Nas ruas, os veículos elétricos e híbridos vêm aos poucos ganhando espaço por ação tanto de empresas quanto de consumidores. A expectativa para o número de veículos que não usam combustível fóssil chega a 1 milhão em 2030, segunda a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Atualmente, são 256,5 mil unidades em circulação no país.
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— No ano passado, foram vendidos um recorde de 94 mil carros elétricos e híbridos. Esse ano, a projeção é que sejam comercializados 150 mil unidades, o que representará um crescimento de 60%. Apesar do aumento, os modelos somam 0,61% da frota total no Brasil, indicando grande potencial de expansão — diz Ricardo Bastos, presidente da ABVE.
A Ambev, gigante do setor de bebidas e dona de marcas como Brahma e Budweiser, vem aos poucos ampliando a frota elétrica. São 250 caminhões e 530 empilhadeiras elétricas, diz Bernardo Adão, diretor de Suprimentos e Sustentabilidade da empresa:
— Já estamos nas rotas mais viáveis para a adoção de veículos elétricos. Portanto, é crucial que a tecnologia avance paralelamente às nossas iniciativas. Temos como ambição chegar a nível zero de emissões até 2040. Nosso foco é olhar a diversificação de modais logísticos e desenvolver rotas mais eficientes, consumindo menos combustível, tornando nossa cadeia de suprimentos mais resiliente, eficiente e sustentável.
Chinesa Xiaomi apresenta seu 1º carro elétrico
![As baterias do SU7 são fornecidas pela chinesa BYD — Foto: Divulgação/Xiaomi](https://s2-oglobo.glbimg.com/PcABKNi5hafrPMzhD-TDvS8DyhQ=/0x0:2880x2160/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/2/y/SpZwC4S3aBHrdFDlp4uw/gcadlduaeaaufis.jpg)
![As baterias do SU7 são fornecidas pela chinesa BYD — Foto: Divulgação/Xiaomi](https://s2-oglobo.glbimg.com/O7kJMU7GQRE3VxuKvKADefKwfvk=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/2/y/SpZwC4S3aBHrdFDlp4uw/gcadlduaeaaufis.jpg)
As baterias do SU7 são fornecidas pela chinesa BYD — Foto: Divulgação/Xiaomi
![Autonomia do SU7 pode chegar a 800 km — Foto: Divulgação/Xiaomi](https://s2-oglobo.glbimg.com/Mqjj9OYSzaPXfHjnh37e0mWWwdE=/0x0:2880x2160/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/2/Q/oMrGfqQqA8VIXSDpvP6w/gcadpnlbkaev7yk.jpg)
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Autonomia do SU7 pode chegar a 800 km — Foto: Divulgação/Xiaomi
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![Sedã SU7 começará a ser vendido em 2025 — Foto: Divulgação/Xiaomi](https://s2-oglobo.glbimg.com/t2wWrRKHL4ZvBIBQnQ-HDT4o-0o=/0x0:2880x2160/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/j/o/Hn4YQJTrmuu6ITZJZAEA/gcadpnbaiaackpb.jpg)
![Sedã SU7 começará a ser vendido em 2025 — Foto: Divulgação/Xiaomi](https://s2-oglobo.glbimg.com/WiKuvrA0NluVyuUqkoXSqZYUY2M=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/j/o/Hn4YQJTrmuu6ITZJZAEA/gcadpnbaiaackpb.jpg)
Sedã SU7 começará a ser vendido em 2025 — Foto: Divulgação/Xiaomi
![SU7 é o primeiro carro elétrico da Xiaomi — Foto: Divulgação/Xiaomi](https://s2-oglobo.glbimg.com/j0w7DrZD7KME50Kl8PKU_jfxH7E=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/C/W/Z0t5fYTdWVUyTwFRFrzw/gcadonqbqaazuwp.jpg)
SU7 é o primeiro carro elétrico da Xiaomi — Foto: Divulgação/Xiaomi
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A Jadlog, uma das maiores empresas de logística e transportes de cargas expressas fracionadas do país, mira na eletrificação. A companhia tem 72 motocicletas e triciclos para a operação de última milha, além de dois caminhões elétricos. A companhia instalou um posto de carregamento em São Paulo.
— Mas existe o desafio financeiro, pois as tecnologias mais sustentáveis ainda são mais caras que as convencionais, e há o desafio de infraestrutura, considerando que o Brasil não tem uma rede ampla de recargas. A falta de pontos de abastecimento impede a circulação de grande quantidade de veículos — diz Bruno Tortorello, CEO da empresa.
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Por isso, Tortorello lembra que o caminho da sustentabilidade envolve biocombustíveis. Hoje são 132 veículos que rodam com biodiesel e etanol.
— Estamos investindo para que nos próximos cinco anos cerca de 10% de nossa frota seja sustentável. Mas, quando falamos em sustentabilidade, é preciso ir além e pensar na logística. Hoje temos parceria com pontos comerciais em bairros, que funcionam como hubs, para realizar as entregas aos consumidores. Isso diminui o número de veículos e de viagens em centros urbanos, o que significa menos emissões e poluição sonora.
Como a Jadlog, outras empresas do setor vêm ampliando o uso de modelos híbridos, com a integração entre veículos elétricos e os motores flex, movidos a biocombustíveis.
— Combinar o etanol, um forte aliado na redução das emissões, com a eletrificação é uma alternativa competitiva de mobilidade de baixo carbono. Essa rota de transição é necessária para tornar a mobilidade sustentável e, ao mesmo tempo, acessível — diz Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para América do Sul, dona de marcas como Fiat e Peugeot.
Para Emanuele, o etanol deve fazer parte da estratégia de descarbonização no país:
— O Brasil acumula mais de quatro décadas de tecnologia nesse combustível e tem uma imensa plataforma produtiva, logística e de distribuição já implantada. Não é contrapor descarbonização e eletrificação. O uso do etanol combinado com eletrificação é o caminho mais rápido e viável do ponto de vista social, econômico e ambiental para uma crescente eletrificação da frota brasileira.
Hidrogênio do etanol
Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal, vai além. Ele cita estudos para produzir hidrogênio a partir do etanol como combustível veicular. Algumas montadoras já iniciaram testes com o uso de baterias que são carregadas a partir da reação química entre hidrogênio e oxigênio.
— A transformação do etanol em hidrogênio, sem a necessidade de que os carros elétricos precisem de conexão com a rede elétrica para reabastecer, será a grande revolução da indústria automobilística nacional.
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Empresas como a Petrobras vêm investindo no aumento da produção de combustíveis renováveis, como o diesel renovável. A estatal pretende investir US$ 1,5 bilhão até 2028 para o desenvolvimento de diferentes tipos de biocombustíveis. Na lista está a ampliação do chamado diesel R5, que contém 5% de conteúdo renovável (por meio do óleo de soja) na composição final.