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Por — Rio de Janeiro

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GERADO EM: 15/07/2024 - 17:09

Empresário de Olinda fortalece portfólio com aquisição de ações da Americanas

Empresário de Olinda adquire 12,52% das ações da Americanas, se tornando o 4º maior acionista. Inácio Neto destaca confiança nos controladores e aposta no crescimento da empresa. Além disso, ele investe no setor educacional e na construção civil, mostrando visão de longo prazo e foco em empreendimentos diversos.

Desde que a Americanas informou que Inácio de Barros Melo Neto se tornou dono de 12,52% das ações da companhia na última sexta-feira, o telefone do empresário de Olinda, em Pernambuco, não para de receber mensagens de amigos tentando confirmar se era ele mesmo quem havia se tornado o novo nome forte na empresa.

Aos 44 anos e pai de quatro filhos, ele agora está atrás apenas de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios da 3GCapital. O trio detém 30,12% do capital social da varejista e é conhecido por ser os principais acionistas de outras grandes empresas pelo mundo, como a AB Inbev (dona da cervejaria Ambev no Brasil).

A Americanas atravessa a maior crise de sua história após a revelação de uma fraude contábil superior a R$ 25 bilhões no início do ano passado.

Oriundo de uma família que investe em educação no estado, Inácio Neto, que já foi vereador entre 2008 e 2012 pelo PSB em Recife, alcançou o marco de 113 milhões de ações na última sexta-feira.

— Esse resultado é fruto de um investimento em torno de R$ 50 milhões, iniciado no começo do ano passado — disse ao GLOBO.

Ele continuou:

— Comecei na Bolsa em 2020. A Americanas começou a chamar minha atenção no ano passado, quando houve aquela queda gigantesca no preço das ações. Parei e analisei para entender mais sobre os controladores. Estamos falando dos homens mais ricos do país. Eles assinaram um termo se comprometendo a não sair da empresa por três anos e ainda fecharam um acordo com os bancos. A Americanas constatou um erro. Se compararmos com o patrimônio dos três controladores, o rombo é um valor irrisório. Existem coisas que acontecem dentro de uma empresa que são inerentes ao dono.

Ao justificar a compra das ações, ele ressaltou que os gestores já foram afastados, que a companhia está passando por uma auditoria e que o processo de recuperação judicial já foi aprovado pela Justiça.

— É uma empresa que vai mudar de patamar. Ela não vai ficar nessa realidade. Essa é a minha leitura. Quando vi o primeiro aporte dos controladores, eu comecei a investir mais. E já estava pensando também no agrupamento de ações que será feito durante o aumento de capital e, para não ficar sem nada, eu tinha que ter pelo menos um milhão de ações. E fui aumentando minha participação.

O empresário se recorda de uma entrevista que leu em 2020 de Jorge Paulo Lemann:

— Li uma entrevista do Lemann em que ele fala que momentos adversos são momentos de investimento. Isso me deu confiança. Mas não o conheço pessoalmente. Se eu passar na rua, ele nem sabe quem sou.

Neto, que iniciou as operações da Faculdade de Medicina de Olinda (FMO) em 2015, diz que já enviou uma declaração à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de que não quer ser controlador.

— Estou apostando neles (Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira). Eu preciso gerir meus negócios. Estou caladinho há mais de um ano comprando as ações. Muitos amigos me perguntam se era eu mesmo, mas ainda não respondi. Quero ganhar capital com o investimento, mas não tenho pressa. Eu acredito.

Atualmente, o empresário comanda um total de 600 funcionários. Além da Faculdade de Medicina de Olinda, que já é a maior do estado e está entre as 102 melhores do Brasil, ele abriu o Instituto Maria, que é ligado à faculdade e atende crianças com Síndrome de Down. Em 2019, fundou o Colégio Ecolar, também localizado em Olinda, com foco na educação infantil e no ensino fundamental 1.

— Sou da terceira geração de educadores. O Colégio Ecolar foi aberto uma semana antes da pandemia com 16 professores, e eu não desisti desse projeto. Hoje, já temos quase 100 profissionais e esperamos alcançar 200 alunos. É um investimento, pois precisamos conquistar as famílias. É uma maturação diferente da de alunos de outras idades. Atualmente, estamos ampliando a Faculdade de Medicina e construindo outro prédio para oferecer mais espaço aos alunos. Em 2025, teremos mais de mil alunos formados em medicina.

Além do setor educacional e do investimento na Americanas, o empresário lembra que também é proprietário de uma pequena construtora que está finalizando a construção de 32 apartamentos.

— Ainda não começamos a vender os apartamentos. Como minha esposa diz, Olinda é um país para mim.

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