A Época Cosméticos, e-commerce do grupo Magazine Luiza especializado no segmento de beleza, passa agora a operar também como marketplace. Líder no país nas vendas de perfumaria importada, a plataforma quer ampliar a capilaridade no setor, abrindo espaço principalmente para vendedores de produtos para cabelo e maquiagem.
O anúncio, antecipado ao GLOBO, acontece durante a Expo Magalu, evento da gigante do varejo voltado para empreendedores nesta quarta-feira.
Completando 18 anos neste 2024, a Época foi comprada pelo grupo Magazine Luiza há uma década. Christiane Bistaco, diretora de Novos Negócios da varejista, explica que a abertura do site de beleza para o marketplace era uma demanda dos próprios vendedores que atuam no site da Magalu.
Hoje, a Época trabalha com produtos de cerca de 700 marcas, entre dermocosméticos, cuidados pessoais e até "sex toys". Mas o sucesso são os itens de perfumaria, principalmente os importados. Por isso, a ideia com a transformação em marketplace é ampliar as vendas de itens de categorias em que o e-commerce não é tão competitivo, como produtos para cabelo e maquiagem.
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Uma das lojas que deve passar a operar na plataforma é o próprio Magalu, vendendo eletroportáteis de beleza, como secadores, chapinhas e barbeadores. Outras marcas que já vendem no marketplace do Magalu e que agora passam a também atuar no site da Época são as lojas HairPro, de produtos para cabelo, e Evas Perfumaria. Outros nomes ainda devem ser divulgados.
Christiane afirma que o foco são varejistas de médio e grande porte que já atuam principalmente em marketplace, mas há conversas com marcas que só atuam em seus sites próprios:
– Passamos a ter um portfólio maior, trazendo categorias que não temos tanta competitividade. O marketplace abre muitas possibilidades, inclusive de vendermos marcas que só vendem em seus sites. Isso está em negociação, mas por isso ainda não conseguimos abrir nomes.
Roberto Wajnsztok, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, da Gouvêa Ecosystem, analisa que o movimento da marca não é isolado e acontece em resposta a atuação de outros players do mercado, como a expansão dos marketplaces asiáticos – como Shein e Shopee – e também de varejistas tradicionais, como Mercado Livre e Americanas.
– O Magalu está usando suas empresas e criando marketplaces nichados, que é a próxima curva do setor. Nos primeiros anos, foram os marketplaces multicategorias, e, agora, as empresas de nicho – avalia. – Nessa estratégia, há uma priorização das categorias complementares para compor o sortimento. Depois começa a profundidade, trazendo mais vendedores das linhas de produtos para aumentar o sortimento, o mix de marcas. Ou seja, primeiro a capilaridade, depois a competitividade. Provavelmente veremos esse movimento também com KaBuM!.
Curadoria para qualidade
A executiva do Magalu detalha ainda que, no caso da Época, a empresa aprimorou o processo de seleção dos vendedores por causa das preocupações com a possibilidade de comercialização de produtos de beleza falsificados.
Uma das estratégias foi conversar com as fabricantes seletivas, cujos produtos só são vendidos por revendedores autorizados:
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– Tem todo um processo desenhado no cadastro desses vendedores para manter um padrão de garantia de qualidade e veracidade dos produtos. É um cuidado que a gente tem de curadoria para ter certeza que são vendedores idôneos.
Por enquanto, os produtos vendidos por outras empresas através do marketplace da Época serão vendidos e entregues pelos próprios sellers, mas a ideia é que os vendedores parceiros possam também aproveitar o ecossistema logístico do grupo Magalu – de centros de distribuição às entregas – a partir do ano que vem.
– É uma questão de tempo de desenvolvimento para oferecermos o mesmo sistema de logística da Magalu para os sellers do marketplace da Época a partir de 2025 – projeta Christiane.