A Americanas adiou para a próxima quinta-feira a divulgação de seus resultados financeiros relativos aos anos de 2022 e 2021. É a quarta mudança anunciada pela varejista, que já transferiu a divulgação de março para abril e, depois, de 31 de outubro para ontem.
A crise na varejista começou em janeiro deste ano, após o ex-presidente Sergio Rial, que ficou apenas nove dias no cargo, ter anunciado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões. Isso levou a empresa a um processo de recuperação judicial com dívidas estimadas em mais de R$ 42,5 bilhões. Os balanços de 2021 precisaram ser revistos por causa do rombo.
Ao justificar a nova mudança, a companhia afirmou, em comunicado divulgado na madrugada de domingo para segunda-feira, que foi vítima “de uma fraude sofisticada e muito bem arquitetada”, o que tornou a compilação e análise de suas demonstrações financeiras históricas “uma tarefa extremamente desafiadora e complexa.”
A empresa esclareceu que, apesar de o trabalho de elaboração das demonstrações financeiras dos dois últimos anos já estar finalizado e de os procedimentos de auditoria terem sido “substancialmente concluídos”, ainda não foi possível cumprir todo o rito interno de aprovação previsto na governança da companhia.
Veja fotos das Lojas Americanas ao longo dos anos
![Lojas Americanas: empresa foi fundada em 1929, na cidade de Niterói, no então estado da Guanabara, pelos empresários Max Landesmann (da Áustria), John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger (dos Estados Unidos). — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/gpy0gqxa4qPj-DJs78pIYvdrzPY=/0x0:768x432/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/N/i/bJyc6kTFaq6H6sjvKRsA/85-768x432.jpg)
![Lojas Americanas: empresa foi fundada em 1929, na cidade de Niterói, no então estado da Guanabara, pelos empresários Max Landesmann (da Áustria), John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger (dos Estados Unidos). — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/RWoO25IED8gzUqQLPCfumgxtA6U=/768x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/N/i/bJyc6kTFaq6H6sjvKRsA/85-768x432.jpg)
Lojas Americanas: empresa foi fundada em 1929, na cidade de Niterói, no então estado da Guanabara, pelos empresários Max Landesmann (da Áustria), John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger (dos Estados Unidos). — Foto: Reprodução
![Em 1982, os principais acionistas do Banco Garantia, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, entraram na composição acionária de Lojas Americanas como controladores. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/v6wCc74_LBaG8sdceNPfbdJKZt4=/0x0:535x315/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/M/z/gV5pVPSbGRZjhpadafcg/amerianas-1.jpg)
![Em 1982, os principais acionistas do Banco Garantia, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, entraram na composição acionária de Lojas Americanas como controladores. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/fEp8F5bYm6E0l0gnmone_VT1kvE=/535x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/M/z/gV5pVPSbGRZjhpadafcg/amerianas-1.jpg)
Em 1982, os principais acionistas do Banco Garantia, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, entraram na composição acionária de Lojas Americanas como controladores. — Foto: Reprodução
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![Lojas Americanas na Rua Marechal Deodoro, em Juiz de Fora, em outubro de 1969. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/3D9FMWaD0NJod5hbAmZz6wOro2U=/0x0:564x916/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/x/M/sE8IADSVWAb1dEMFsMKw/4a99133194872335200d974a67492684.jpg)
![Lojas Americanas na Rua Marechal Deodoro, em Juiz de Fora, em outubro de 1969. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/CtRb4kocAqxpw94lyJEUVDO06B4=/564x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/x/M/sE8IADSVWAb1dEMFsMKw/4a99133194872335200d974a67492684.jpg)
Lojas Americanas na Rua Marechal Deodoro, em Juiz de Fora, em outubro de 1969. — Foto: Reprodução
![Lojas Americanas na Rua Halfeld, em Juiz de Fora, julho de 1973. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/goDq1pjfBT6UtxVpO4kzG7baRsA=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/M/6/12UBiFQy69onfLnFR7Iw/halfeld-americanas-julho-1973-res.jpg)
Lojas Americanas na Rua Halfeld, em Juiz de Fora, julho de 1973. — Foto: Reprodução
