Em reunião nesta quinta-feira, o Conselho de Administração da Petrobras encerrou antecipadamente o mandato de Jean Paul Prates na presidência e aprovou o nome de Clarice Coppetti, diretora executiva de Assuntos Corporativos da estatal, como interina.
- Tombo na Bolsa: em uma manhã, Petrobras perde R$ 35,3 bilhões em valor de mercado
- Dança das cadeiras: após saída de Prates, veja quem mais deve sair
No mesmo encontro, o colegiado destituiu Sergio Caetano Leite do cargo de diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores. Caetano era próximo a Prates. Para seu lugar, foi nomeado também interinamente o atual gerente executivo de Finanças, Carlos Alberto Rechelo Neto.
Prates foi demitido após atritos com o governo em assuntos que vão de dividendos a retomadas de grandes obras da empresa. Ele será substituído por Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Troca de comando na Petrobras :
- Quem é Magda Chambriard, nova presidente da Petrobras
- Lula esperou disputa sobre dividendos da Petrobras esfriar para demitir Prates; leia bastidores
- Os cinco desafios da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, à frente da estatal
- Troca de comando na Petrobras vai exigir nova assembleia e deve levar de um a dois meses
- Próxima CEO da Petrobras prometeu a Lula acelerar projetos como Abreu e Lima e Comperj
O processo para que Magda assuma definitivamente a empresa deve levar até 60 dias. Daí a necessidade de nomear um presidente interino.
Prates também era membro do Conselho de Administração da Petrobras, mas "apresentou sua renúncia ao cargo", de acordo com fato relevante divulgado pela estatal.
Ele deixou a empresa magoado. Saiu pela porta da frente do prédio da Rua do Senado (a sede na Avenida Chile está fechada para obras), sob aplausos.
- Estou triste - disse Prates a jornalistas que o aguardavam na porta.
O executivo, que assumiu a presidência da Petrobras em janeiro de 2023, também é senador pelo PT e afirmou que não sabe se vai continuar no partido.
Petrobras 70 anos: o que pensam ex-presidentes para o futuro da estatal
Divergências com o governo
A queda de Prates acontece após a crise dos dividendos. Em março, após a publicação dos resultados financeiros de 2023, os membros do Conselho indicados pela União não aprovaram a distribuição de dividendos.
A rixa tornou insustentável a relação entre Prates e o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, a ponto de Lula ser chamado para arbitrar o caso.
Os dois também divergiram quanto a preços dos combustíveis, investimentos em gás e em energias renováveis. O governo também queria que a empresa acelerasse a retomada de grandes obras, como a Refinarias Abreu e Lima, no Recife, e o Comperj, no Rio.