A cientista de computação e pioneira em inteligência artificial(IA) Fei-Fei Li arrecadou US$ 230 milhões de uma lista estrelada de investidores, entre eles o ator Ashton Kutcher, para uma nova startup de IA chamada World Labs, lançada oficialmente na sexta-feira.
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A empresa tem como objetivo desenvolver um software que possa usar imagens e outros dados para tomar decisões sobre o mundo tridimensional, criando o que eles chamam de "modelos de grande escala do mundo".
O financiamento é um sinal do contínuo interesse dos investidores por tecnologias que expandem os limites da IA, bem como do apelo dos maiores nomes do campo.
A nova rodada de financiamento foi liderada por Andreessen Horowitz, NEA e Radical Ventures, uma empresa canadense de capital de risco da qual Li também é parceira científica. A World Labs não divulgou em quanto ficou avaliada após a rodada de aportes.
Várias figuras conhecidas na área de IA também investiram, incluindo Jeff Dean, cientista-chefe do Google DeepMind, e Geoffrey Hinton, ex-pesquisador do Google AI conhecido por seu trabalho no avanço do aprendizado de máquina (Hinton é investidor na Radical Ventures). O braço de investimentos da Nvidia, a fabricante de chips mais valiosa do mundo, também apoiou a empresa.
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Outros investidores individuais incluem o CEO da Salesforce, Marc Benioff, o cofundador do LinkedIn Reid Hoffman e o ex-CEO do Google Eric Schmidt.
A startup, sediada em São Francisco, planeja inicialmente gerar espaços virtuais 3D onde variáveis, como as leis da física, possam ser controladas pelos usuários. A empresa também permitirá que as pessoas criem seus próprios “mundos” tridimensionais. A World Labs acredita que seu software será útil para pessoas em diversas profissões, incluindo artistas, designers, desenvolvedores e engenheiros.
“Esta é uma tecnologia tão fundamental”, disse Li em entrevista à Bloomberg Television na sexta-feira. “Ela tem implicações em uma ampla gama de casos de uso”, incluindo, eventualmente, robótica e manufatura.
Li, codiretora do Instituto de IA Centrada no Ser Humano da Universidade de Stanford, fundou a empresa com outras três pessoas — Justin Johnson, Christoph Lassner e Ben Mildenhall, todos com ampla experiência em IA. A empresa informou que atualmente conta com 20 funcionários.
Li deu uma prévia dos objetivos da startup em uma palestra TED em abril, dizendo que o “impulso de agir é inato a todos os seres com inteligência espacial, o que liga a percepção à ação”.
Ela acrescentou: “Se queremos avançar a IA além de suas capacidades atuais, queremos mais do que uma IA que possa ver e falar. Queremos uma IA que possa fazer.”
O trabalho anterior de Li abriu caminho para muitas das inovações atuais em IA. Ela fez parte da equipe por trás do projeto acadêmico ImageNet, um banco de dados com mais de 15 milhões de imagens lançado em 2006, que ajudou a promover avanços nas maneiras como os computadores reconhecem objetos em imagens.
“Acredito que a inteligência espacial é o próximo Norte para mim”, disse ela à Bloomberg na sexta-feira. “Isso mudará o rumo da IA.”