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A Light alcançou um acordo com um comitê de credores da Light Sesa, a distribuidora da companhia. Ele integra o grupo que detém títulos equivalentes a R$ 5 bilhões do total de R$ 11 bilhões em dívida, afirmam fontes. Após reunião realizada ontem, ficou acertado que credores da Light terão direito a um bônus de subscrição na conversão de seus créditos em novas ações da companhia, que soltou fato relevante na noite desta quinta-feira.
A condição será oferecida a todos os credores que optarem por essa conversão prevista no plano de recuperação judicial, com um bônus para cada duas ações convertidas. Pela segunda versão do plano da Light, apresentado em fevereiro, essa bonificação valia apenas para os acionistas.
Outros ajustes na proposta são a conversão de ao menos 35% dos créditos por esses credores, ante 40% antes. O restante dos créditos será remunerado por IPCA mais 5% ao ano, com pagamento em oito anos. Para quem não aderir à conversão, a taxa será de 3% e amortização em 13 anos.
Aporte de R$ 3,2 bi
Outra coisa é que os créditos serão atualizados incluindo o período em que a Light ficou protegida contra execuções, de maio de 2023 até a homologação do plano, mas 50% da remuneração prevista de início ou até R$ 405,5 milhões, o que for menor.
A Light corre contra o tempo para viabilizar uma capitalização no valor de R$ 3,2 bilhões. Deste total, R$ 1 bilhão viria dos acionistas de referência da companhia — Nelson Tanure, Ronaldo Cézar Coelho e Beto Sicupira, que detêm 50% dos papéis do grupo — enquanto os outros R$ 2,2 bilhões viriam da conversão de dívida em novas ações.
O movimento é previsto pelo plano de recuperação e tem de ir à votação em assembleia de credores no próximo dia 25. Sanar a crise financeira da companhia é condição para que as concessões públicas do grupo, sobretudo a da distribuidora, a Light Sesa, sejam renovadas.
Fontes de mercado enxergam esse acordo como um passo importante no processo, embora a formalização ainda esteja pendente. Rodrigo Tostes, que assumiu a diretoria financeira da Light em fevereiro e também a negociação com os credores, é visto como a peça-chave. A Light conseguiu ainda fechar um acordo com os bancos credores da Light Energia, como antecipou o colunista do GLOBO Lauro Jardim.
Procurada, a Light não comentou.
