A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou nesta quarta-feira a abertura de mais quatro processos administrativos para apurar as inconsistências contábeis da Americanas. Dois deles têm objetivo de investigar a atuação de auditorias independentes que revisaram as contas da varejista.
A KPMG Auditores Independentes deverá explicar o motivo de não ter detectado problemas nos balanços da Americanas nos anos de 2017 e 2018, enquanto a PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, a PWC, é questionada por não ter relatado erros financeiros em 2019, 2020, 2021 e 2022.
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Os outros dois processos, abertos pela Superintendência de Proteção e Orientação aos Investidores, visam apurar denúncias recebidas pelos canais de atendimento.
Segundo a autarquia, caso sejam formalmente caracterizadas infrações, cada um dos responsáveis será responsabilizado com a aplicação das punições cabíveis:
"No âmbito de sua esfera de competência, a CVM não tolerará ilícitos que atentem contra a higidez e o adequado funcionamento do mercado de capitais", comunicou.
Procurada pelo GLOBO, a KPMG no Brasil informou que, "por motivos de cláusulas de sigilo e regras da profissão, está impedida de se manifestar sobre casos envolvendo clientes ou ex-clientes da firma”. A PWC também disse que não iria comentar por questões de confidencialidade.
Ao todo, a força-tarefa constituída pela CVM com diversas superintendências atua em dez processos administrativos e dois inquéritos a respeito da empresa.