O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encontrou-se na tarde desta sexta-feira em São Paulo com representantes da marca chinesa de veículos GWM, que está investindo R$ 4 bilhões no país, e vai começar sua produção local no segundo semestre deste ano, na fábrica da cidade de Iracemápolis, no interior do estado.
James Yang, CEO da marca para as Américas, informou ao ministro uma mudança de planos: depois da volta do imposto de importação sobre os elétricos, a GWM decidiu produzir no país um SUV híbrido da linha Haval em vez da picape híbrida Poer.
Entre os modelos que podem sair da linha e produção da GWM no Brasil, estão o Haval 6, que já é vendido no Brasil importado da China, ou o Haval 4, um modelo menor da mesma linha. O projeto de fabricar o Haval no país já existia, mas ele seria produzido apenas depois da picape.
Os preços do modelo Haval variam entre R$ 215 mil e R$ 315 mil. Já o preço a ser cobrado pelo GWM Poer, segundo estimativa do mercado, deve ficar em torno de R$ 250 mil e R$ 300 mil.
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A montadora avaliou que faz mais sentido dentro deste novo cenário, tanto da volta do imposto de importação quanto do lançamento do programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), lançado pelo governo federal em dezembro, fabricar o Haval por aqui.
— Apresentamos o plano de investimentos da GWM para o Brasil, com os ajustes feitos no produto e iniciando a produção nacional pelo Haval, em 2024. Também conversamos sobre o MOVER, para colaborar com os próximos passos da regulamentação e atração de novas tecnologias para produção de conteúdo local — disse Ricardo Bastos, diretor de assuntos institucionais da GWM Brasil, que também participou do encontro.
Especialistas consultados pelo GLOBO, afirmam que com a volta do imposto, os preços dos elétricos importados tendem a ter um reajuste entre 15% e 20%. E o Haval foi bem aceito pelo mercado brasileiro.
A GWM já tinha superado em novembro passado sua meta de vender 10 mil unidades este ano no Brasil. Além do híbrido Haval 6, que chegou em abril, a GWM trouxe em setembro o ORA, 100% elétrico, em setembro, com preços entre R$ 150 mil a R$ 184 mil.
Ricardo Bastos afirmou ao GLOBO, no final de 2023 , que a produção na unidade paulista deve começar na metade de 2024.
— As montadoras chinesas já estão com as decisões tomadas e o caminho claro no Brasil. Diferentemente das fábricas tradicionais, os chineses estão chegando com tudo ao país trazendo uma experiência diferente na eletrificação.
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