Negócios
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Embora a política de preços dos combustíveis e a maior celeridade em obras apareçam com os maiores desafios de Magda Chambriard no comando da Petrobras, ela terá de lidar com uma lista extensa de assuntos polêmicos já em seus primeiros dias na liderança da estatal.

As pendências incluem o futuro do acordo com a fabricante de fertilizantes Unigel, o processo de recompra da refinaria da Bahia e os planos envolvendo a Braskem e a Sete Brasil.

A isso se soma ainda as dezenas de memorandos de entendimentos firmados entre a estatal e outras companhias em segmentos envolvendo gás, fontes renováveis e produção de petróleo no Brasil e no exterior. Para fontes na empresa, as discussões seguem em modo de "espera" até a chegada de Magda. Pesam ainda as dúvidas sobre mudanças nas diretorias que deverão ser feitas.

Ontem, a Petrobras informou que o processo de análise do nome de Magda pelas áreas de integridade e de recursos humanos deverá levar 15 dias. Com o parecer concluído, o Conselho de Administração se reúne para apreciar o nome dela como integrante do colegiado e presidente da empresa, sem a necessidade de convocar uma Assembleia de Acionistas.

Unigel

Fábrica da Unigel — Foto: Divulgação/Unigel
Fábrica da Unigel — Foto: Divulgação/Unigel

Na área de fertilizantes, além de retomar as operações das unidades no Paraná e em Mato Grosso do Sul, uma das primeiras missões de Magda será se debruçar sobre o acordo feito pela gestão de Jean Paul Prates com a Unigel, empresa hoje em recuperação extrajudicial.

As fábricas de fertilizantes (fafens) da Bahia e de Sergipe da estatal foram arrendadas para a Unigel durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, como a empresa está com dificuldades financeiras, havia o temor de que as unidades fossem encerradas por falta de recursos para a compra de matéria-prima (gás) para produzir fertilizantes, o que poderia gerar centenas de demissões.

Para evitar isso, a estatal fez então um contrato de fornecimento de gás para empresa e, em troca, receberia o produto finalizado.

Chamado de Tolling (industrialização por encomenda), o acordo foi questionado pela área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) que disse que a iniciativa “não faz sentido empresarial, lógico ou econômico”. Para o TCU, a estatal poderia ter um prejuízo.

Na ocasião, a Petrobras afirmou que a celebração do contrato com a Unigel “respeitou o sistema de governança da Petrobras e os trâmites e procedimentos pertinentes, inclusive quanto ao limite de competência previsto nas normas internas vigentes para aprovação dos contratos de serviço”.

Refinaria da Bahia

Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia — Foto: Andre Valentim / Agência Petrobras
Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia — Foto: Andre Valentim / Agência Petrobras

Em outra frente está o futuro dos projetos de refino. Nos últimos meses, a Petrobras e a Mubadala Capital vinham em tratativas para a estatal recomprar a maior parte da ações da Refinaria de Mataripe (antiga Refinaria Landulpho Alves, a Rlam), na Bahia. A unidade foi vendida para o veículo de investimentos do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos durante o governo Bolsonaro, em 2021, por US$1,8 bilhão.

A expectativa é que algum acordo fosse anunciado já em junho. Pelas conversas que estavam sendo feitas, a estatal poderia ter entre 70% e 80% da ações na refinaria. Além disso, as duas empresas estudavam também uma possível participação da estatal no projeto do Mubadala Capital de construir biorrefinarias no Brasil para produzir diesel e querosene de aviação 100% vegetal a partir do óleo da macaúba, uma planta nativa brasileira.

Braskem

Bairros de Maceió afetados pelo afundamento de solo em minas de sal-gema: passivo ambiental da Braskem preocupa investidores — Foto: Ailton Cruz/Agência O Globo/04-12-2023
Bairros de Maceió afetados pelo afundamento de solo em minas de sal-gema: passivo ambiental da Braskem preocupa investidores — Foto: Ailton Cruz/Agência O Globo/04-12-2023

No segmento de petroquímica, a Petrobras também estava com planos para aumentar sua participação na Braskem, empresa do setor petroquímico. Isso porque a Novonor (ex-Odebrecht) tem 50,1% das ações da empresa e está tentando há anos vender sua fatia.

Assim, a estatal estava com planos para elevar sua fatia atual de 47% para 49% ou 50%, sem comprometer seu nível de endividamento. Além disso, queria aumentar seu poder de gestão na Braskem, hoje a cargo da Novonor.

Nas últimas semanas a Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), a estatal de petróleo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, desistiu de comprar a fatia da Novonor. Outros grupos vinculados aos árabes estariam de olho no negócio, mas fazem questão de ter o controle da Braskem. A gestão de Prates falava em gestão compartilhada.

A Braskem está no centro de uma das maiores tragédias ambientais urbanas. Em 2018, as minas de sal-gema em Maceió, em decorrência de mineração feita pela Braskem na região, provocaram um processo de afundamento no solo de cinco bairros da capital alagoana. Isso forçou o deslocamento de milhares de moradoras, que estão na Justiça contra a companhia. O governo local estima perdas superiores a R$ 30 bilhões.

Sete Brasil

Sonda Urca, um dos antigos projetos da Sete Brasil — Foto: Arquivo
Sonda Urca, um dos antigos projetos da Sete Brasil — Foto: Arquivo

No setor naval, uma das principais queixas do presidente Lula com a gestão anterior da estatal, Magda terá lidar com a questão emergencial do futuro da Sete Brasil, empresa criada pela própria Petrobras em 2013 para investir em sondas na exploração de petróleo e gás no pré-sal e que naufragou após o escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava-Jato

Desde o ano passado, o Conselho de Administração da estatal vem adiando uma decisão final sobre o futuro da Sete Brasil, em recuperação judicial desde 2016. O impasse é se a estatal aceita pagar US$ 185 milhões à empresa para encerrar as discussões em torno de negócios anteriores ou se deixa a Sete Brasil ir à falência.

A Sete Brasil tem hoje quatro das 21 sondas previstas quando da sua fundação quase prontas, com percentuais que variam de 70% a 95% das obras concluídas. Dessas unidades, duas estão no estaleiro BrasFels Keppel Fels, em Angra dos Reis, no Rio, e as outras duas no Jurong Aracruz, no Espírito Santo.

Negócios no exterior

No último ano, a Petrobras celebrou ainda uma série de memorandos de entendimentos com diversas empresas internacionais para avaliar novas oportunidades de investimento em conjunto. A mais recente delas envolve a estatal de energia da Argentina Enarsa para estudos de parcerias no segmento de gás natural.

Recentemente, O GLOBO revelou que o governo Lula quer importar gás natural da reserva de Vaca Muerta, na Argentina, para garantir o abastecimento das indústrias brasileiras e estuda soluções técnicas de fazer essa operação.

A volta da estatal ao segmento internacional ganhou também novo capítulo com a compra em blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, na África. A estatal também avaliava o investimento em países vizinhos da América do Sul, como Bolívia e Venezuela, por exemplo. E mirava possíveis compras na Guiana por conta da Margem Equatorial, região onde tenta perfurar um poço na Foz do Amazonas, mas vem esbarrando na demora no licenciamento pelo Ibama.

Mais recente Próxima Petrobras: as dificuldades que Magda Chambriard vai enfrentar para acelerar o ritmo das obras
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