Economia
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Por Paula Ferreira — Brasília

Em seu discurso de posse nesta segunda-feira, o novo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que vai reformular o Bolsa Família e atualizar o Cadastro único.

— Sim, vamos reformular com muito diálogo o Bolsa Família e sei que na situação que se encontra não é uma tarefa simples, mas creio que é no diálogo que vamos encontrar a pactuação e dosagem certa. Sim, vamos fazer a atualização do cadastro único e nada de pente-fino - afirmou.

E acrescentou:

— Sou da geração do tempo do piolho. Pente fino era para tirar piolho do cabelo. Imagine o Ibaneis, que está mais careca — brincou com o governador do DF — É política pública bem feita o que vamos fazer.

Dias agradeceu aos profissionais da área social em todo país. E disse que, independentemente dos partidos, todos devem estar juntos para passar por esse desafio.

— Neste mandato, a nossa missão é tirar o Brasil do Mapa da Fome pela segunda vez sob o comando do presidente Lula, este que é um dos maiores líderes desta causa no planeta. A reconstrução do Brasil passa também pela reconstrução de toda uma rede da assistência social.

Ele voltou a dizer que é preciso colocar "os pobres no orçamento":

— Colocar o povo no orçamento e de forma prioritária colocar os pobres no orçamento. Não deixar ninguém para trás, dar a mão a quem precisa e ninguém largar a mão de ninguém. Sei que essas duas frases foram muito repetidas durante a campanha, mas é um compromisso — afirmou.

Em entrevista ao GLOBO no fim de semana, Wellington Dias disse ter uma agenda com municípios e estados para reestruturar a rede de assistência social no Brasil. O ministro afirmou ainda que será disponibilizado um aplicativo para que pessoas sem direito renunciem ao benefício, acrescentando que há “grandes irregularidades” no aumento no número de pessoas que moram sozinhas.

Isso ocorreu após o governo Jair Bolsonaro adotar um piso, hoje de R$ 600, para todos os beneficiários. Antes, famílias maiores recebiam mais. "Quero mobilizar os movimentos sociais, igrejas, empreendedores, para que possamos trazer essas pessoas o mais rapidamente possível para essa rede do Cadastro Único e garantir o Bolsa Família".

Em seu discurso, Wellington Dias elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

— Tem uma música que diz que homem que é homem não chora. E eu discordo dela. Ontem (na posse do presidente) eu chorei e não foi só uma vez. Ontem foi um dia de muita emoção para todos nós. Não sei se vocês têm uma noção, mas a gente volta a ter um presidente da República que tem causas. A causa do Combate à fome, de trabalhar com prioridade para os que mais precisam, os mais pobres desse país.

Em entrevista exclusiva ao GLOBO no último domingo, Dias anunciou a revisão do Cadastro Único e a Reformulação do Bolsa Família. Na ocasião, o ministro afirmou que a pasta vai restabelecer as condicionalidades para aprimorar o serviço prestado pelo programa. Segundo ele, há necessidade de reforçar critérios como a necessidade de que crianças e adolescentes estejam matriculados na escola e com as vacinas em dia.

–Temos milhões de crianças e adolescentes não matriculadas, isso é um objetivo a ser alcançado por meio da condicionalidade. Vacina também. Temos situação em que muitas pessoas dessas famílias não estão cuidando das vacinas para prevenir várias doenças. Vamos trabalhar com essa regra – disse na ocasião.

Na ocasião, o ministro afirmou ainda que a pasta fará um aplicativo para que pessoas que não tenham direito ao benefício possam renunciá-lo voluntariamente. A ideia é fazer uma campanha para conscientizar as pessoas sobre o direito ao Bolsa Família e fazer com que aquelas que não tenham direito ao benefício façam a renúncia voluntária.

Ex-governador do Piauí e senador eleito pela segunda vez, Wellington Dias foi escolhido por Lula para tocar uma das missões principais do governo eleito: o combate à fome. A pasta do Desenvolvimento Social é responsável pelo programa Bolsa Família, vitrine dos governos do PT.

O novo ministro foi coordenador da campanha de Lula no Nordeste e conseguiu dar ao petista no Piauí a maior votação proporcional do país. Durante a transição de governo, a pasta foi cobiçada por Simone Tebet, mas Lula escolheu o correligionário e um dos principais aliados para coordenar o ministério. Quando anunciou Dias para a pasta, deixou claro que o estado do Piauí lhe deu uma das maiores votações do país e que era o estado onde começou o Bolsa Família.

Durante a pandemia, Dias ganhou maior projeção nacional ao liderar a busca por vacinas contra Covid-19 por meio do Consórcio Nordeste. O então governador foi uma das principais vozes na defesa dos imunizantes ante a postura negacionista do governo federal.

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