Economia
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Por Cleide Carvalho — São Paulo

O advogado Miguel Reale Júnior classificou como "um golpe" a destituição do empresário Josué Gomes da Silva da presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, a assembleia que decidiu retirar o dirigente do cargo foi clandestina, já que não houve qualquer acusação formal contra ele. O presidente da Fiesp foi destituído do cargo nesta segunda-feira por 47 votos a um a favor de sua permanência no cargo, com duas abstenções.

O jurista afirmou, no entanto, que Josué ainda não decidiu pela disputa judicial.

— Foi um golpe, uma afronta absoluta às normas estatutárias. Nunca houve acusação formal e, se houvesse, ele teria dez dias para apresentar sua posição. Ele foi destituído porque fez um manifesto a favor da democracia — afirmou Reali Junior.

O manifesto da Fiesp a favor da democracia foi lançado em agosto passado, antes da eleição, e foi assinado por cerca de 90 entidades. Internamente, porém, a adesão foi baixa. Apenas 18 dos 131 sindicatos que formam a entidade assinaram o documento.

Na ocasião, o então presidente Jair Bolsonaro reclamou do documento em uma live. Afirmou que ele era, na realidade, um manifesto a favor do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

A destituição de Gomes ocorreu após uma assembleia na qual ele respondeu a 12 perguntas apresentadas pelo grupo opositor. Na primeira assembleia os sindicatos reprovaram, por 62 a 24, os argumentos apresentados por ele aos questionamentos sobre sua atuação no cargo.

Gomes deixou a sede da Fiesp depois do término desta votação. Na sequência, porém, os que permaneceram no local abriram uma segunda assembleia, com quórum menor, e aprovaram a destituição do presidente. Os argumentos foram "grave violação do estatuto" e "conduta incompatível com a ética".

Para Reale Junior, as perguntas apresentadas a Gomes eram "inodoras" e foram todas respondidas. O jurista afirma que muitos dos sindicatos que votaram pela destituição são entidades de "gaveta", sem representação efetiva, e que os grandes setores industriais do estado manifestaram apoio a Gomes.

Caso o empresário decida ir à Justiça contra sua destituição, o jurista afirmou que será buscada a nulidade da segunda assembleia, aberta depois do término da primeira.

Nesta terça, o grupo de opositores de Josué Gomes se reuniu no fim da tarde, mas não se manifestou publicamente. Pelo estatuto da Fiesp, a presidência será assumida interinamente por Elias Miguel Haddad, o mais velho entre os 24 vice-presidentes da entidade, dirigente do setor têxtil e integrante do grupo de oposição.

A expectativa é que a presidência seja assumida pelo primeiro vice-presidente, Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e aliado do ex-presidente Paulo Skaf. Também podem disputar o cargo o segundo e o terceiro vice-presidente, Dan Iochpe e Marcelo Campos Ometto.

Os opositores rechaçam a que a motivação da destituição de Gomes seja política. Alegam que o estilo centralizador e de pouco diálogo de Gomes o afastou de boa parte dos sindicatos que reúnem pequenas empresas, que mantinham bom relacionamento com Skaf.

Entre os exemplos estão os sindicatos da indústria de panificação e confeitaria - cinco deles, de âmbito regional, são associados à Fiesp. Juntos, reúnem mais de um milhão de padarias.

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