O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na manhã desta quarta-feira com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, em Brasília, e o convidou para assumir o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A conversa ocorreu em um hotel em Brasília, onde o presidente eleito está hospedado.
Filho de José de Alencar, vice de Lula nos dois primeiros mandatos, Gomes ainda não confirmou se aceitará. O atual presidente da Fiesp vive um dilema e tende a recusar o convite, segundo pessoas próximas.
Petistas avaliam que, caso o empresário não aceite assumir o ministério, será consultado para a indicação de um nome para pasta. Lula tinha boa relação com José Alencar e costuma elogiar Gomes a interlocutores.
Sob Lula, esse ministério terá o comando do BNDES, que será chefiado pelo ex-ministro Aloizio Mercadante, anunciado na terça-feira por Lula.
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Josué é diretor-presidente da Coteminas, maior grupo têxtil do país, e chegou a ser avaliado como possibilidade para ser vice de Lula, mas as conversas não avançaram. No comando da Fiesp desde janeiro, o executivo é alvo de oposição de Paulo Skaf, seu antecessor. Ele foi eleito em julho de 2021.
Gomes gostou de ter recebido o convite de Lula, e seus aliados na Fiesp veem sua eventual ida ao governo como uma saída triunfal e vitoriosa dele da federação no momento em que sindicatos patronais aliados de Paulo Skaf querem derrubá-lo. Por outro lado, o empresário ainda é quem toca pessoalmente o grupo de sua família e não tem, hoje, sucessor para indicar no curto prazo.
Gestão polêmica
Há alguns dias, os sindicatos que pedem uma assembleia para discutir a substituição do empresário na presidência da federação publicaram edital convocando o encontro para o próximo dia 21, conforme mostrou o colunista Lauro Jardim.
A decisão ocorre à revelia de Josué e foi decidida depois que o presidente da Fiesp não marcou o pedido de assembleia para última segunda-feira, dia 12. O edital foi publicado pelo Conselho de Representantes da Fiesp. Pelo menos 86 sindicatos, dos 106 filiados endossam o pedido. Interlocutores da federação afirmam que movimento seria liderado por Skaf, que ficou 18 anos no comando da entidade.