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Paes sobre devolução do Galeão: 'Isso mostra credibilidade do país, SQN!'

Prefeito ironiza e diz: 'Espero que façam do limão a limonada'. Para governador Claudio Castro é "oportunidade de fazer a relicitação alinhada com Santos Dumont'
O prefeito do Rio, Eduardo Paes Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
O prefeito do Rio, Eduardo Paes Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO - A decisão da empresa que administra o Aeroporto Internacional do Galeão de devolver a concessão foi comentada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e pelo governador fluminense, Cláudio Castro (PL), de formas diferentes.

Castro, que é correligionário do presidente Jair Bolsonaro, mencionou a decisão do governo de adiar a concessão do Aeroporto Santos Dumont , no Centro do Rio, para licitá-lo juntamente com o Galeão, na Zona Norte da cidade, em 2023.

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Ele afirmou em uma rede social que a decisão da concessionária do Galeão de entregar o aeroporto é para Rio e para o país “uma enorme oportunidade para fazer a relicitação alinhada com a concessão do Santos Dumont”.

Paes pede 'limonada'

Já o prefeito da capital fluminense, crítico do governo, ironizou a decisão da concessionária, ressaltando a fuga de investimentos da cidade enquanto o Ministério da Infraestrutura planeja conceder o Santos Dumont à iniciativa privada com a previsão de ampliação do terminal, que concorre com o Galeão.

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Em sua rede social, Paes criticou a saída da Changi alegando que isso enfraquece o ambiente de negócios.

“Parabéns às mentes brilhantes envolvidas! Isso mostra muita credibilidade do nosso país junto a investidores internacionais (nesse caso se inclui o governo de Cingapura) SQN!” — em referência à expressão “só que não”.

Num recado ao governo, Paes continuou: “Espero que ao menos façam do limão a limonada e sejam rápidos na solução a ser dada”.

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Prefeito e governador combateram edital do Santos Dumont

Castro e Paes sempre foram críticos do edital  de concessão do Santos Dumont, alegando risco para a economia da capital e do estado com o provável esvaziamento do Galeão.

A pedido deles, um grupo de trabalho havia sido criado pelo governo para revisá-lo.

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Segundo Castro, o grupo de trabalho, no qual o Estado tem cinco integrantes, já foi orientado a construir “a melhor modelagem para garantir que a decisão da Changi seja um instrumento de recuperação do sistema aeroportuário do Rio de Janeiro”.

Para Fernando Villela, coordenador do Comitê de Regulação de Infraestrutura Aeroportuária da FGV Direito Rio, o momento promissor que o Brasil e o Rio viviam em 2014 incentivaram a Changi a um investimento considerado arrojado por ele.

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— Havia a expectativa do Rio entrar para patamar de turismo internacional. Ele continua: — Só que para ser saudável, a concessão precisaria que todas as demandas de carga a passageiro se confirmassem ou fossem melhores nos anos seguintes, o que não ocorreu. Não só forem menores como teve a pandemia. Dentro desse cenário, era previsível que eles teriam dificuldade de manter contrato — diz o advogado.

Na sua opinião o governo vai fazer a licitação dos dois aeroportos, como propõe Castro, pois, se mantiver a modelagem atual do Santos Dumont, o Galeão deixará de existir.

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Para o ex-secretário de Transportes do Rio e assessor da presidência da Fecomércio Delmo Pinho, que faz parte do grupo de trabalho para discutir mudanças no edital de concessão do Santos Dumont, seria interessante começar a fazer logo a concessão conjunta dos dois terminais do Rio.

Pinho diz que, mesmo que o Galeão tenha sido mais afetado que outros aeroportos na crise economia, a longo prazo é uma aquisição atraente aos investidores por sua capacidade, especialmente se vier com Santos Dumont.