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A brasileira Suzano, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, sondou a americana International Paper (IP) sobre uma possível oferta em dinheiro, no valor de quase US$ 15 bilhões, disseram fontes à agência de notícias Reuters. A notícia fez as ações da fabricante de celulose tombarem 12,27% ontem, encerrando o dia cotadas a R$ 52,18. Já os papeis da International Paper tiveram alta de 5,21%, em Nova York, para US$ 38,84.

A transação, caso efetivada, seria a maior aquisição fechada entre companhias de países diferentes desde a compra da Inco pela Vale, em 2007, por aproximadamente US$ 17 bilhões.

Para a Suzano, a transação funcionaria como um primeiro passo em direção a sua internacionalização, permitindo a diversificação de suas operações no segmento de embalagens e ingressando no mercado americano. A brasileira é responsável por quase um terço da capacidade global de produção de celulose de fibra curta, ingrediente-chave para a produção de papéis para imprimir e escrever e papeis sanitários.

Proposta verbal

A oferta foi feita verbalmente ao Conselho de Comunicação da IP. Uma proposta oficial pode ser apresentada nos próximos dias, segundo a Reuters. Essa oferta se equipara ao valor de mercado da companhia, de US$ 15,2 bilhões, diz a agência de notícias. E está aí o motivo do mercado avaliar que a operação não seria efetivada.

Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, explica que a alavancagem da Suzano daria um salto.

— As ações caíram porque a International Paper é uma empresa muito grande. E a Suzano fez uma oferta de US$ 15 bilhões pela americana. Isso seria próximo a R$ 75 bilhões, enquanto a companhia vale R$ 70 bilhões na Bolsa — explica o analista. — Isso quer dizer que a Suzano teria que ter um endividamento muito grande para bancar essa proposta pela IP. A relação dívida/Ebitda ficaria muito elevada para os padrões brasileiros.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, avalia que a operação não está fora da estratégia da companhia, mas reforça que ela aumentaria os riscos:

— O negócio aumenta os riscos com a contratação de linha de financiamento em montante superior ao esperado e pela possibilidade de alta na alavancagem.

O contato da Suzano com a americana ocorreu menos de um mês depois que a IP acertou um acordo para comprar a produtora britânica de embalagens DS Smith por US$ 7,2 bilhões. A transação, com previsão de ser concluída no quarto trimestre deste ano, poderia ser interrompida pela oferta da Suzano.

De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, a Suzano está em negociações para contratar uma linha de financiamento que possa embasar sua oferta. Esta seria condicionada à desistência pela International Paper para compra da DS Smith.

Embalagens avançam

É consenso, contudo, que o negócio faria sentido. A Suzano é uma das maiores produtoras de celulose do mundo e, ao comprar uma das líderes em embalagens, “estaria fazendo uma verticalização importante do negócio e de uma só vez”, avalia Soares, a Órama.

— Um dos pontos fortes da Klabin é ter um portfólio diversificado de produtos, ou seja, se a celulose não está em alta no mercado, a companha faz dinheiro com papel para embalagens. Tem um mix bem equilibrado de fonte de receita.

A Klabin, outra grande do setor no país, é atualmente a líder em produção de papeis para embalagens e também na fabricação de embalagens de papel. Em 2020, a companhia comprou os ativos que a International Paper detinha no Brasil.

O mercado de embalagens de papel e papelão ondulado avança com fôlego, principalmente após a pandemia, impulsionando transações entre empresas do setor. No Brasil, em 2022, dado mais recente da Indústria Brasileira de Árvores, que representa o setor de papel e celulose, foram produzidas 11 milhões de toneladas de papel, avanço de 3,5% na comparação com um ano antes. Deste total, 6,1 milhões de toneladas foram destinadas a embalagens.

'Permanentemente analisando oportunidades'

A International Paper disse em comunicado que não comenta rumores ou especulações de mercado. E que está focada em concluir sua combinação com a DS Smith, “que oferece uma oportunidade única e altamente atraente para gerar valor de forma significativa aos acionistas”.

No início da noite de ontem, a Suzano informou em comunicado que “está permanentemente analisando oportunidades de mercado e investimenos alinhados a sua estratégia”. Frisando, porém, que “até a presente data, inexiste qualquer documento formal ou celebração de qualquer acordo”. E que não há deliberação do conselho de administração em relação à potencial operação noticiada.

A companhia está em processo de sucessão no comando, com o atual CEO, Walter Schalka, fazendo a transição da presidência para João Fernandez de Abreu.

*Com agências internacionais

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