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Por — Rio

Em um cenário de maior competição entre as redes de fast-food, o McDonald’s completa 45 anos no Brasil acelerando seu plano de expansão no país e os investimentos em tecnologia. O país é estratégico para a empresa, controlada pela Arcos Dorados, por representar cerca de metade de toda a operação da América Latina em número de lojas.

Com o lançamento do programa de fidelidade no fim do ano passado e pesquisas de opinião, o presidente da Arcos Dorados, Rogério Barreira — que começou como atendente na rede, há 40 anos — , quer entender e satisfazer o freguês, seja com a inclusão de novos produtos, como donuts, ou com a reedição de sanduíches, como o McFish.

O olhar para o futuro também se reflete em maior preocupação com o desperdício de comida. Em parceria com uma startup, o McDonald’s conseguiu redirecionar 10 toneladas de alimentos. A solução, porém, ainda está restrita a menos de 10% das lojas brasileiras.

O McDonald’s está completando 45 anos no Brasil em um momento que as redes de fast-food têm se expandido bastante. Planejam abrir novas unidades em 2024? Veem o Brasil como um país estratégico para a marca?

Em 2024, nós devemos abrir aproximadamente 50 novos restaurantes, principalmente no Sudeste, o que vai gerar cerca de 5 mil novos empregos. Em termos de investimento, vamos investir entre US$ 300 milhões e US$ 350 milhões para abrir até 90 restaurantes na América Latina. Ou seja, a maior parte dos restaurantes vai estar concentrada aqui, que é a operação mais importante para a Arcos Dorados. O Brasil é estratégico pelo seu potencial de mercado, é um território muito grande. Além disso, o país passa a ser estratégico por causa dos próprios resultados que vem gerando.

A Zamp, operadora do Burger King, negocia acordo para adquirir a licença da Starbucks. Houve algum interesse da Arcos Dorados de entrar nessa disputa?

Não queremos outros negócios, queremos focar em McDonald’s. Relançamos este mês o nosso café da manhã. Ele existia, mas na pandemia reduzimos os produtos. Hoje, temos produtos exclusivos para o café da manhã e outros que são vendidos ao longo do dia todo. Temos donuts, pão de queijo recheado e pão com ovo, por exemplo. Sobre a possível retomada do Starbucks, já estamos preparados.

Falando em produtos, o que aconteceu com o McFish? Vocês tiraram o produto do cardápio em 2019 pela baixa demanda, deixando uma série de consumidores saudosos. E, recentemente, quando anunciaram a volta temporária do sanduíche, foram alvo de reclamações de clientes que não conseguiram comprar. O que houve? O McFish vai voltar?

Voltamos com McFish a pedido dos clientes, compramos uma quantidade bastante boa. Tomamos esse risco, já que uma das razões de ele ter saído do cardápio no passado é que a venda não era tão alta. Eu comia McFish e mais algumas pessoas. Quando decidimos voltar com ele, por causa dos pedidos nas redes sociais, fizemos uma venda prévia antes do lançamento oficial. Foi um sucesso. Houve dias em que ele vendeu muito mais do que o Big Mac, o que nunca tinha acontecido antes. (O McFish) acabou antes do que a gente esperava em função do alto consumo. Para o consumidor que comprou antecipado e não encontrou, nós indicamos outra loja próxima para retirada, mas também demos a opção de receber por delivery ou pedir o dinheiro de volta. Ainda vamos analisar se voltamos com esse sanduíche no futuro. No fim, gerou aprendizado. Vimos que o cliente, quando motivado, vai provar.

Há algum plano de investir em lanches vegetarianos?

Para definir produtos, existe uma série de processos, como o cruzamento entre quantos clientes querem esse produto e que fornecedor vamos usar para isso. Na Copa, nós lançamos o McVeggie, mas foi o que menos vendeu. É uma demanda que estamos analisando. Se fizer sentido, vamos lançar.

O consumo é maior em lojas de shopping ou de rua? E como estão as vendas digitais?

Nós focamos, na pandemia, em abrir restaurantes drive-thru, porque é o tipo mais completo e que tem a melhor estrutura para o cliente. Mas, hoje, a participação de lojas de shopping e de lojas com drive-thru é quase 50/50. Os dois segmentos vendem bastante. Nós achávamos que, depois da pandemia, os pedidos via delivery fossem cair, mas não foi isso que aconteceu. Na verdade, esse é um dos segmentos que mais cresce. As vendas digitais (que incluem todos os meios, exceto balcão) já representam 61% do total. O cliente gosta de ser digital. Hoje, ele pode optar pelo drive-thru, pelo balcão, usar o totem ou adiantar o pedido pelo smartphone, que é o que a gente chama de “peça e retire”. Se ele não quiser fazer nada disso, pode pedir diretamente em casa.

Houve mais investimento em tecnologia então? Depois dos cupons, a grande aposta da rede é seu programa de fidelidade?

Lançamos o Meu Méqui em novembro do ano passado, e ele já tem mais de 4 milhões de usuários. O cupom vai continuar, mas queremos ir migrando os clientes para o programa, em que eles recebem pontos para usar da forma que acharem melhor. Essa tecnologia nos permite entender do que cada cliente gosta para que, ao entrar no aplicativo, ele receba promoções personalizadas.

Vocês têm uma ampla gama de parceiros, de fornecedores. Como garantir que haja boas práticas ambientais nessa cadeia como um todo?

Existem algumas iniciativas relacionadas a desmatamento. Temos um monitoramento por satélite das fazendas que vendem gado para nosso fornecedor principal. Caso haja algum desmatamento, somos acionados. Se for confirmado, a empresa deixa de fornecer para o McDonald’s. Além disso, os novos restaurantes já têm energia renovável. Reaproveitamos a água do ar-condicionado, são quase 400 mil litros por dia. E essa água é utilizada para limpeza da área externa, nos banheiros. As luzes são de LED, e o teto tem uma camada protetora que faz com que o restaurante não esquente tanto, o que permite usar menos ar-condicionado.

Existe algum programa para evitar o desperdício de alimentos?

Começamos um trabalho de doação de alimentos em parceria com a startup Comida Invisível. Só no ano passado, com a participação de cem restaurantes, doamos 10 toneladas. Doamos o que provavelmente não será vendido, apesar de ser uma boa comida. As extremidades do tomate, que não servem como rodelas para serem colocadas nos sanduíches, viram molho para esse projeto. A carne que ficava mais de 15 minutos na estufa e não era vendida, sendo descartada, agora é congelada e doada para o Comida Invisível. A doação de alimentos por restaurantes sempre foi um tema complexo legalmente devido à segurança alimentar, mas não dá para estar no Brasil, onde há tanta gente com fome, e jogar comida no lixo.

Como estão lidando com a alta dos preços de alimentos e do salário mínimo? Isso pressionou a operação de alguma forma?

Temos economia de escala. Nosso negócio é volume. Não consigo repassar tudo no preço, não consigo vender um Big Mac a R$ 150. Estamos crescendo em vendas e conseguindo absorver esses custos.

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