energia eólica offshore deve começar mais a longo prazo, após os leilões

'Os altos custos de produção de energia eólica offshore têm sido um desafio em todo o mundo. A Petrobras não investirá em em projetos que não forem rentáveis, disse Maurício Tomalsquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras.

Maior potencial offshore

Prates afirmou que a Petrobras tornou-se a empresa com maior potencial de produzir energia eólica offshore do Brasil, depois de ter protocolado no Ibama pedido de licenciamento ambiental para diversas áreas de exploração em estados como Rio Grande do Norte, Ceraá, maranhão, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. São dez áreas no litoral brasileiro, que somadas têm potencial de geração de 23 GigaWatts.

No Rio de Janeiro, a área escolhida apresenta um diferencial em relação às demais, já que tem profundidade maior do que 100 metros, onde é possível usar fundações fixas, cravadas no solo.

— Essa iniciativa marca a entrada efetiva da Petrobras no segmento de energia eólica offshore. Estamos preparando a empresa para se tornar a maior desenvolvedora de proejto de energia eólica no país — afirmou Prates.

Prates afirmou que a Petrobras está fazendo medições de vento em plataformas para medir o potencial de geração de energia eólica e desenvolvimento de parque eólicos desde 2013. Também fez parcerias com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para testar tecnologias offshore de produção de energia, entre elas a chamada tecnologia flutuante, que poderá ser implementada na Bacia de Santos, com potencial de geração de 15 Megawatts, o que equivale a15% da energia necessária para abastecer uma plataforma.

Um centro de estudos e pesquisas também está sendo criado no Rio Grande do Norte para criar um ecossistema no estado que é lider em produção de energia eólica onshore.

— Firmamos parceria com players estrangeiros, compartilhando nosso conhecimento no cenário offshore e na China assinamos seis acordos para alavancar projetos de energia renovável com empresas gigantes do setor. Queremos ficar engtre as gigantes globais de energia renovável. A Petrobras chegou chegando nesse setor — garantiu.

O presidente da Petrobras afirmou que a Margem Equatorial, região que se estende da Guiana ao estado do Rio Grande do Norte, com alto potencial petrolífero, apesar da negativa do Ibama em permitir a exploração na área, será o ambiente mais atrativo e disputado para produção de energia eólica offshore de todo o mundo em sete anos. Prates afirmou que o mar na região é raso e não tem as imtempéries do Mar do Norte, por exemplo.

Altura de seis Cristo Redentor

O aerogerador terá 220 metros de altura do solo até a ponta da pá, o equivalente à altura de seis estátuas do Cristo Redentor. Seu peso é de 1.830 toneladas, correspondendo ao peso de cerca de 1.660 carros populares ou 44 Boeings 737.

O acordo prevê o desenvolvimento de tecnologias para a fabricação dos componentes do aerogerador, além da construção de um protótipo e testes. A Weg prevê que o equipamento poderá ser produzido em série a partir de 2025.

Harry Schmelzer, presidente executivo da Weg, afirmou que a parceria com a Petrobras será um marco na história brasileira em energia eólica. O aerogerador de 7 megas será o primeiro desenvolvido pela empresa, que já tem equipamentos de 4,2 megas. O executivo lembrou que a Weg começou em 2011 a desenvolver equipamentos desse tipo, visando a eletrificação e digitalização.

— O investimento em energia renovável foi previsto no nosso plano estratégico de 2010 e esse seria o novo direiconador da Weg. Compramos tecnologia dos Estados Unidos para desenvolver aerogeradores aqui, depois compramos a própria empresa que nos forneceu a tecnologia e construímos uma engenharia própria e estrutura, passando a desenvolver os primeiros aerogeradores no Brasil de 2,1 megas, 4,2 megas e agora estamos indo para 7 megas. Vamos desenvolvendo novos conceitos de forma a termos mais inovação, com redução de custo, de peso. Estamos criando embasamento para os próximos passos — disse o presidente da Weg.

Projeto desenvolvido desde 2021

O projeto vem sendo trabalhado pela equipe de energia da Weg desde 2021. Algumas peças já foram desenvolvidas e as pás estão em construção. Embora o projeto seja onshore, ele servirá como base para desenvolvimento de equipamento offshore. Em troca do investimento, a Petrobras receberá royalties pela venda das máquinas e terá preferência na compra de um futuro desenvolvimento de aerogeradores offshore.

Com mais de 1.500 GW de potencial em eólicas onshore e offshore, o Brasil ocupa o sexto lugar no ranking global de capacidade instalada onshore, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

O Brasil registrou, até fevereiro passado, 890 parques eólicos instalados em 12 estados brasileiros. Eles somam 25,04 gigawatts (GW) de capacidade instalada em operação comercial, que beneficiam 108,7 milhões de habitantes.

Desse total, 85% estão na Região Nordeste. De acordo com a Abeeólica, até 2028 o Brasil terá 44,78 GW de capacidade instalada desse tipo de energia, cuja participação na matriz nacional atinge, atualmente, 13,2%. A eólica já responde hoje por 20% da geração de energia que o país precisa.

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Caminho para a transição energética

Felipe Bonaldo, sócio da consultoria A&M Infra, avalia que a Petrobras começa a se posicionar em energia renovável, seguindo a tendência de 'nearshore', onde os fornecedores de equipamentos ficam mais próximos da companhia. Isso explica a parceria com a Weg, que é uma das poucas fabricantes de aerogeradores do mundo — e é brasileira — já que as demais são estrangeiras.

— A Weg já faz aerogeradores, mas não de 7 megas, como está sendo anunciado. A parceria para desenvolver uma tecnologia dessa no Brasil é incrível. Na prática, na medida que desenvolva esse aerogerador para onshore, certamente ele será adaptado para offshore, com um parceiro nacional para fornecer equipamento — disse Bonaldo, lembrando que a parceria também ajuda a desenvolver a indústria nacional nesse segmento.

Bonaldo lembra que a plataforma de energia do governo atualmente é a Petrobras, já que a Eletrobras foi privatizada, ainda que o governo tenha boa participação nela. Para ele, cada vez mais a Petrobras deverá se aproximar do mercado de energia renovável, olhando a produção offshore, como as grandes petrolíferas estão fazendo.

— Eu não acredito na substituição do consumo fóssil no curto prazo. Ele terá vida longa, mas as grandes petrolíferas já estão pensando os próximos 50 anos. Então, é preciso que a Petrobras participe do setor de energia de diferentes fontes, para não impactar a pegada de carbono de forma global. Tem que olhar fóssil e renovável para ver qual traz melhor resultado a seu investidor — analisa ele, observando que os investimentos para produção de energia eólica offshore estão na casa dos "bilhões".

Novo foco

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem defendido que a energia eólica offshore será fundamental na transição energética brasileira. Em março passado, a Petrobras e a norueguesa Equinor já anunciaram a assinatura de uma carta de intenções para avaliar a construção de sete projetos de energia eólica em alto-mar (offshore) na costa brasileira. Foi o primeiro movimento da estatal sob nova gestão em direção a uma nova estratégia.

Agora, o acordo com a Weg dá tração ao desenvolvimento de aerogeradores de última geração no país.

“Esse projeto é um degrau em direção ao desenvolvimento de uma nova geração de equipamentos de energia eólica offshore, que têm grande potencial de expansão no litoral brasileiro", comentou o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos José Travassos no comunicado.

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