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Por — Rio

Nação do Pix, o Brasil vem atraindo a atenção do mundo todo em relação ao potencial de digitalização dos meios de pagamento, diz o presidente da Visa no país, Nuno Lopes, em entrevista ao GLOBO. A multinacional atua no ramo em 194 países e contabiliza mais de 76 mil transações por segundo no planeta. “Todo mundo da empresa, globalmente falando, está vindo aqui a toda hora. Eles querem saber, querem conhecer, ver e contribuir”, conta o executivo.

Segundo ele, a Visa quer explorar no Brasil outras formas de pagamentos digitais, indo além do cartão de plástico. Após o crescimento do pagamento via celular e relógios, a companhia quer popularizar no país inovações como os pagamentos usando biometria, assistentes pessoais e a integração com redes sociais e aplicativos de mensagens como o WhatsApp. “O que a gente quer é acabar com o hábito de ir às compras. É cada vez mais possível embarcar o comércio no contexto do consumidor”, define.

A Visa sempre foi uma empresa de cartão e agora o setor financeiro passa por uma grande transformação. Qual é o futuro do pagamento?

A gente nunca produziu um plástico e não damos crédito, mas somos conhecidos como (uma empresa de) cartão de crédito. O que fazemos é a tecnologia que está por trás e que permite as transações no mundo inteiro. O plástico, através de um chip, é de fato um meio onde nossa conta vive. Mas hoje isso também acontece no celular, no relógio e nos aplicativos de entrega e de transporte.

Agora, há o pagamento por aproximação. O próximo passo é a biometria, com as informações de seu rosto. E, se avançarmos mais, há as assistentes de voz. A gente quer fazer o pagamento desaparecer porque no final o que o consumidor quer é acessar um bem ou um serviço.

Como o pagamento se insere no mundo digital?

A gente quer é acabar com o hábito de ir às compras. O consumidor não precisa parar o que está sendo feito para isso. Para a Geração Z e as mais novas, a compra está dentro da rede social. Se algum influenciador está usando um tênis, por exemplo, eles vão querer comprar. E não precisa sair da rede social para isso. No ano passado, 10% de todo o comércio eletrônico no mundo já foi feito em rede social.

A gente prevê que, em 2025, cerca de 20% pelo menos sejam nas redes sociais. Ou seja, ele não interrompeu o que ele estava fazendo para entrar no motor de busca, ver um tênis, acessar um marketplace e escolher o modelo. E no mundo físico também. Se estou passando na rua e gostei do tênis de uma pessoa, tiro uma foto, e a inteligência artificial reconhece e já me leva para um lugar onde o modelo está disponível. É o comércio permanente.

E como a Visa está participando da construção desse ecossistema?

Em breve vamos lançar um serviço em parceria com outras empresas para facilitar o processo de compra “tokenizando” as informações pessoais como endereço, CPF, entre outros. Ou seja, todos os dados da conta serão disfarçados (através de números aleatórios). Assim, se você se autenticar pelo celular uma única vez, sempre que você entrar em um site com comércio eletrônico não vai precisar mais preencher os dados.

O cartão de plástico ainda é relevante para a Visa?

No mundo físico, o pagamento por aproximação já supera 50% de todos os pagamentos feitos no Brasil. Antes da pandemia não chegava a 10%. E mais de 80% dessa aproximação ainda é com o cartão físico. Eu não tenho nada nenhuma guerra contra o plástico. A minha guerra contra o plástico é ecológica e não como meio. Inclusive temos plástico reciclado.

De que forma empresas de tecnologia são parceiras nesse processo?

Vamos nos associar a cada participante que tenha uma tecnologia que permita tornar o pagamento invisível com segurança. Passamos a trabalhar com o WhatsApp, por exemplo. Através de um clique você compra um produto via uma publicidade sem a necessidade de sair do app de mensagens, pois nossa experiência está integrada ao WhatsApp.

No comércio, a maquininha já pode ser baixada no celular, com o chamado Tap to Phone. Em pouco mais de um ano temos mais de 2 milhões de terminais que são software. Entre janeiro e março deste ano, mais que dobrou. Você está digitalizando o mundo e a maquininha também fica digitalizada.

No Brasil, há o Pix. De que forma isso vem mudando o mercado e aumentando a competição com o cartão?

O Brasil é um dos maiores mercados para Visa. E é um dos mais desafiados globalmente em termos da convergência de várias tecnologias que estão acontecendo. O ritmo de inovação, se não é o mais alto do mundo, vai estar entre os dois e três maiores. E todo mundo da empresa globalmente está vindo aqui a toda hora. Eles querem saber, querem conhecer, ver e contribuir. É um mercado em ebulição. O que a gente aprende aqui leva para o mundo. Normalmente aqui acontece antes.

Quais mudanças o Pix já trouxe para o setor?

A gente vem caminhando para um futuro com maior fragmentação de pagamentos. Antes era DOC e TEC com custo e experiência ruim. Hoje, com celular, CPF e e-mail é possível mandar dinheiro de um lugar para o outro muito rapidamente. Essa facilidade encontrou novos usuários, mas isso não necessariamente tira espaço nosso, do cartão de plástico. Eles convivem.

Quem perdeu espaço para o Pix foi o dinheiro físico. E isso é a digitalização da população e da economia de uma maneira geral. Teremos o Real Digital (Drex, moeda digital em desenvolvimento pelo Banco Central) e outras que virão ainda.

A Visa também vem participando do Drex. Quais os aprendizados até agora?

Começamos um projeto piloto. Fizemos uma parceria inicialmente com a Microsoft e com a AgroToken para ajudar pequenos produtores rurais a se financiarem fora do Brasil na moeda do investidor estrangeiro, mas recebendo o recurso em real digital. E desenvolvemos uma plataforma que permite gerar uma moeda digital que é integrada às redes de blockchain (tecnologia por trás das criptomoedas).

Agora, estamos desenvolvendo com XP e Bradesco casos de uso futuro do real digital. O piloto do Real Digital está sendo feito em cima de uma rede que o BC escolheu. Mas os bancos participantes podem ter as suas próprias redes, e a integração entre elas é um problema a ser resolvido. E a gente quer resolver isso.

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