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Por — Rio de Janeiro

Com crescimento superior a 20% ao ano, a Track&Field vai na contramão de boa parte do varejo brasileiro. Enquanto muitas grandes redes fecharam lojas — num cenário de juros e inadimplência elevados —, a marca alcançou 343 unidades em 2023, com ritmo de abertura de 35 a 40 lojas ao ano. A expansão dos pontos de venda está migrando para as cidade médias das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul. “Sempre tem esse nosso público, que gosta de esporte, gosta desse estilo de vida saudável, tem um poder aquisitivo maior”, diz Fernando Tracanella, CEO da companhia.

A aposta para 2024 vai além das lojas físicas. O grupo inaugurou um marketplace de artigos esportivos há poucos meses e pretende ampliar o número de parceiros, transformando o seu braço de eventos, a TFSports, em uma plataforma de bem-estar.

Muitas varejistas fecharam lojas neste ano. A Track&Field, ao contrário, está abrindo unidades. Isso se deve ao fato de o público da marca ser de alta renda, menos suscetível a juros altos, por exemplo?

Desde 2019, a Track&Field cresceu 27% ao ano (em vendas). Mais que dobrou de tamanho nesse período. E esse cenário permanece em 2023. Houve mudanças de hábito muito positivas (depois da pandemia), pessoas mais preocupadas com saúde, buscando produtos e experiências relacionados a um estilo de vida mais saudável. A nossa missão é justamente conectar as pessoas ao estilo de vida saudável. E tem o que você comentou, um público consumidor menos suscetível a juros e inflação.

Vocês chegaram a 343 lojas no terceiro trimestre, das quais apenas 45 próprias. O plano é expandir via franquias?

Temos aberto entre 35 e 40 lojas por ano nos últimos anos. Nosso objetivo é manter esse ritmo. O foco da nossa expansão são as franquias. Neste ano, por exemplo, todas as lojas que vão ser abertas serão franquias. Esse programa começou em 2011. E nós estamos chegando a quase 300 unidades franqueadas.

Há um movimento de interiorização dessa expansão?

Hoje temos uma capilaridade grande. Estamos em mais de 150 cidades no Brasil, em 25 estados. Temos ainda uma presença bem relevante nas capitais, mas nos últimos anos foram abertas lojas em cidades de pequeno e médio portes, 100 mil, 200 mil, 300 mil habitantes. E sempre tem esse nosso público, que gosta de esporte, gosta desse estilo de vida saudável, tem um poder aquisitivo maior. Então, tem muita oportunidade ainda para crescimento. Crescemos muito nos últimos anos na Região Sudeste. O plano de expansão vai se deslocar um pouco para Nordeste, Centro-Oeste e Sul.

A reforma nas lojas, que passaram a incorporar outros serviços, ajuda nesse crescimento?

Tivemos um programa de reforma de lojas. Algumas têm café, minimercado, com viés de alimentação saudável. Isso tem sido importante para aumentar o fluxo. Temos nove lojas nesse formato com café. Nessas lojas, o crescimento acontece no dobro da velocidade das demais lojas. Isso tem ajudado a empresa a aumentar as vendas. É um crescimento que não depende de novas unidades.

A Track&Field bateu R$ 1 bilhão em vendas no ano passado. Qual a projeção para este ano?

Não podemos passar projeção porque temos capital aberto (ações em Bolsa). Mas nos nove primeiros meses deste ano, crescemos próximo de 20%. A tendência é manutenção (nesse patamar).

A empresa vem investindo bastante em digitalização. Quanto o e-commerce representa do total de vendas?

Representa em torno de 7% a 8%. No pré-pandemia, era 3%. Então a participação do e-commerce mais do que dobrou. Temos uma omnicalidade (integração dos canais físicos e digitais). Mais de 80% das vendas captadas pelo e-commerce são faturadas nas lojas físicas, localizadas mais próximo dos clientes. Como se as lojas funcionassem como minicentros de distribuição. Isso faz com que os produtos cheguem muito mais rápido e com preços menores de frete.

A empresa tem um braço para eventos, a TF Sports, que tem um aplicativo e lançou agora um marketplace. Como isso vai funcionar?

O primeiro marketplace que estamos operando se chama tfmall, de produtos esportivos. Oferecemos produtos da Track&Field e outros complementares, como tênis mais técnicos da corrida, relógios com GPS para monitoramento, tapete de ioga etc. A distribuição é feita pelos parceiros. O conceito desse marketplace é de curadoria de produtos. O objetivo não é ter o maior número possível de parceiros nele, mas sim selecioná-los, com produtos que realmente vão fazer diferença para o nosso cliente.

O acesso é pelo aplicativo?

O acesso é pelo site e pela equipe de vendas nas lojas. Não teremos estoques desse produtos nas unidades físicas, mas os vendedores vão apresentar o marketplace aos clientes. São sete parceiros por enquanto. Mas temos um pipeline robusto à frente. Vamos experimentar a parte de alimentação saudável nessa plataforma (a tfood) .

A TFSports realiza vários eventos. A estratégia é levar os clientes a consumir mais produtos ligados a esporte?

Exatamente. Além disso, a gente gera experimentação do nosso produto. Quando você se inscreve numa corrida, além de você ir à loja retirar seu kit, você vai ficar com uma camiseta nossa, vai experimentar a nossa marca. Então, a gente aumenta o contato dos clientes com os produtos, estimula a prática de atividade física, de uma vida mais saudável. Imagina uma corrida com 5 mil participantes que vão às lojas retirar os kits. Gera movimento para a loja.

Como está a adesão à plataforma da TFSports?

A companhia foi pioneira nessa visão de ecossistema, de ir além de produtos, mas também oferecer experiências. Começamos em 2004 com um circuito de corridas. Agora, vamos organizar mais de 2 mil eventos entre corridas de rua, circuito de beach tenis e experiences, que são as aulas de esportes. Temos mais de 500 mil usuários cadastrados, um crescimento de 60% (ante o ano passado). E mais de 5 mil treinadores que dão aulas on-line.

Há intenção de levar o circuito de corrida e outras modalidades para o exterior?

O nosso circuito é o maior da América Latina em número de etapas. Mas hoje a corrida só ocorre no Brasil. A gente sempre estuda a possibilidade de expandir esse modelo para fora, mas não é o caso por enquanto. Tivemos recentemente um torneio de beach tenis (no exterior), foi a primeira experiência fora do Brasil.

Começamos a entrevista com o senhor falando sobre pessoas mais preocupadas com saúde no pós-pandemia. No entanto, estudo da Federação da Obesidade Mundial prevê que o percentual de obesos no Brasil subirá a 45% em 2035, acima da média global, de 25%. É um desafio para a empresa?

A gente vai lutar contra essa estatística. Nossa missão é justamente conscientizar as pessoas, trazê-las para um ambiente mais saudável, com práticas esportivas.

Qual a expectativa para as vendas de Natal?

Deve ser muito bom, seguindo a tendência dos nove primeiros meses. Somos uma marca que as pessoas escolhem muito para presentear.

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