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Por Bloomberg — Brasília

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega disse que foi sondado pelo governo para integrar o conselho da Braskem, e que aceitará o cargo se sua nomeação for aprovada pelos acionistas.

— Eu fui sondado pela Casa Civil e me coloquei à disposição — ele disse, em entrevista. — Se acaso os acionistas e a Assembleia decidirem isso, então eu irei para o conselho da Braskem.

A Braskem não quis comentar e a Casa Civil não respondeu imediatamente a pedido de comentário. Por volta das 16h45, as ações da petroquímica (BRKM5) caíam 1,16%, cotadas a R$ 18,68.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está recorrendo a Mantega, um dos seus aliados mais próximos e conselheiros econômicos, à medida que tenta aumentar sua influência em empresas importantes. No mês passado, ele demitiu o presidente da Petrobras devido a uma disputa sobre o valor dos dividendos e sobre como usar esses recursos. O presidente está sob pressão para aumentar gastos, estimular o crescimento e melhorar seus índices de aprovação.

Lula já havia tentado nomear Mantega como presidente da Vale no início do ano, o que gerou críticas tanto no alto escalão da empresa quanto entre os investidores. Membro de 75 anos do Partido dos Trabalhadores, Mantega foi o ministro das Fazenda mais longevo, ficando à frente da pasta tanto nos governos anteriores de Lula como no de Dilma Rousseff.

Como chefe da pasta, Mantega apoiou políticas fiscais anticíclicas para fortalecer a economia após a crise financeira global de 2007-2008. Durante sua gestão, o governo também interveio no setor de energia para forçar uma queda das tarifas.

Mantega disse que o principal problema econômico do Brasil é a política monetária “irracional” patrocinada pelo presidente do banco central, Roberto Campos Neto. O país precisa de mais investimento para crescer, e as taxas de juros mais elevadas do que o necessário levam a um aumento dos custos de financiamento para as empresas, disse.

Além disso, a inflação está sob controle, acrescentou Mantega, o que significa que não há razão para o BC diminuir o ritmo da flexibilização monetária.

No mês passado, Campos Neto, nomeado para o cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, liderou a maioria dos diretores da autoridade monetária na decisão de cortar a Selic em apenas 0,25 ponto percentual, para 10,5%. Todos os quatro diretores indicados por Lula, porém, eram a favor de um corte maior, de meio ponto percentual.

— O governo Bolsonaro continua gerindo a política monetária — disse Mantega. — Está certo isso? Isso está errado. Eu não sou contra a independência do Banco Central, mas ela tem que ser a partir da indicação do novo governo. Senão você pode ter um conflito entre política fiscal e política monetária, que é o que está acontecendo.

O ex-ministro diz que uma das razões que poderia explicar a mudança de ritmo na flexibilização monetária é a decisão do governo de atingir um resultado fiscal para 2025 menos ambicioso do que o indicado anteriormente. Em abril, a equipe econômica disse que iria buscar apenas zerar o deficit primário no ano que vem, em vez de buscar um superavit. Na opinião de Mantega, essa mudança não é suficiente para impulsionar a inflação.

— Nós nunca tivemos uma inflação tão baixa — disse ele. — Então não dá para argumentar que é um problema da inflação. Também não dá para dizer que só porque o governo vai gastar meio por cento a mais em 2025, você vai ter uma inflação.

Mantega concorda com o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que a meta de inflação de 3% no Brasil é exigente. Mas disse esperar que o Copom faça um trabalho mais racional depois que os nomeados por Lula se tornarem maioria no colegiado no início do próximo ano.

— O controle da inflação tem que ser uma prioridade absoluta porque ela atrapalha a economia e corrói a renda — disse Mantega. — A nova gestão certamente vai seguir aquilo que está determinado pelo Conselho Monetário Nacional, que estabeleceu a meta de inflação a ser perseguida, que, diga-se de passagem, é muito baixa para a situação da economia brasileira.

Mantega disse ainda que Lula está mais ansioso agora do que em seus governos anteriores porque o equilíbrio das forças políticas mudou. O Congresso tem mais poder do que no passado.

— Às vezes ele tem que engolir decisões que ele não gostaria, mas ele o faz — disse Mantega. — Então eu acho que talvez ele esteja mais angustiado por causa dessa situação.

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