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Por O Globo, com agências internacionais — Paris

Homem mais rico do mundo, o francês Bernard Arnault vem silenciosamente preparando sua sucessão no conglomerado de luxo LVMH, dono de marcas icônicas como Louis Vuitton, Givenchy, Möet Chandon, Sephora e Tiffany.

Em 2022, o limite de idade para o cargo de executivo-chefe do grupo foi elevado para 80 anos - Arnault tem 75 anos. E, aos poucos, nos bastidores, ele vem preparando cuidadosamente para que seus cinco filhos possam no futuro liderar o império de luxo que Arnault construiu e que hoje é um conglomerado avaliado em quase € 400 bilhões (R$ 2,2 trilhões).

Esta quinta-feira será decisiva para o grupo. Os dois dos filhos do homem mais rico do mundo, segundo a Forbes, com uma fortuna de US$ 233 bilhões, devem entrar para o Conselho de Administração da LVMH na reunião anual do grupo. Assim, avança o processo sucessório na companhia, com mais herdeiros de Arnault no conselho.

Atualmente, os dois filhos mais velhos de Arnault, frutos de seu primeiro casamento, já estão no board: Delphine, de 48 anos, e Antoine, de 46 anos. Agora o conselho vai votar a entrada de mais dois: Alexandre, de 31 anos, e Fréderic, de 29 anos. Ou seja, a representação familiar no board vai dobrar, sendo que o caçula da família, Jean Arnault, de 25 anos, será o único dos herdeiros a ficar sem um assento.

O que está em jogo é a futura liderança do maior grupo de luxo do mundo, que abrange marcas da moda como Dior e Louis Vuitton, hotéis e a joalheria Tiffany & Co, em um momento em que o setor de luxo está enfrentando uma desaceleração após um boom sem precedentes no auge da pandemia de Covid.

Analistas e fontes ligadas ao grupo dizem que é muito cedo para dizer quem assumirá o comando do conglomerado, embora Delphine, a filha mais velha do bilionário, ocupe o posto mais alto dentro do grupo como executiva-chefe da Dior e membro do comitê executivo. Analistas citados pelo Financial Times apontam para possíveis cenários em que dois ou mais herdeiros poderiam administrar a empresa em conjunto.

Arnault, cuja família detém 48% do capital acionário da LVMH e 64% dos direitos de voto, busca evitar o destino de outras dinastias empresariais francesas, onde sucessões mal administradas afundaram fortunas.

O tamanho e a participação de mercado da LVMH também são um sinal de que a próxima geração de líderes do grupo precisará ser mais criativa para manter o crescimento. Até porque, no futuro, provavelmente não poderá mais contar com a China, que impulsionou a expansão do setor durante a maior parte da última década.

Segundo uma fonte próxima ao grupo afirmou ao "Financial Times", a unidade familiar é sagrada para Arnault, sendo assim, ''tudo é organizado em torno dela".

Os filhos que passarão a fazer parte do conselho se os acionistas aprovaram já são executivos do grupo. Alexandre Arnault, de 31 anos, é executivo sênior da Tiffany, e seu irmão Frédéric, de 29 anos, foi recentemente nomeado diretor da LVMH Watches.

Delphine, executiva-chefe da Christian Dior, e Antoine, chefe de imagem e comunicação do grupo, assumiram seus cargos praticamente com a mesma idade. O filho mais novo de Arnault, Jean, é diretor de relógios da Louis Vuitton, e deve se juntar aos irmãos no conselho quando for um pouco mais velho.

Procurados pela reportagem, a família Arnault e a LVMH não quiseram comentar.

Além da chegada ao conselho de dois herdeiros, outras mudanças devem ir a curso no comando da companhia. O diretor administrativo do grupo, Antonio Belloni, de 69 anos, deixará o cargo após 23 anos como braço direito de Arnault, sendo substituído por Stéphane Bianchi, diretor de relógios e joias da LVMH, que é um veterano em ajudar empresas a conduzir uma sucessão familiar e atuou com essa função no grupo de cosméticos Yves Rocher.

Novas funções desde o início de 2023

Três dos cinco filhos foram nomeados para novas funções no grupo e em suas holdings desde o início de 2023, incluindo a indicação de Delphine para chefiar a Dior, a segunda maior marca do grupo, em fevereiro do ano passado. À medida que a próxima geração avança, os colaboradores mais próximos do patriarca se afastam para facilitar o processo.

Ao estabelecer uma holding familiar em 2022 para reforçar o controle e a unidade do grupo a longo prazo, Arnault determinou que cada membro da família teria um voto igual e as decisões precisariam ser tomadas de forma unânime em questões importantes relacionadas à LVMH, como mudanças em sua participação acionária ou na direção estratégica do grupo.

Arnault vê a experiência operacional como um campo de treinamento para isso e almoça regularmente com todos os cinco filhos para discutir os negócios, segundo interlocutores próximos relataram ao Financial Times.

Para os investidores, as mudanças eram esperadas, já que os principais executivos da LVMH, como Belloni, Sidney Toledano, 72 anos, e Michael Burke, 67 anos, estão envelhecendo, assim como o próprio Arnault. Arnault é conhecido por ser implacável na remoção de líderes que ele não considere à altura da tarefa, mas essa dinâmica pode mudar à medida que a próxima geração da família avança.

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