A renúncia da diretora do YouTube, Susan Wojcicki, após 25 anos no Google, mostra uma tendência inquietante no Vale do Silício: mulheres de destaque estão deixando a Meca da tecnologia.
Nesta semana, a diretora de negócios da Meta, Marne Levine, também deixou o cargo após 12 anos na empresa. E, no ano passado, saiu Sheryl Sandberg, então diretora de Operações da Meta. Ainda há figuras femininas poderosas na tecnologia, mas tendem a ter menor exposição pública.
Safra Catz, diretora executiva da Oracle, raramente dá entrevistas. Susan Li, diretora financeira da Meta, assumiu em novembro, mas ainda não falou com a imprensa.
A pandemia foi especialmente difícil para as mulheres. Estima-se que cerca de dois milhões de mulheres deixaram ou perderam seus empregos entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2022, enquanto a força de trabalho masculina ficou praticamente igual.
Mulheres ocupam cargos de liderança no mercado
As executivas estão trocando de emprego em taxas recordes, segundo estudo da Lean In e da McKinsey. No Vale do Silício, porém, estão pedindo demissão, e ponto. Em comum, elas têm o fato de terem sido alvo de críticas ferozes por seu trabalho, que muitas vezes soavam como pessoais.
Susan ficou nove anos à frente do YouTube, período em que a receita subiu a US$ 29 bilhões, e os usuários ativos superaram 2,5 bilhões. Antes disso, ela ajudou a criar a divisão de publicidade do Google.
Ela diz ter deixado o cargo por motivos pessoais, para focar em sua família e saúde. Mãe de cinco filhos, Susan sempre compartilhou sua experiência em conciliar trabalho e maternidade.
Seu nome era cotado para a sucessão do CEO da Alphabet, Sundar Pichai. Agora isso não deve acontecer.
— Temos que descobrir como identificar e apoiar a próxima geração de mulheres, e garantir que não desanime.