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Por e — Rio e São Paulo

A Arezzo e o Grupo Soma, dono das marcas Hering, Farm e Animale, entre outras, acertaram neste domingo o acordo de fusão das duas companhias. A expectativa é que o negócio seja oficializado ao mercado na manhã desta segunda-feira.

Alexandre Birman, hoje no comando na Arezzo, será apontado como o CEO do novo grupo após fusão, enquanto Roberto Jatahy, CEO do Grupo Soma, permanecerá à frente das marcas do Soma. A informação sobre o acordo foi revelada pelo Valor Econômico.

Na semana passada, as companhias já tinha confirmado, em fato relevante, que estavam em tratativas para realizar a fusão, por meio de combinação das ações das duas empresas. Em comunicado ao mercado, ela afirmam que as conversas tratavam da associação "mediante a junção de suas operações e bases acionárias, envolvendo as ações das respectivas companhias e a governança compartilhada do negócio combinado".

Gigante de moda terá receita combinada de R$ 10 bi

Com a fusão, as empresas vão criar uma gigante da moda varejista, com valor de mercado combinado de cerca de R$ 13 bilhões, além de 2 mil lojas e 34 marcas sob o mesmo guarda-chuva. A companhia também terá uma receita combinada de R$ 12 bilhões e 22 mil funcionários.

A notícia das negociações, veiculadas primeiro pelo site NeoFeed, levaram a uma disparada das ações das duas companhias. Os papéis da Arezzo encerraram a sexta-feira com alta de 8,65% no acumulado da semana e valor R$ 62,80; as ações do Grupo Soma valorizaram 10,94%, e passaram a ser negociadas a R$ 7,71.

Em geral, o mercado entende que a fusão trará ganhos operacionais para as empresas. "Apesar de ser um negócio complexo, com várias marcas sob a mesma empresa, criando um gigante nos segmentos de vestuário/calçados (e com riscos de execução no processo de integração), poderia possibilitar a captura de sinergias em distribuição, desenvolvimento de produto, operações de franquia e produção", afirmam analistas do BTG.

Alinhar negócios será desafio

Redução de custos, mais poder de negociação com fornecedores e complemento de estratégias de marcas das duas companhias são alguns dos méritos da transação, comparada por Enrico Cozzolino, sócio e chefe de análise da Levante Investimentos, com a fusão que levou a criação da RaiaDrogasil:

— Se a gente comparar com a última grande fusão desse tipo no varejo, que é entre Raia e Drogasil, existe uma vantagem de dividir o bolo, somar e reduzir os custos de uma operação que é muito similar. Entre pontos fortes, têm maiores garantias, taxas menores (para crédito), redução de custos, maior liquidez de mercado e mais visibilidade internacional.

Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, diz que a fusão, ao ser concretizada, pode ajudar marcas do grupo com ambições internacionais, como é o caso da Schutz e da Farm. A operação da companhia, com união de culturas organizacionais distintas, será um desafio da transação, acrescenta ele:

— Quanto maior e mais complexa a fusão, mais isso se torna crítico. Estamos falando da unificação de culturas, da distribuição de responsabilidades e da harmonização entre os líderes dos negócios. E isso é difícil de saber a priori, porque depende de como será conduzido o processo.

Serrentino lembra que Grupo Soma e Arezzo já tiveram o desafio de fusão de cultura e negócios, respectivamente, com Hering e Reserva, marcas que foram compradas pelas companhias. Ele acrescenta que o alinhamento dos negócios será "absolutamente crítico" e é o que definirá se a fusão gerará valor.

Fusão segue tendência para setor

Ulysses Reis, coordenador de varejo da faculdade paulista Strong Business School, lembra que a fusão entre os dois grupos segue uma tendência já vista em países desenvolvidos, de formação de grandes conglomerados de moda, que ainda não tinha ocorrido no Brasil – mas que, agora, vem num momento de acirrada concorrência de empresas asiáticas.

Na concorrência, o destaque é a chinesa Shein. Como reação ao cerco que o governo federal fez contra sites asiáticos que usam remessas internacionais para vender pela internet para clientes no Brasil, a plataforma on-line de venda e roupas anunciou um investimento de R$ 750 milhões para produzir localmente por aqui.

E essa concorrência mais recente vem num momento em que a demanda local no Brasil patina há cerca de dez anos, em que a economia teve uma forte recessão, seguida de uma semiestagnação e, por fim, a pandemia de Covid-19. Segundo Reis, momentos de crise como o atual tornam ainda mais importantes os ganhos de escala que a formação de um conglomerado empresariado traz.

– O varejo de moda vem perdendo poder dentro do mercado brasileiro desde 2014 – afirmou o professor, lembrando que a fusão daria escala a marcas que já são muito fortes. – Todos estão muito assustados com a presença dos chineses – completou Reis.

O avanço do comércio eletrônico é outro motivo para buscar ganhar escala, segundo o professor. Após a pandemia, as vendas on-line ganharam força no mercado de moda – o crescimento da Shein seria um sinal disso. E mesmo que a tendência seja usar múltiplos canais de venda ao mesmo tempo – a própria marca chinesa tem sinalizado que pretende fazer isso, abrindo lojas físicas –, a escala seguirá importante para competir.

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