Negócios
PUBLICIDADE

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 24/06/2024 - 11:00

Parceria AliExpress e Magazine Luiza

AliExpress e Magazine Luiza firmam parceria inédita no Brasil, com vendas cruzadas em seus marketplaces. Acordo acelerado por nova taxação para compras internacionais de até US$ 50. Ações do Magalu disparam com anúncio da parceria.

A AliExpress e o Magazine Luiza vão atuar em parceria no Brasil, com vendas de produtos nos dois marketplaces, segundo anúncio feito na manhã (horário do Brasil) desta segunda-feira, diretamente da sede da empresa do Grupo Alibaba, em Hangzhou, na China. E que deve ser implementada ao longo do terceiro trimestre deste ano. As ações da varejista brasileira dispararam após o anúncio.

O acordo, em formato inédito para as duas plataformas, começou a ser negociado pouco mais de sete meses atrás. E prevê que o Magalu disponibilize no site da AliExpress no Brasil os itens que vende diretamente em sua plataforma digital, portanto não inclui aqueles comercializados por vendedores que integram o marketplace do Magazine Luiza. Ao mesmo tempo, a empresa do Alibaba vai incluir os produtos de sua linha Choice no marketplace do Magalu.

— A negociação acelerou no último mês, após a nova taxa aprovada no Congresso. Ficamos muito confortáveis de assinar o acordo e fazer o anúncio dessa parceria — disse Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza. — As duas plataformas têm no Brasil, juntas, mais de 700 milhões de visitas por mês. São 60 milhões de clientes ativos nos dois canais. Com sortimentos complementares, a chance de conversão (de vendas) nos dois canais é muito alta. Amplia nossa força de compra.

Ele frisou que a globalização do comércio eletrônico e as vendas inter-fronteiras são uma realidade e que nunca foi contra esse processo.

— Eu achava que faltava isonomia (tributária). E com a taxa aprovada agora, igualou muito. É um negócio mundial. Impossível não conviver com ele e a globalização dos mercados — destacou.

As ações da Magazine Luiza sobem com força após a empresa anunciar uma parceria com a AliExpress. Por volta das 10h20, a alta chegava a 11%. Na máxima do dia, as ações operavam em alta de 13,02%.

Anúncio feito na China

O executivo participou de uma coletiva de imprensa com transmissão on-line, realizada diretamente da sede do grupo chinês, na qual estavam ainda Kai lee, CEO do AliExpress para a América Latina, e Briza Bueno, diretora da plataforma para a região.

Trajano reforçou que a estratégia está ancorada no aumento das vendas do canal digital por meio da complementariedade de categorias que vão abastecer os dois marketplaces agora parceiros. Como uma plataforma passa a atuar como vendedora de produtos da outra ficou acertada uma taxa por venda para cada uma nas transações envolvendo produtos da parceira.

No último dia 12, o Congresso aprovou uma taxação de 20% para compras no internacionais no valor de até US$ 50 feitas em plataformas de e-commerce que integram o Remessa Conforme, programa de conformidade fiscal da Receita Federal. Está pendente a sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Acima de US$ 50, o imposto de importação devido é de 60%.

Trajano não deu estimativas do impacto que o acordo pode ter em vendas para o Magalu, mas frisou que mais de cem profissionais da varejista participaram das negociações com a AliExpress, envolvendo a alta liderança da companhia. E disse que há uma oportunidade "muito significativa" para o aumento de vendas e do canal digital do ponto de vista de frequência de compras e complementariedade de sortimento.

Linha premium da AliExpress

A linha Choice do AliExpress, explicou Briza, inclui amplo grupo de produtos do tipo de cauda longa, passando por categorias que vão de beleza, passando por escritório e alcançando eletrônicos.

— A Choice traz os produtos do nosso serviço mais premium em relação ao tempo de entrega, bem mais curto. Tem um nível de serviço muito melhor e a qualidade garantida do AliExpress. É um serviço diferenciado — diz Briza, frisando que, na seleção do Magalu entram principalmente bens duráveis, como geladeiras, por exemplo, complementar ao Choice.

Ela destaca que é um acordo que dá continuidade ao foco do AliExpress em ampliar a participação de vendedores locais no marketplace:

— Vendedores locais vendendo para o brasileiro já são um espaço importante quando a gente está na plataforma. E é onde a gente tem focado bastante. Os produtos ajudam porque, quando a gente olha para o cliente final, ele já está no Brasil. Então, tem uma velocidade maior de entrega.

A estimativa das duas companhias é, ao longo do tempo, ir ampliando o sortimento que cada uma vai oferecer na plataforma parceira. Do lado do Magalu, o sortimento ganha reforço de linhas da AliExpress como as de produtos de informática, artigos para bebês e outros.

