Negócios
PUBLICIDADE
Por — Rio de Janeiro

A chinesa Great Wall Motor (GWM) pretende trazer dez modelos de carros elétricos para o Brasil e alcançar a marca de cem mil unidades vendidas no país em 2026. Com esse objetivo, a empresa firmou parceria com o Mercado Livre para comercializar os veículos pela internet, está expandindo a rede de concessionárias e acelerando investimentos na fábrica que comprou da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no estado de São Paulo.

O primeiro carro elétrico da marca trazido ao Brasil, o híbrido Haval 6, começou a ser vendido por aqui em abril e já soma mais de cinco mil unidades entregues. O segundo modelo que a empresa trouxe ao mercado brasileiro foi o ORA, 100% elétrico, lançado em setembro. O valor do primeiro fica entre R$ 215 mil e R$ 315 mil, e o do segundo, de R$ 150 a R$ 184 mil.

Os preços estão acima dos cobrados pela também chinesa BYD, que igualmente comprou uma fábrica no Brasil, na Bahia, e estreou no mercado nacional de veículos leves no ano passado. Para 2024, por exemplo, a BYD deve trazer o compacto elétrico Seagull, por R$ 55 mil.

— A gente mira a concorrência com as marcas tradicionais. Não temos carro popular, focamos na tecnologia. Não pretendemos ter modelos abaixo de R$ 150 mil — diz Oswaldo Ramos, diretor comercial da GWM, quando perguntado sobre como pretende fazer frente à BYD.

Fornecedores locais

A GWM é a maior empresa do segmento automotivo com capital 100% privado na China e tem 70 mil funcionários. Ramos diz que, no momento, a companhia está testando o apetite do brasileiro, para identificar quais dos dez carros que ela pretende trazer para o país serão fabricados na unidade industrial paulista. Segundo ele, o desempenho dos primeiros modelos superou as expectativas:

— Com a venda de 15 mil unidade por ano, já tenho escala para produzir um modelo no Brasil. Estamos fazendo um teste e estamos sendo bem-sucedidos — conta o executivo.

GWN — Foto: Divulgação/GWN
GWN — Foto: Divulgação/GWN

A fábrica em Iracemápolis receberá investimento de R$ 10 bilhões em dez anos, ampliando a capacidade de produção atual de 20 mil unidades para cem mil unidades anuais em 2026. Parte da produção será exportada para países vizinhos. Na América do Sul, a GWM tem apenas uma pequena operação no Equador.

De acordo com Ramos, peças como baterias e parte elétrica deverão ser trazidas da China, mas há perspectiva de desenvolvimento de fornecedores locais, uma vez que outras montadoras asiáticas instalaram unidades de carros elétricos em áreas próximas à Iracemápolis. Assim, é possível ter escala para fabricação local de peças.

Enquanto a fábrica ainda está em obras — deve iniciar a produção apenas no ano que vem —, a estratégia da GWM é aumentar a presença no Brasil por meio de pontos de venda presenciais e pela internet.

Parcerias no Brasil

A chinesa fez parcerias com 28 grupos de concessionárias espalhados pelo Brasil para atender o consumidor brasileiro. Com essas parcerias, dispõe hoje de 74 pontos de venda no país, entre concessionárias e lojas em shoppings. Até 2024, serão 133. O preço é padrão, não varia por região.

O valor também não muda se a compra for feita digitalmente. Pelo site do Mercado Livre, o consumidor pode escolher o modelo e a cor, mediante um adiantamento de R$ 9 mil. A concessionária mais próxima entra em contato com o interessado e oferece condições de financiamento.

Após feito o depósito, o cliente tem três meses para desistir da compra, e o dinheiro é devolvido na íntegra. Se for em frente com o negócio, o carro é entregue na casa dele, não importa onde more. De acordo com Ramos, o índice de desistência é baixo, em torno de 6%.

O executivo avalia que há muito espaço para crescer no Brasil e não se espanta com os estoques elevados de carros no país, que levaram as montadoras a pressionar o governo por um programa de incentivo à compra de carro popular. Para ele, houve erro de planejamento das empresas.

Ele reconhece que há gargalos de infraestrutura para abastecimento de carros elétricos, mas vislumbra soluções personalizadas para amenizar esses obstáculos. Fechou parceria com a catarinense Weg para que ela avalie a possibilidade de instalação de tomadas nas garagens dos compradores.

— Para o carro de uso doméstico, que a pessoa usa no dia a dia, a solução é o híbrido. A pessoa pode abastecer o carro na própria garagem, enquanto dorme. E tem a alternativa do combustível, encontrado nos postos.

A GWM também vai iniciar testes com caminhões movidos a hidrogênio no Brasil. Os primeiros serão importados da China em 2024. Para Ramos, essa é a aposta que o país deveria fazer para estar na vanguarda da transição energética.

Webstories
Mais recente Próxima Criadores de 'South Park' dão direitos autorais do desenho como garantia para empréstimo de R$ 4 bi
Mais do Globo

Agenda

Preparada para receber milhões de visitantes todos os anos, a capital francesa sofre com engarrafamentos, condicionamento de ar falho e água morna para hidratação

Trânsito, calor e logística são problemas para público e profissionais em Paris-2024

Time Brasil subiu ao pódio sete vezes e está em 19° no ranking geral

Quadro de medalhas das Olimpíadas 2024: veja ranking atualizado

Evento da Fox News estaria marcado para 4 de setembro

Trump afirma aceitar participar de debate com Kamala Harris

Americana ficou na terceira posição nas qualificatórias do aparelho nos Jogos de Paris

Olimpíadas 2024: Saiba quem é Jade Carey, ginasta que pode surpreender na final do salto

Ferramenta criada pelo GLOBO mostra que Rebeca Andrade tem 97% de probabilidade de subir ao pódio na ginástica artística hoje

Medalhômetro: veja as chances de medalha do Brasil na programação deste sábado em Paris-2024

Ciclista de 23 anos estreia neste domingo em Paris, nas provas de estrada

Tota Magalhães se prepara para disputar as primeiras Olimpíadas

Americana teve nota superior em três das quatro vezes que passou pelo aparelho nos Jogos Paris

Olimpíadas: Quanto Rebeca e Biles tiraram nos saltos até o momento; veja

Brasileira conseguiu a primeira e única vitória sobre a bicampeã olímpica do individual geral no torneio disputado na Antuérpia

Relembre: Rebeca derrotou Biles no salto do Mundial de 2023, marcado pela queda da americana