O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou nesta quinta-feira que a pasta vai estruturar parcerias com entidades para multiplicar o número de cozinhas solidárias no país. Para avançar na agenda do combate à fome, Dias aposta na cooperação.
- Consignado do Auxílio Brasil: Governo reduz de 40% para 5% limite de desconto mensal do benefício
- Pente-fino: Revisão do CadÚnico identifica 2,5 milhões de beneficiários com irregularidades, diz Wellington Dias
Atualmente, o ministério já apoia cozinhas populares, mas vinculadas a governos estaduais e municipais. Com o agravamento da pobreza no país durante a pandemia, entidades passaram a fornecer alimentação, mas não podem receber recursos do governo.
― O Ministério do Desenvolvimento Social está aqui já se estruturando para trabalhar parcerias com entidades, estados e municípios e garantir que cozinhas como essa cheguem onde tem pessoas precisando de alimentos ― declarou Dias, em visita a uma cozinha solidária no Sol Nascente, uma ocupação em Ceilândia, cidade próxima a Brasília.
Auxílio Brasil: População enfrenta horas de fila para recadastramento no CadÚnico
O governo vai "apadrinhar" um projeto do PSOL, com base na experiência do MTST, para garantir repasse de orçamento para cozinhas solidárias, que são bancadas atualmente por doações. O deputado Guilherme Boulos vai apresentar a proposta na próxima semana, e pretende articular com o líder do governo, José Guimarães (PT-CE ), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), uma tramitação em regime de urgência.
― A proposta que vamos construir é de que esse projeto, que o MTST faz, não dependa apenas de doação, como é hoje. Com vaquinha na internet a gente compra comida e paga cozinheiras. Mas, para fazer isso para mais gente, tem que ser política pública A ideia é que a cozinha solidária se torne uma política pública do governo. É um projeto do movimento social que deu certo ― explicou o deputado.
A cozinha solidária da Ceilândia, por exemplo, foi criada durante a pandemia em um espaço de convivência da comunidade. Serve gratuitamente 150 refeições por dia e tem um custo mensal de R$ 10 mil, entre compra de alimentos, gastos com o espaço e o pagamento das cozinheiras, mulheres da comunidade que recebem um salário mínimo.
Atualmente, o MTST mantém 31 cozinhas solidárias nesses moldes em todo o país.
― Tem orçamento previsto para política de combate à fome e há um consenso de que isso é prioridade absoluta. A ideia é criar as condições jurídicas e legais para ampliar esse tipo de iniciativa ― explicou o deputado.
Técnicos da pasta explicam que a partir da aprovação de um projeto de lei, é possível fazer editais para selecionar entidades e firmar convênios para a prestação de serviços de cozinha comunitária em regiões mais carentes, agilizando o atendimento da população vulnerável.