Economia
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Por Manoel Ventura — Brasília

Os gastos dos brasileiros com energia elétrica e combustível já ocupam a segunda colocação em um ranking que mostra o nível de preocupação dos consumidores em relação às contas que mais pesam no orçamento doméstico. Pagar a conta de energia e combustível é um dos maiores desafios dos brasileiros, segundo pesquisa inédita da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) com o instituto Ipespe, antecipada ao GLOBO. Esse gasto, de acordo com o levantamento, perde apenas para a alimentação.

Para 94% dos entrevistados, os preços dos produtos relacionados ao setor energético estão impactando mais o orçamento neste início de semestre, na comparação ao início do ano. Além disso, para nove em cada dez entrevistados, a conta de energia está pesando mais no bolso agora do que há 5 anos.

Esta é a primeira vez que uma pesquisa avalia a percepção dos brasileiros em relação a temas do setor de energia. E a conta de luz mereceu críticas e a desconfiança da maioria. Para 47% dos entrevistados, o preço da conta é ruim ou péssimo.

E 60% dos consumidores admitiram desconhecer o que está sendo lançado na conta, embora acreditem que impostos e encargos façam parte dessa equação.

Um outro estudo publicado recentemente pela Abrace mostrou que a energia representa 23,1% do preço final da cesta básica, considerando ainda pescados, laticínios e farináceos.

Impostos como vilão

Para os que responderam que a conta de energia está muito cara ou cara, o principal motivo são os impostos, encargos e taxas embutidos. A falta de gerenciamento dos reservatórios de água e o domínio do setor por poucas empresas também são fatores citados pelos consumidores, mais ainda que a falta de concorrência e escassez de chuvas.

A afirmação com maior nível de conhecimento entre os consumidores de energia é a de que “o Brasil tem muito vento, sol e rios, e por isso deveria ter a energia mais limpa e barata do mundo”. Em segundo lugar em conhecimento está a frase “a energia é cara porque mais da metade do custo são impostos, taxas, encargos e subsídios”, também com elevado grau de concordância.

O preço da energia elétrica e dos combustíveis, como gasolina e diesel, foi uma das maiores preocupações do Congresso e do governo Jair Bolsonaro neste ano, às vésperas da eleição. Foram aprovadas medidas que limitam a cobrança de impostos estaduais e promovem outras mudanças pontuais no regramento dos setores para tentar segurar os preços neste ano.

Esse movimento do governo, porém, parece não ter sido sentido pela população. Segundo a pesquisa, 66% das pessoas acreditam que as opiniões e necessidades da população com relação à energia elétrica não são levadas em consideração nas decisões sobre esse setor.

A pesquisa também avaliou a percepção dos brasileiros em relação às questões de sustentabilidade e energia limpa. Sete em cada dez entrevistados concordam que com a afirmação de que proteção do meio ambiente deve ser priorizada, mesmo correndo o risco de limitar a quantidade de suprimentos de energia — como petróleo, gás e carvão, nuclear — que o Brasil produz.

Por outro lado, 60% dos entrevistados não aceitariam pagar mais caro para usar uma energia mais limpa e sustentável. Ou seja, as pessoas estão, nesse momento, se preocupando mais com o custo da energia, e não se ela é limpa ou poluente.

A pesquisa ouviu 2.000 entrevistados entre os dias 22 de junho e 10 de julho de 2022.

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