A prorrogação da isenção de tributos federais sobre combustíveis assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, logo após a cerimônia de posse, evitará uma alta de preços na gasolina que ocorreria caso os impostos voltassem a ser cobrados.
A desoneração foi determinada pelo presidente Jair Bolsonaro nos últimos meses do seu mandato, com o objetivo de aumentar sua popularidade no ano eleitoral.
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Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), caso PIS/Cofins e Cide voltassem a ser cobrados, o acréscimo nas bombas poderia ser de R$ 0,69. O diesel e o etanol, por sua vez, subiriam R$ 0,33 e R$ 0,26 respectivamente.
Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha pedido a Bolsonaro para não prorrogar a desoneração de combustíveis, o novo governo acabou mudando de ideia e optou pela manutenção do alívio tributário, segundo economistas, para evitar alta na inflação no início do mandato.
Apesar disso, o preço cobrado nos postos vai depender também da cotação do dólar e do valor do petróleo no exterior, já que a Petrobras adota uma política de paridade internacional.
Embora o preço do barril tenha caído de US$ 100, quando foram feitas as desonerações no ano passado, para US$ 85,91, na última sexta-feira, a maior demanda decorrente da flexibilização das medidas contra Covid-19 na China — maior importador global — pode fazer o preço do petróleo subir.
Para evitar oscilações bruscas, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado para a presidência da Petrobras, avalia uma mudança na política de preços da estatal e uma espécie de fundo de estabilização para amortecer eventuais reajustes.