Fábrica de brinquedos da Gulliver, que marcou gerações, vai a leilão com lance inicial de R$ 74,8 milhões
Venda dos dois galpões industriais da marca em São Caetano do Sul faz parte do plano de recuperação judicial da empresa. Lance mínimo é R$ 74,7 milhões
Em processo de recuperação judicial desde 2017, a fabricante de brinquedos Gulliver, que acumula 53 anos de história e um lugar nas lembranças de infância de muita gente, terá seus dois galpões industriais leiloados. Daquela fábrica, saíram brinquedos icônicos como o Forte Apache, jogos e bonecos dos personagens Hulk e Homem Aranha.
Localizados em São Caetano do Sul, cidade no ABC Paulista, os imóveis ocupam terreno de 7,3 mil metros quadrados e terão lance inicial de pouco menos de R$ 74.767.511,00.
A venda de bens imóveis está prevista no plano de recuperação judicial para garantir o pagamento dos credores da companhia, segundo o Leilão Judicial Eletrônico, site onde os dados do imóvel estão disponíveis para os interessados. O primeiro leilão está marcado para o dia 18 de dezembro e, até o momento, não houve nenhum lance.
Fabricante marcou gerações
A empresa, fundada em 1970, marcou gerações com diversos brinquedos e jogos infantis como futebol de botão e o Futebol Pelé, bonecos de super-heróis como Batman e Robin, Homem-Aranha e Hulk, o Forte Apache, com bonecos inspirados no Velho Oeste americano e o jogo de xadrez do Mequinho.
No fim da década de 1950, o espanhol Mariano Lavin Ortiz, proprietário de uma fábrica de brinquedos em Madrid, veio ao Brasil tentando escapar da ditadura do general Francisco Franco, na Espanha. Anos depois, seus filhos, seguindo seus passos como empresário, criaram a Gulliver.
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Apesar da recuperação judicial, a Gulliver continua produzindo. Em publicação nas redes sociais, a equipe da Gulliver afirmou que está tomando as medidas cabíveis para "solucionar seus problemas" e que suas atividades não estão paralisadas.
"Queremos assegurar a todos que estamos enfrentando desafios, mas estamos trabalhando para resolver a situação. Estamos empenhados em superar essa fase e encontrar soluções para garantir e dar continuidade às operações e futuro da Gulliver", dizia o post no Facebook.
Não há informações sobre o montante da dívida da Gulliver com credores. Procurada pelo GLOBO, a empresa não respondeu às solicitações de contato até o momento da publicação desta reportagem, tampouco seu advogado. O jornal também tentou contato com a 6ª Vara Cível de São Caetano do Sul, que aceitou o pedido de recuperação fiscal em 2017, mas não obteve resposta.
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