Economia
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Por Letycia Cardoso

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve um lucro de R$ 12,5 bilhões no ano passado, aumento de 46,5% em relação a 2021. Em coletiva nesta terça-feira, o presidente Aloizio Mercadante disse que pretende dobrar o tamanho da instituição até 2026. Para ele, a medida é essencial para que a instituição cumpra o seu papel social.

Segundo o diretor Nelson Barbosa, a média dos desembolsos do BNDES entre 2016 e 2022 foi de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor é bem menor que média histórica de 2,3% do PIB dos últimos 20 anos.

— O banco tem capacidade de emprestar até 2% do PIB, mantendo sua liquidez em padrões altamente conservadores. Nosso objetivo é continuar recuperando o desembolso para a infraestrutura, além de manter e ampliar a fábrica de projetos — contou Barbosa.

No ano passado, os desembolsos totais somaram R$ 97,5 bilhões.

A instituição ainda visa ampliar a disponibilização de recursos para iniciativas socioambientais que ajudem na transição climática; projetos de inovação, como a eletrificação da frota urbana de ônibus e caminhões; ações de equidade e diversidade; e exportação.

Também é objetivo oferecer linhas de crédito especiais para micro e pequenas empresas, que buscam capital de giro.

Defendendo a maior oferta de crédito, Mercadante disse que os resultados do banco podem encolher caso os desembolsos não aumentem. Por isso, mais uma vez criticou o repasse de 60% do lucro em dividendos, assim como a antecipação da quitação de valores em aberto com a União.

De acordo com o presidente da instituição, o banco já repassou mais de R$ 1 trilhão, em valores corrigidos, ao Tesouro Nacional ao longo dos últimos oito anos:

— O BNDES transferiu R$ 254 bilhões a mais do que os subsídios que recebeu. Isso é cinco vezes o lucro líquido e 20 vezes o lucro recorrente. Financiar o tesouro não é papel de um banco de desenvolvimento. Esse capital deveria voltar para a economia como crédito, geração de emprego e estímulo ao empreendedorismo.

Novas taxas de juros

Mercadante ainda defendeu o uso de outras taxas de juros além da TLP, condicionada à inflação. Em sua visão, faz sentido ter condições de crédito diferentes para clientes e ocasiões diversas, assim como praticam os bancos privados.

— A taxa de juros numa situação de catástrofe ambiental vai ser a mesma que vou aplicar num projeto de infraestrutura ou vai ter flexibilidade? Nesse caso, ela pode e deve ser flexibilidade — exemplificou.

Mercadante revelou que o banco já desenhou dois mecanismos para apoiar fornecedores afetados pela crise da Americanas. O primeiro está relacionado ao fortalecimento do fundo garantidor de crédito, enquanto o segundo se trata de uma FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) especial a esses pequenos e médios empresários.

Lucro extraordinário

O lucro de R$ 12,5 bilhões, de 2022, pode ser explicado a partir do resultado contábil líquido de R$ 41,7 bilhões de caráter extraordinário, em decorrência do pagamento dos altos dividendos da Petrobras (R$ 17,2 bilhões). O recebimento de valores devidos pela Oi, a alienação de ações e as mudanças no registro contábil da JBS também contribuíram. Por isso, a instituição alerta que o valor não deve se repetir nos próximos balanços.

A gestão anterior do banco, de Gustavo Montezano ao final do governo Bolsonaro, apostou na venda da participação em diversas empresas, sob o argumento de que essas companhias não precisavam mais do suporte da instituição. Assim, Petrobras, Eletrobras, Copel e JBS passaram a representar 77% da carteira de renda variável do BNDES, o equivalente a R$ 62,7 bilhões.

A inadimplência também se manteve em patamar baixo, passando de 0,19% para 0,13% na comparação entre 2021 e 2022. Já o patrimônio líquido do banco atingiu 131,3 bilhões em 31 de dezembro do ano passado, o que significa acréscimo de 3,4% em 12 meses.

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