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![Clientes em uma das lojas no Rio, em 1979. — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/RzeFpxwc8ajUo4gsp1BBI0rrqeg=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/P/A/6eOsFXT9iQwuj9HHk3MQ/20371856-rj-06-04-1979-comercio-rj-lojas-americanas.-foto-anibal-philot-agencia-o-globo-negati.jpg)
Clientes em uma das lojas no Rio, em 1979. — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo
![Clientes em uma das Lojas Americanas no Rio, em 1979 — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/4gOnXU0SSD3yII_RRa_MdVwL0aQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/o/K/By5mLiQCGhBG9Mm1tLRA/20443168-rj-06-04-1979-comercio-rj-lojas-americanas-anibal-philot-agencia-o-globo-negativo-79-1-.jpg)
Clientes em uma das Lojas Americanas no Rio, em 1979 — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo
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![Fachada de uma loja em 1987 — Foto: Alexandre França / Agência](https://s2-oglobo.glbimg.com/1v_pw5iZ70sRUek1be0o4dULenA=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/I/2/BBsfgETV2dQKf2b48fxQ/20325391-rj-23-09-1987-comercio-rj-lojas-americanas-alexandre-franca-agencia-o-globo-negativo-1-.jpg)
Fachada de uma loja em 1987 — Foto: Alexandre França / Agência
![Evolução da identidade visual da marca — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/bEjkJhBx8Gv0OAUUn8EFB-sUEgo=/500x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/x/Z/5VtFuQT3GxnTfh7Rxsjg/americanas-logos.jpg)
Evolução da identidade visual da marca — Foto: Reprodução
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![Frente de uma loja em 1991. — Foto: Ricardo Mello](https://s2-oglobo.glbimg.com/nrqJGjnXN92qs-gSZ46yq6dMIkQ=/1070x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/O/C/2NEBf7QhGxlJ8YHkJupA/20318214-rj-12-12-1991-comercio-rj-lojas-americanas.-foto-ricardo-mello-agencia-o-globo-negati-1-.jpg)
Frente de uma loja em 1991. — Foto: Ricardo Mello
![Loja Americanas no Plaza Shopping, em Niterói, em 2006. — Foto: Letícia Pontual](https://s2-oglobo.glbimg.com/t3FmKdGu2cPys6jIay_l_cwbvZU=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/x/c/JfU2DlRUeDEbZCJI4MPA/38258307-01112006-leticia-pontual-jb-ni-preparacao-financeira-para-o-natal-abertura-de-credi.jpg)
Loja Americanas no Plaza Shopping, em Niterói, em 2006. — Foto: Letícia Pontual
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![Lojas Americanas se encontra em meio a uma crise com rombo de 20 bilhões de reais — Foto: Hermes de Paula](https://s2-oglobo.glbimg.com/B6248Xi0TdRqSSuGT5HOgFrJSVA=/1358x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/e/C/FPzRkORVyebFWA7RIBjg/101771257-ec-rio-de-janeiro-rj-16-01-2023-crise-lojas-americanas.-foto-hermes-de-paula-agencia-1-.jpg)
Lojas Americanas se encontra em meio a uma crise com rombo de 20 bilhões de reais — Foto: Hermes de Paula
A decisão pegou parte do mercado de surpresa, já que no domingo, segundo fontes, a diretoria esteve em reuniões o dia inteiro.
A expectativa é que a divulgação dos resultados ocorra na quinta-feira com a presença de Leonardo Coelho, o atual presidente da empresa, e Camille Loyo Faria, diretora de Relações com Investidores.
Além dos números, a varejista vai atualizar a evolução de seu plano de recuperação judicial e apresentar o plano estratégico que já está sendo implementado e que norteará seu desempenho operacional e financeiro futuros.
Credores céticos
A divulgação dos resultados é essencial, na opinião de credores, para que o plano de recuperação judicial possa ser votado em uma assembleia geral. A expectativa da Americanas, dizem fontes, é que a votação ocorra em 19 de dezembro, último dia antes do recesso da Justiça.
Além disso, ter o tamanho real do rombo da companhia é fator-chave para destravar a venda de ativos da empresa, como a rede Hortifruti Natural da Terra, que foi suspensa pela própria varejista.
Outro processo que está parado é a venda da Uni.co, dona das marcas Puket, Imaginarium e Lovebrand. Para uma fonte, sem o tamanho real da empresa, os interessados têm jogado o preço do ativo para baixo.
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Entre os credores, muitas críticas. Alguns apostam em um novo adiamento, até porque a varejista ainda não tem todas as provas necessárias para calcular o real rombo. Segundo uma fonte, “deverá haver algum valor estimado, com a possibilidade de novos rombos futuros.”
Na semana passada, a Justiça do Rio determinou que a Americanas pague R$ 300 mil mensais à empresa CCC Monitoramento, para monitorar seus números.