Economia
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Por Letycia Cardoso — Rio de Janeiro

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira, na sede do Banco, no Rio, que não planeja ofertar condições especiais de crédito para Americanas, que vive uma crise após a divulgação de inconsistências em seu balanço no mês passado.

Ele lembrou que o banco estatal executou a cobrança das fianças bancárias da varejista no valor de R$ 1,17 bilhão, afirmando que não possui nem “R$ 1 em risco” com a empresa.

— Os sócios de referência têm capital para salvar a empresa. Não vamos voltar a ser hospital de empresa mesmo. Os indícios de fraude são muito grandes — afirmou.

A varejista, que pediu recuperação judicial em caráter de urgência no último mês após vir à tona sua dívida de R$ 43 bilhões, tem uma lista de mais de 16 mil credores. Para os pequenos fornecedores afetados, Mercadante disse que planeja uma linha de crédito especial, com taxas menores, sem cravar um prazo para a concretização. A proposta deve ser discutida com o Ministério da Fazenda e com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

— Os pequenos fornecedores foram vítimas de um processo. Precisamos encontrar alternativas para essas empresas continuarem suas atividades — sugeriu.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou em outro evento que estima o problema com a varejista gere, por consequência, um rombo de 0,5% no PIB.

Mudança na taxa de juros

Não é de hoje que Mercadante deixa claro que tem interesse em modificar a taxa de juros cobrada pelo banco em financiamentos concedidos. Atualmente, a chamada TLP (Taxa de Longo Prazo) é composta pelo IPCA + 6,08% ao ano. Para o petista, o fator variável da tarifa onera desproporcionalmente micro e pequenos empreendedores, afetando o fluxo de caixa. Por isso, estuda alternativas.

O retorno à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) — cobrança de um percentual fixo em contratos até 2018 — está completamente descartado, segundo Mercadante. O objetivo é que a taxa seja maior do que a Selic vigente.

— Não estamos falando em redução da TLP abaixo da Selic. Entre a Selic e a TLP, há um gigante espaço. Ela (TLP) foi implantada com redutor. Quando acabou esse redutor, ficou muito alta — explicou.

O presidente do BNDES ainda revelou que estuda o lançamento de uma "letra de desenvolvimento" para captar recursos privados, que funcionaria de modo semelhante às letras de crédito agrícola e imobiliária (LCA e LCI):

— Temos R$ 40 bi de carteira em infraestrutura. Só R$ 4 bi financiamos com recursos do mercado. Precisamos captar recurso no mercado para melhorar as condições de crédito.

Sem mal-estar

Mercadante negou que planeja um seminário para discutir propostas para o novo arcabouço fiscal do país. Também afirmou que não há nenhum mal-estar entre ele e a equipe econômica, em especial com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por causa do assunto. Nesta semana, a colunista do GLOBO, Malu Gaspar, divulgou que a iniciativa seria mais um potencial foco de conflito dentro do governo.

Segundo Mercadante, está no calendário do banco promover um seminário sobre investimentos e políticas macroeconômicas mundiais, com a presença de economistas renomados da Índia, dos Estados Unidos e da Europa.

— Não é para discutir o que é competência do ministério da fazenda. O ministro (Haddad) deve fechar o seminário. Já vai estar pronto o novo marco fiscal, não tem interferência — comentou.

Ele ainda mostrou interesse em tornar o banco um espaço ainda mais aberto a debates e citou que, quando fazia parte da oposição, costumava frequentar seminários na instituição para expor as suas críticas às propostas:

— O BNDES sempre foi um banco de debate, de formulação de políticas públicas. O plano de metas, o trienal... eles foram desenhados aqui — acrescentou. — Não vai ter mais censura intelectual nesse banco, nós vamos debater o Brasil e pensar no futuro.

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