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A Justiça americana aprovou na quarta-feira um empréstimo na modalidade DIP para a Gol Linhas Aéreas, dentro da recuperação judicial da companhia aérea brasileira em curso nos EUA desde 25 de janeiro. Com isso, a empresa terá acesso a uma nova parcela, no valor de US$ 200 milhões (R$ 993,7 milhões), de um aporte total de US$ 1 bilhão (R$ 4,97 bilhões). Os recursos que entram agora devem ser usados na manutenção de aeronaves paradas.

Quando pediu proteção à Justiça nos EUA, a companhia apresentou a garantia de que contaria com US$ 950 milhões em investimentos vindos de detentores de títulos do Abra Group, que controla a Gol e a Avianca.

No fim de janeiro, já havia sido liberada uma primeira fatia do financiamento, no valor de US$ 350 milhões. Na audiência realizada em Nova York nesta quarta-feira, a previsão era que fossem liberados US$ 150 milhões. Mas um acordo fechado entre a companhia e credores arrendadores de aeronaves permitiu acrescentar outros US$ 50 milhões a essa tranche do empréstimo, informa uma fonte próxima ao processo.

Com isso, o aporte total subiu para até US$ 1 bilhão. Porém, como as negociações com credores seguem em curso, outros investimentos adicionais poderão ser feitos.

Esses recursos liberados agora serão utilizados para reforçar o caixa da companhia, sendo destinados a despesas como manutenção de aeronaves. A estimativa é que o restante previsto, US$ 450 milhões, sejam discutidos pela Justiça em meados de março.

Negociação com arrendadores de aeronaves

A Gol enfrenta o desafio de chegar a um acordo com os arrendadores de aeronaves, principalmente com os de menor porte, explica uma fonte a par do assunto.

— Faltou ir a esses fornecedores de forma mais organizada — diz esse executivo de mercado que prefere não se identificar.

Isso representa um risco de retomada de aeronaves por esses arrendadores. Há, porém, também em decorrência da crise financeira enfrentada pela companhia, redução da frota em operação. A Gol tem hoje aproximadamente 20 aviões parados principalmente pela necessidade de manutenção de motores.

Na prática, isso impacta a geração de caixa da companhia, peça-chave para ampliar ganho de receita e fazer frente ao pagamento de compromissos com os credores, gerando uma chance de a empresa sair da crise financeira.

Em novembro, então com uma frota de 141 aeronaves e em meio à negociação com os arrendadores de aeronaves, ao divulgar a revisão de projeções financeiras da companhia para 2023, a Gol reduziu a estimativa de frota operacional no ano para 110 a 114 aeronaves, contra 114 a 118 antes. No terceiro trimestre, reportou 108 aviões em atividade.

Logo após o Natal, a empresa aérea informou ter obtido apólice de seguro de crédito criado pela Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior, com lastro do Fundo Garantidor a Exportação, a ser usada para realizar serviços de manutenção na GE-Celma, que fica na cidade fluminense de Petrópolis.

Esse mecanismo abria caminho para a Gol buscar até US$ 209 milhões em crédito para financiar a manutenção de motores do tipo CFM56-7B.

A fabricante de motores CFM International está entre os principais credores da Gol, com US$ 13,5 milhões a receber, de acordo com documentos que integram o processo de recuperação judicial da companhia nos EUA.

Foco em produtividade

A companhia informou, citando resultados do terceiro trimestre de 2023, os mais recentes divulgados, vir melhorando seus indicadores de produtividade e reduzindo custo de operação. E frisa trabalhar para "garantir uma frota operacional cada vez maior", apresentando desempenho operacional consistente.

Ponderou que, em paralelo, se ajusta à capacidade de fornecedores de atender as necessidades de manutenção de peças e motores. E que, como outras aéreas, é impactada em razão da falta de materiais, espaço nas oficinas e tempo maior para conclusão desses serviços.

No mês passado, a Gol acusou a Latam de estar envolvida “em uma campanha deliberada e coordenada” para adquirir seus aviões, atrair arrendadores de aeronaves e contratar seus pilotos, aproveitando o processo de recuperação judicial da companhia, em curso nos EUA.

Em uma petição à Justiça americana, a Gol cita e-mails em que a Latam convida arrendadores a negociarem contratos de aeronaves Boeing 737, operadas pela Gol, e afirma que a concorrente “distorceu a capacidade financeira da Gol” no contato com parceiros comerciais dela.

A Latam informou que sua movimentação é parte de um movimento normal de busca de oportunidades entre arrendadores e fornecedores.

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