Parceria para entrega em aberto

De início, as entregas dos produtos comprados ficarão a cargo da plataforma de origem do produto, que seria a opção mais “fácil” para acelerar o início das vendas em parceria, explicaram Briza e Trajano. Mas o Magalu está aberto a aprimorar esse processo adiante:

— A gente está aberto a essas discussões para ver como a gente pode se complementar. Como a gente tem uma capilaridade gigantesca no Brasil, com 22 centros de distribuição, 170 pontos de cross-docking, mas as 1.300 lojas que são last mile /fullfilment centers (última milha do sistema de entrega), temos uma grande possibilidade de conseguir acordar, um dia que a gente acordar e achar que isso é bom, reduzir o custo de entrega do AliExpress aqui no Brasil. Mas não é esse o acordo de hoje — disse o presidente do Magalu.

Questionada sobre a certificação dos produtos que passarão a integrar o marketplace do Magalu, Briza afirmou que a Choice passa por critérios de certificação de acordo com o que pede a legislação brasileira.

— Vamos atuar com o mesmo rigor aplicado em nossa plataforma, utilizando filtros, ferramentas de inteligência artificial para checar todos os produtos e seguirmos confiantes no que estamos trazendo — disse ela. — Há muita oportunidade de colaborar mais. As companhias veem muitas sinergias olhando para frente, com foco em melhorar a digitalização no Brasil.

No Magazine Luiza, esses itens vindos de fora também passarão, automaticamente, pelos trâmites exigidos pelo Remessa Conforme, disse Fred Trajano. Ele afirma que o objetivo é conectar os itens do AliExpres em todos os canais de vendas digitais da varejista.

Movimento 'inteligente'

Roberto Wajnsztok, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, avalia como “inteligente” o movimento da parceria para o Magazine Luiza. Ele lembra que as grandes plataformas de e-commerce asiáticas chegam ao Brasil atraídas por um mercado eletrônico maduro, uma massa de grande potencial de consumo, com mais de cem milhões de usuários.

— Dos players brasileiros, o Magalu sofreu, mas continua aí. É complexo para uma empresa brasileira trazer o sortimento dos asiáticos e com custos muito baixos, são preços impossíveis de praticar no país, mesmo considerando a nova taxação. E, se não se pode com o inimigo, junte-se a ele — diz o especialista.

Para ele, o Magalu é o grande vencedor do acordo anunciado nesta segunda-feira. Do lado do AliExpress, diz Wajnsztok, o esforço pode estar mais do lado institucional, do que do econômico:

— Pode ser uma blindagem a futuros movimentos protecionistas no país e uma forma de viabilizar o escoamento das vendas do AliExpress.

Leonardo Cyreno, head de Eficiência Comercial e Growth na AGR Consultores, também entende que o Magazine Luiza se posicionou bem no concorrido mercado de comércio eletrônico.

— É uma parceria que só faz sentido para o Magalu, porque ele tem um gap na disputa em mercadoria barata com Amazon e Mercado Livre, justamente nessa cauda longa. E, no varejo, se vive de resultado — diz ele. — Ao entrarem nessa precificação mais baixa, entram no jogo. Não é a solução para os problemas do Magalu, mas é bom.

Faz sentido também para a plataforma chinesa como caminho para ganhar mercado, continua o especialista, pois ao vender pelo Magalu, passa a contar com um contato de um site brasileiro mediando o processo de compra para o consumidor.

A parceria entre o Magazine Luiza e o AliExpress abre uma porta para novas transações entre varejistas brasileiros e sites asiáticos, destaca o consultor. Para ele, outros grupos vão observar os resultados do acordo de agora.

Webstories
Mais recente Próxima Ações da Magazine Luiza sobem mais de 10% após anúncio de parceria com AliExpress
Mais do Globo

Ex-presidente Jair Bolsonaro é quem mais afasta eleitores, diz pesquisa

Datafolha aponta que 56% podem mudar voto para prefeitura de SP por rejeição a padrinho político

Casal teria retomado acordo milionário com serviço de streaming pra realizar novo documentário sobre realeza britânica

'Em pânico': família real teme novo projeto de príncipe Harry e Meghan Markle, diz site; entenda

Idade avançada continua sendo motivo de preocupação para seus colegas exilados, que temem que Pequim nomeie um sucessor rival para reforçar seu controle sobre o Tibete

Dalai Lama diz que está em bom estado de saúde após cirurgia nos Estados Unidos

Mikel Merino deu a volta na bandeira de escanteio para homenagear o genitor após selar a vitória espanhola na prorrogação

Pai de 'herói' da Espanha na Eurocopa marcou gol decisivo contra alemães no mesmo estádio há 32 anos; compare

Com os criminosos foram apreendidos drogas, dinheiro, máquina de cartão de crédito e diversos celulares roubados

Polícia Civil prende em flagrante três homens por tráfico e desarticula ponto de venda de drogas no Centro

Sem citar caso das joias, ex-presidente citou ‘questões que atrapalham’ e criticou a imprensa

Após indiciamento por joias, Bolsonaro é aplaudido em evento conservador ao dizer estar pronto para ser sabatinado sobre qualquer assunto

Embora Masoud Pezeshkian tenha sido eleito com a defesa do diálogo com nações ocidentais, decisões sobre política externa ou nuclear permanecem sob aiatolá Ali Khamenei

Vitória de candidato moderado no Irã pode aliviar, mas tensões nucleares não vão acabar, dizem analistas