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Por — Rio de Janeiro

Vinte e duas empresas brasileiras estão participando de um experimento para avaliar os impactos da semana de trabalho de 4 dias, uma iniciativa da organização sem fins lucrativos 4 Day Week, que conduz testes sobre o assunto ao redor do mundo, e a brasileira Reconnect Happiness at Work. Entre aquelas que já implementaram o modelo, os resultados apontam aumento na produtividade e colaboradores mais felizes, que também se mostraram propensos a permanecer nos seus cargos.

As empresas se inscreveram para o experimento em agosto. Entre setembro e outubro, passaram por uma fase de treinamento. Duas companhias já começaram a implementar o modelo em dezembro. A maior parte das demais empresas pretendia iniciar a semana de 4 dias em janeiro de 2024.

Essas informações constam em relatório divulgado pela 4 Day Week Brasil. Segundo o documento, as companhias cadastradas no piloto se dividem entre microempresas, com cinco colaboradores, e médias empresas, com cerca de 250 funcionários.

Há também as grandes empresas Soma, do Grupo Dreamers, e uma rede de hotéis, que preferiu não revelar sua participação no piloto. Algumas optaram por testar inicialmente departamentos selecionados, enquanto outras decidiram implementar a semana de 4 dias para todos os times.

  • São 22 empresas, em cinco estados, com 280 funcionários inscritos nos testes;
  • Mais de 70% das empresas pretendem implementar o modelo para todos os colaboradores;
  • Seis companhias concentram os testes em algum departamento, de início.

Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness At Work, disse em entrevista ao GLOBO, que as empresas estão tendo ótimos resultados:

— Os colaboradores estão mais motivados, trabalhando melhor. As empresas notaram mais engajamento e mais comprometimento com os projetos, além de maior senso de responsabilidade, porque os colaboradores precisam manter a qualidade e entregar os projetos a tempo — disse.

Segundo Renata, os funcionários também se mostraram mais propensos a permanecer nas empresas. Para ela, os resultados indicam que a produtividade não aumenta de acordo com a quantidade de horas trabalhadas, mas de acordo com o bom gerenciamento das equipes.

Embora quase todas as empresas tenham escolhido conceder folgas na sexta, Renata adiantou que uma parte delas na verdade adotou um modelo de escalas, para manter o funcionamento durante toda a semana.

As empresas destacaram quatro principais motivos para estarem no experimento. Em primeiro lugar, dizem ter problemas para atrair e reter talentos, e acreditam que a jornada de trabalho reduzida pode ser um diferencial para os colaboradores.

— Escolheram a sexta porque esse já é um dia mais lento, em que as pessoas sentem um ritmo menor e os clientes procuram menos. Cortar a sexta impactaria menos os resultados.

Além disso, essas empresas esperam melhorar a produtividade e aumentar a qualidade de vida dos seus funcionários. Por fim, acreditam que a semana de 4 dias seria uma forma de mudar a forma como trabalham atualmente.

Como resultado, as companhias participantes esperam melhorar a saúde mental dos colaboradores, e ter resultados financeiros e desempenho melhores.

Entenda o piloto

O modelo a ser implementado nas participantes será do tipo 100-80-100: 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.

Indicadores como estresse da força de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultados financeiros e turnover (rotatividade) serão avaliados ao final do experimento.

A 4 Day Week firmou ainda uma parceria com a empresa de coworking WeWork para que as participantes contem com o benefício Work Pass, que dá acesso a mais de 30 prédios da empresa no país e mais de 500 parceiros em todos os estados brasileiros, sem taxa de adesão ou custo nos primeiros meses do teste.

A universidade americana Boston College elaborou a metodologia da iniciativa. A instituição cuida das pesquisas antes do início do experimento, assim como de análises após três meses da implementação e ao fim do piloto.

Com isso, a expectativa é garantir a acurácia dos dados para que as empresas possam definir se seguirão com a semana de 4 dias.

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