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Por Bloomberg

Quase todos os executivos que dirigiram a Burberry caracterizaram o fabricante dos caros gabardines com forro xadrez como o melhor do luxo britânico. Mas essa marca pouco faz neste momento para atrair potenciais consumidores de moda de alta qualidade. Ou mesmo investidores.

Os anos de esforços para colocar os produtos da Burberry nas mesmas prateleiras de marcas de primeira linha como Louis Vuitton, Hermès e outras grifes europeias foram insuficientes. A última evidência disso veio nesta semana, quando a grife do Reino Unido relatou queda nas vendas – culminando num desfecho frustrante para um ano afetado pela fraca procura dos clientes na China e nos EUA.

Embora a procura por alta qualidade ainda proteja marcas de alta costura, a Burberry – assim como a Kering, proprietária da Gucci – vem sofrendo prejuízos à medida que os consumidores chineses se tornam cautelosos.

Perda de US$ 6,9 bilhões em valor de mercado

As ações da empresa caíram mais da metade no ano passado. A empresa perdeu cerca de US$ 6,9 bilhões em valor de mercado. E todas as indicações apontam que o pior ainda não passou. A marca informou que as receitas deverão cair ainda mais este ano.

Cerca de 74% dos analistas que acompanham as ações têm posição “neutra”, refletindo um profundo ceticismo quanto à capacidade de recuperação da Burberry no curto prazo. A empresa, que realizou uma call com analistas esta semana, disse que não tinha mais comentários.

CEO e designer criativo da marca têm desafio pela frente

O desafio do CEO Jonathan Akeroyd e do designer criativo Daniel Lee é mostrar que a transição parcialmente concluída que herdaram em 2022 para elevar a marca ainda está no caminho certo e será capaz de aumentar as vendas e os lucros.

O CEO atribuiu os atuais problemas da empresa ao difícil contexto económico, especialmente na China, que responde por mais de um quarto das vendas.

— (É) um claro desafio que temos em termos de tráfego, tráfego nos centros comerciais e um certo esfriamento em geral, claramente impactado pela economia da China — disse Akeroyd, aos analistas.

O problema é que outras marcas com preços semelhantes e com elevada exposição à China – como a Prada – estão resistindo à tempestade. A receita líquida da marca de moda italiana superou as expectativas, aumentando 17% no ano passado, enquanto as vendas no varejo da sua subsidiária Miu Miu aumentaram 82% no quarto trimestre.

— Até que ponto podemos dizer que isto é específico da Burberry? — perguntou Sophie Lund-Yates, analista de ações da Hargreaves Lansdown.

Onde a Burberry está errando?

Famosa pelos seus xadrezes, a Burberry surgiu em 1800 com roupas de chuva funcionais – para serem usadas no Ártico e nas trincheiras, em vez de nas passarelas. A partir daí, o coat se tornou um item básico do guarda-roupa da classe alta britânica. Em meados da década de 1990, a sua popularidade cresceu tanto que um em cada cinco casacos exportados do Reino Unido era um produto Burberry, segundo a empresa.

Ao longo dos anos, porém, a Burberry se juntou a muitas marcas de luxo que iniciaram um processo de “democratização”, visando maiores volumes de vendas, mesmo correndo o risco de baratear a marca.

— Só que a Burberry foi tão longe nesse esforço que o sinal de distinção da marca começou a ficar diluído — disse Paurav Shukla, professor de marketing na Southampton Business School. — Durante quase duas décadas ela seguiu nesta direção de democratização e agora ela quer se tornar exclusiva. Isso não vai acontecer da noite para o dia.

Com a dupla britânica Akeroyd e Lee no topo, a Burberry está mais uma vez tentando tirar vantagem de seu “britanismo”. O CEO estabeleceu a meta de atingir mais de 5 bilhões de libras em vendas para uma marca que oscilou entre 2,5 e 3 bi de libras na última década.

Uma parte da falta de tração hoje tem sido o preço. Na busca por compradores endinheirados, as últimas coleções da Burberry têm preços elevados, o que está afastando alguns consumidores.

A coleção de estreia de Lee no outono de 2023 veio com bolsas custando cerca de 2,5 mil libras e um gorro de lã custando quase 3 mil libras. Embora os clientes possam estar dispostos a desembolsar tais quantias por itens da Hermès ou LV, eles ainda não colocam a Burberry nessa categoria.

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