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Por Valor Econômico — São Paulo

Numa tentativa de aumentar a pressão por medidas do governo para frear a entrada de carros elétricos e híbridos importados, a direção da Associação dos Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) contou hoje com o reforço de executivos do setor para a divulgação dos resultados do semestre.

A entidade que reúne as montadoras do país reviu para baixo a projeção de produção em função da queda das exportações do setor e da alta das importações de veículos, principalmente da Ásia. Segundo a Anfavea, a exportação de veículos deve contrair 20,8% neste ano. A projeção anterior era de alta de 0,7%.

Ao mesmo tempo, devem ser importados 450 mil veículos este ano, previu a associação, que projetou um número menor de exportação até dezembro: 407 mil unidades. Se o prognóstico se confirmar, será o primeiro ano com importações acima das exportações de automóveis e comerciais leves desde 2014.

O presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, participou da tradicional entrevista mensal para divulgar números do setor e expôs a sua posição em defesa do aumento imediato do imposto de importação em carros elétricos para 35%, inicialmente previsto para ocorrer em julho de 2026.

— Se você quer vender carro aqui vem jogar aqui — desafiou Possobom, diante de imagem de um campo de futebol, projetada no monitor da sala de reuniões da Anfavea, referindo-se à entrada dos carros da China no mercado brasileiro. — É muito.

A Anfavea reduziu a sua previsão de crescimento da produção nacional em 2024 de 6,1% para 4,9%.

Exportações em queda

Segundo os dados divulgados pela Anfavea, a venda total de veículos para o exterior somou 165,3 mil unidades nos seis primeiros meses do ano, uma queda de 28,3% na comparação com a primeira metade de 2023. É o pior resultado desde 2009. Ao mesmo tempo, houve alta de 38% no emplacamento de veículos importados no primeiro semestre, 38% mais que no mesmo período do ano passado.

Para os executivos da Anfavea, os importados estão impedindo o crescimento das montadoras que produzem no Brasil.

— Temos que ter muito cuidado com o que está acontecendo — destacou Possobom. — O mercado cresce, mas a produção (nacional) está igual.

De janeiro a junho, foi emplacado um total de 1,14 milhão de veículos novos, um aumento de 14,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Somente em junho, o crescimento das vendas alcançou 13,1% na mesma base de comparação, com 214,3 mil unidades. A média diária de vendas, de 10,7 mil unidades, voltou ao nível anterior à pandemia.

Por outro lado, a produção acumulada no semestre – 1,12 milhão de veículos – representou um avanço pequeno, de 0,5% na comparação com o mesmo período de 2023. Em junho, no entanto, o ritmo das linhas de montagem acelerou, com alta de 11,6% e 211 mil veículos.

Possobom defendeu que a indústria instalada no país deveria receber estímulos para, desta forma, produzir internamente o que hoje vem de outros países. Reclamou, ainda, do descompasso entre crescimento da importação e queda das exportações.

'Alta desenfreada'

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, chamou de “alta desenfreada” o resultado das importações, que alcançaram 197,6 mil unidades no primeiro semestre. Segundo Leite, vieram da China 78% dessas importações. A participação de marcas chinesas no mercado brasileiro passou de 7% para 26% em um ano.

Os executivos apontaram, ainda, a perda de competitividade na América Latina, onde, segundo eles, os asiáticos entram sem pagar impostos em vários países da região, que são um mercado importante para as montadoras brasileiras. Segundo Possobom, metade dos veículos importados pelos vizinhos da América Latina vem da Ásia.

Num momento de pressão de fabricantes de veículos para que o governo antecipe o aumento do imposto de importação dos modelos elétricos e híbridos, a Anfavea tenta rejeitar qualquer suspeita de dissidência em torno desse tema dentro da entidade.

Segundo definido pelo governo brasileiro no fim do ano passado, o aumento do imposto de importação para modelos eletrificados será gradual. Neste mês, o imposto dos puramente elétricos importados subiu para 18% e o dos híbridos importados passou, para 20%.

— Temos o Imposto de Importação mais baixo para modelos elétricos de origem chinesa no planeta, entre os países produtores, o que serve de atrativo para a importação acima de um saudável patamar de equilíbrio. Isso vem prejudicando nossa produção e ameaçando nossos investimentos e empregos. Por isso a demanda urgente da elevação do Imposto de Importação para 35%, como ocorre com outros importados. E que seria um patamar relativamente baixo frente ao de outros mercados importantes — afirmou o presidente da Anfavea, que se queixou da proposta de inclusão dos automóveis no futuro Imposto Seletivo, criado pela Reforma Tributária.

Risco de fechamento de fábricas

Leite mostrou um mapa com a queda de participação do Brasil nas vendas de veículos nos países vizinhos. Em um ano, a fatia brasileira caiu de 8,9% para 5,3% no México, e de 22,6% para 17,0% na Colômbia.

— Corremos o risco de esse impacto provocar o fechamento de fábricas no segundo semestre — destacou o líder da Anfavea.

No lado dos veículos comerciais, o reforço veio com o presidente da Iveco, Marcio Querichelli. Segundo ele, dois terços dos caminhões vendidos em mercados como Chile, Peru, Colômbia e Equador são de origem asiática.

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