A mineradora Anglo American rejeitou hoje a segunda proposta de compra feita pela rival australiana BHP. A nova oferta, que avaliava a Anglo em £ 34 bilhões ou US$ 42,6 bilhões , era 15% mais alta do que a primeira.
A proposta, tanto na primeira como na segunda versão, consistia em troca de ações, sem desembolso de dinheiro, e foi considerada a maior já feita no setor.
Com mais uma recusa, analistas dizem que poderá haver uma batalha hostil entre as duas empresas. No jargão de negócios, ofertas hostis são aquelas que são feitas mesmo que a companhia alvo não demonstre interesse no negócio.
Elas podem ser feitas se a empresa é listada em Bolsa, ou seja, se tem papéis negociados no mercado acionário.
Um dos caminhos é fazer uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), quando uma companhia oferece um valor atrante, bem acima do preço de mercado, pelas ações.
Se a maioria dos acionistas aceitarem o acordo, o controle passa para um novo grupo, mesmo que os gestores atuais descordem da operação.
- Conheça a Herdeira do lítio: Neta de Pinochet ascende como sucessora de império forjado durante ditadura no Chile
Além de elevar o valor da oferta, a BHP exigiu que a Anglo desmembrasse dois negócios na África do Sul, algo que foi descartado pela empresa.
A BHP foi quem informou em comunicado a recusa da Anglo. A mineradora australiana, que é a maior do mundo, disse que estava "desapontada que o conselho (de administração) da Anglo American optou por não se envolver".
E disse que "continua a acreditar que a combinação dos dois negócios entregaria valor significativo para todos os acionistas". A Anglo não comentou sua decisão.
A mineradora havia rejeitado a primeira oferta, feita há um mês, classificando-a "não atraente".
Segundo analistas, a Anglo será pressionada a mostrar aos acionistas como pode oferecer mais valor a eles por conta própria.
O interesse da BHP na Anglo são as cobiçadas minas de cobre da empresa. Uma fusão entre os dois grupos criaria o maior produtor mundial do minério, um metal crucial para os esforços mundiais de descarbonização, pois são usados em carros elétricos.