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Às vésperas da Assembleia de Credores, a Americanas informou que chegou a um total de 57% dos credores quirografários (instituições financeiras) que já assinaram um acordo de adesão e apoio ao plano de recuperação judicial, que será votado amanhã em um encontro virtual a partir das 14h.

A varejista explicou que o percentual foi alcançado após o entendimento com o Banco Safra, uma das instituições financeiras mais reticentes em assinar o acordo de adesão. Vai se juntar, agora, ao Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual, Votorantim e Banco Daycoval.

Acionista, mas fora do conselho

O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, disse em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, que é importante a aprovação do plano de recuperação judicial para que prossigam as negociações. O Bradesco é o maior credor da varejista, com cerca de R$ 5 bilhões a receber.

— Vai ter aprovação e isso é importante para que continuem as negociações, para os trabalhadores e para a continuidade do negócio — disse Noronha.

Na prática, ao aprovarem o plano de recuperação judicial da Americanas, os bancos vão se tornar acionistas da empresa. Noronha afirmou que o Bradesco não terá participação no Conselho da Americanas.

— Outros acionistas podem querer participar. Por isso, será preciso aguardar a assinatura do acordo para ver a configuração dos acionistas — afirmou.

O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que é importante para os fornecedores que a varejista volte à normalidade, já que isso significa garantia de emprego.

Além dos bancos, a Americanas afirmou que houve entendimento ainda com a Oliveira Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, agente fiduciário da 17ª emissão de debêntures da companhia, o grupo mais relevante entre os debenturistas, e o BTG Pactual Asset Management DTVM, que representa diversos fundos.

Os credores quirografários, grupo que tem bancos, debenturistas, bondholders e fornecedores, representam a maior parte das dívidas da companhia, de R$ 49,9 bilhões. O total da dívida é de R$ 50,1 bilhões.

O plano, apresentado pela varejista, prevê um aumento de capital de R$ 24 bilhões, dos quais R$ 12 bilhões serão injetados pelos acionistas de referência da companhia (Marcel Telles, Jorge Paulo Lemann e Beto Sicupira) e outros R$ 12 bilhões se referem à conversão de dívidas em novas ações.

O plano firmado com os credores prevê que a capitalização da Americanas tenha um valor de ação que corresponde a 1,33x o preço médio negociado nos últimos 60 dias até a véspera da data da assembleia.

"Para garantir a aprovação do Plano de Recuperação Judicial em Assembleia Geral de Credores, além da aprovação por maioria do volume de créditos, a companhia precisa contar também com o voto favorável da maioria simples dos credores presentes na Assembleia, sendo que, para esse critério, cada credor tem direito a um voto no cômputo geral", explicou a varejista em nota.

No dia 16 de novembro, a varejista disse que, após os ajustes contábeis, o prejuízo foi de R$ 6,2 bilhões em 2021. Em 2022, as perdas chegaram a R$ 12,9 bilhões, o maior da história. A crise na varejista começou em janeiro deste ano, após o ex-presidente Sergio Rial, que ficou apenas nove dias no cargo, ter anunciado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.

A empresa foi alvo ainda de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, que apontou que bilhões de reais em contratos de financiamento bancário, através do mecanismo de risco sacado (ou forfait, operação que consiste no financiamento de fornecedores pelos bancos) estavam fora do balanço ou contabilizados indevidamente.

Com a crise, a B3 suspendeu a Americanas do Novo Mercado, segmento da Bolsa onde são negociadas as ações de empresas com alto padrão de governança corporativa, por tempo indeterminado.

As condições do plano:

  • Classe 1 - Trabalhista

-Total da dívida: R$ 82,9 milhões

-Pagamento em até 30 dias após a homologação do plano sem nenhum condicionante

  • Classe 3 - Quirografários (bancos, debenturistas, bondholders e fornecedores)

-Total da dívida: R$ 49,9 bilhões (sem os créditos entre as empresas do grupo, o valor é R$ 42,3 bilhões)

-Para bancos, debenturistas e bondholders, haverá aumento de capital de R$ 12 bilhões (com troca de parte da dívida por novas ações); troca de dívida reestruturada por novas debêntures e pagamento antecipado com corte, cujo deságio dependerá da adesão.

-Fornecedor padrão: Credores de até R$ 12 mil serão integralmente pagos em parcela única, sem deságio e sem correção, em até 30 dias contados após a homologação do plano. O mesmo vale para credores que aceitarem receber R$ 12 mil mesmo tendo valor maior a receber.

- Fornecedor colaborador (que retomou o fornecimento e as condições comerciais e concorda em voltar a dar prazo) terá tratamento especial e a companhia direcionará até R$ 4 bilhões para atendê-los. Se não for suficiente, o restante terá tratamento de fornecedor padrão.

- Fornecedor de tecnologia terá a mesma condição do fornecedor colaborador: a companhia direcionará até R$ 100 milhões para atendê-los. Se não for suficiente, o restante terá tratamento de fornecedor padrão.

- Restante dos fornecedores (isto é, os fornecedores padrão, exceto os grupos colaborador e de tecnologia) terá deságio de 50% e pagamento em 48 parcelas.

- Para aceitar as condições, todos os fornecedores terão de assinar um compromisso de não litigar. Quem quiser litigar pode ir para Opção I (70% de deságio e pagamento em 15 anos) ou se não fizer nada vai para "default" (80% de deságio e pagamento em 20 anos).

-Todos podem participar ainda de um leilão reverso que será feito pela empresa, se tiverem compromisso de não litigar, com desconto mínimo de 70%.

  • Classe 4 - Microempresas e empresas de pequeno porte

-Total da dívida: R$ 180,2 milhões

-Pagamento em até 30 dias após a homologação do plano sem nenhum condicionante.

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