Economia
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Por Bloomberg — Washington

O governo americano está avaliando mecanismos para garantir depósitos bancários maiores que o limite legal, hoje de US$ 250 mil para a maioria das contas. Seria uma medida temporária e necessária em caso de agravamento da atual crise financeira.

Uma equipe do Departamento do Tesouro analisa se os reguladores federais têm autoridade para isso, sem o consentimento formal do Congresso, que está dividido sobre as medidas para evitar o agravamento da crise, de acordo com pessoas próximas às negociações.

Nesta terça-feira, a secretária do Tesouro, Janet Yellen dirá, em evento da Associação de Banqueiros Americanos, que o governo está pronto para agir de forma enérgica para proteger os depósitos de correntistas de bancos regionais, como ocorreu recentemente no socorro ao Silicon Valley Bank (SVB).

“Nossa intervenção foi necessária para proteger de forma ampla o sistema bancário americano, e medidas similares podem dar garantias se instituições menores sofrerem uma corrida de saques que representem um risco de contágio”, dirá a secretária, segundo trechos de seu discurso que foram distribuídos para a imprensa.

A garantia de depósitos bancários nos EUA é da alçada da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), uma agência independente criada pelo Congresso na época da Grande Depressão, nos anos de 1930.

Plano de precaução

As autoridades que discutem uma mudança nessas regras ainda não consideram a medida necessária neste momento. Mesmo assim, a equipe elabora um plano de precaução que possa ser acionado caso a situação piore, informaram fontes a par do assunto à agência Bloomberg.

- Usaremos as ferramentas ao nosso alcance para apoiar os bancos regionais - afirmou o porta-voz da Casa Branca, Michael Kikukawa, sem esclarecer se a medida está sendo estudada.

Ele acrescentou:

- Desde que nosso governo e os reguladores tomaram medidas decisivas no fim de semana passado (o socorro do SVB), vimos os depósitos se estabilizarem em bancos regionais em todo o país e, em alguns casos, as saídas foram modestamente revertidas.

Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, participará de evento de associação de bancos hoje — Foto: Bloomberg
Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, participará de evento de associação de bancos hoje — Foto: Bloomberg

Mesmo assim, as deliberações nos bastidores mostram que há preocupações nos corredores do poder de Washington. Bancos de médio porte pedem uma intervenção mais ampla do governo depois que três deles quebraram este mês em meio a uma corrida de saques, e o First Republic Bank tenta evitar destino semelhante.

First Republic, a bola da vez?

As ações do First Republic Bank despencaram 72% na semana passada, e mais 47% na segunda-feira, mesmo após receber uma linha de crédito de US$ 30 bilhões oferecida às pressas pelos maiores bancos dos EUA.

Uma estrutura legal em discussão para expandir as garantias do FDIC se valeria da autoridade do Departamento do Tesouro para tomar medidas emergenciais, com recursos de um fundo originalmente criado para intervir no mercado de câmbio.

O fundo, criado na década de 1930, normalmente é usado para comprar ou vender moedas e fornecer financiamento a governos estrangeiros, mas tem sido usado para lastrear empréstimos de emergência do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) nos últimos anos.

É a única reserva de dinheiro sob a autoridade total da secretária do Tesouro, enquanto outros gastos e financiamentos estão sob a jurisdição do Congresso.

“Devido às recentes ações decisivas, a situação se estabilizou, os fluxos de depósitos estão melhorando e os americanos podem confiar na segurança de seus depósitos”, disse uma porta-voz do Tesouro em comunicado.

Representantes do FDIC e do Fed não quiseram comentar.

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