Economia
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Por Ivan Martínez-Vargas — São Paulo

Dirigentes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) receberam na noite desta sexta-feira um e-mail enviado pela própria entidade assinado por um dos 24 vice-presidentes da entidade, Elias Miguel Haddad, na qual ele afirma ser o novo presidente da entidade.

Mais cedo, outra mensagem foi enviada pelo segundo diretor-secretário da Fiesp, Ronaldo Koloszuk Rodrigues, a funcionários, em que também afirma que o vice-presidente assumiu a presidência após a alegada destituição de Josué Gomes da Silva do posto. Aos 95 anos, ele é o integrante mais velho da chapa eleita em 2021.

Com isso, como Josué questiona a validade jurídica da assembleia em que sua destituição foi votada, a Fiesp tem, na prática, dois presidentes. Nesta sexta-feira, Josué esteve em Brasília e se encontrou com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na condição de presidente da Fiesp. O empresário tem usado sua proximidade com o novo governo para reverter sua situação na entidade.

O documento recebido pelos funcionários afirma que suposta troca de presidentes se deu após a realização da assembleia que votou a destituição de Josué nesta segunda-feira, "convocada por meio de edital regular a pedido da maioria absoluta do Conselho de Representantes, que, após ouvir os argumentos de defesa e os rejeitar, deliberou pela destituição de Josué Gomes".

O texto cita ainda o artigo 29 do estatuto da entidade, segundo o qual o vice-presidente mais idoso cumpre as funções de presidente interinamente até que um dos três chamados vice-presidentes numerados seja eleito para a função.

O advogado Miguel Reale Júnior, que defende Josué, contesta a validade jurídica do pleito de Elias Miguel Haddad.

— É mais uma ilegalidade. Não houve registro de ata (da assembleia realizada na segunda-feira) e o presidente Josué não reconhece evidentemente este ato de força que mostra a ambição de ocupar a presidência da Fiesp de qualquer modo com risco de responder pelos danos causados à entidade", diz ele ao GLOBO.

Para Josué e Reale, a assembleia foi convocada sem a pauta da destituição, e sim para ouvir a explicação do dirigente sobre uma série de questionamentos do grupo de oposição, a maioria de ordem política.

O encontro foi marcado por Josué a pedido de um grupo de representantes de 86 sindicatos patronais capitaneado pelo antecessor do empresário na entidade, o bolsonarista Paulo Skaf. Na assembleia, o grupo buscou dar um verniz ético à destituição de Josué questionando, por exemplo, a nomeação do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho para o conselho de micro, pequena e média empresa da Fiesp ao mesmo tempo em que sua consultoria Macrotempo prestava serviços à entidade.

O encontro durou cerca de quatro horas e meia. Primeiramente, os sindicatos reprovaram, por 62 a 24, os argumentos dados por Josué Gomes aos questionamentos sobre sua atuação no cargo. Assim que essa votação terminou, Josué e os sindicatos que o apoiam deixaram o local. A oposição permaneceu na Fiesp e abriu uma segunda assembleia, com quórum menor. Nela, aprovaram a destituição do presidente por "grave violação do estatuto" e "conduta incompatível com a ética" por 47 votos a favor, 1 contrário e uma abstenção.

Na quinta-feira, a Fiesp afirmou em nota que Josué Gomes continuava no cargo. Para Reale, vale apenas a primeira votação. A segunda, diz ele, foi "clandestina".

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